Capítulo Sete: Maquinações

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Elizabeth não parecia nem um pouco constrangida por entrar nesse estado lamentável em um lugar com pessoas que, sinceramente, ela não conhecia assim tão bem. Na verdade, ela estava tentando segurar o riso.

Minha prima Isobel quando era criança, começava a rir quando ficava nervosa, mas duvido que esse seja o caso aqui, Elizabeth deliberadamente estava achando engraçada a reação de espanto de todo mundo ao vê-la criar uma pequena poça de lama sob seus pés.

Eu estava muito fora de mim com a surpresa de sua entrada e Caroline estava ocupada analisando o estado de Elizabeth para fazer qualquer comentário gentil, mesmo que de cortesia, então restou a BingLee, com seu jeito simpático de sempre, de dar a ela as boas vindas.

"Lizzie, que bom ver você, quer beber alguma coisa?"

"Desculpe ter vindo sem avisar" disse ela. "Jane me mandou uma mensagem e ela parecia chateada e eu presumi que ela se sentiria melhor se eu viesse até aqui."

"Naturalmente, é claro que deve vir" disse BingLee de modo encorajador.

Enquanto ela falava Caroline continuava a olhá-la com desdém observando a sujeira grudada em seu jeans e em seu cabelo molhado. Eu tinha notado as mesmas coisas, claro, mas elas praticamente foram esquecidas e eu observava outras coisas.

"Você veio andando até aqui?" perguntou Caroline sem disfarçar de todo o seu desdém.

"Parece que vim" respondeu Elizabeth com um sorriso forçado, ela tinha um tom provocador que muito parecia dizer: "sim, eu vim, não é óbvio?"

"Sozinha?" essa minha pergunta é quase tão óbvia quanto a de Caroline, mas não a fiz a fim de humilha-la, mas porque me preocupei com sua segurança. Eu andei por aquela estrada apenas alguns instantes atrás e sabia o quanto ela era perigosa. Mas Elizabeth levou a mal o meu tom urgente de preocupação e pareceu irritada quando respondeu.

"Realmente!"

"Deve ter encontrado muita lama no meio do caminho" zombou Caroline.

Elizabeth não se intimidou com o tom dela e apenas respondeu um pouco aborrecida ou entediada, talvez: "Um pouco."

"Não poderia ter vindo de carro?" continuou Caroline.

Dessa vez estava claro que Elizabeth já estava farta de responder a perguntas.

"Acho que Jane deve ter te avisado que meu pai o levou para o mecânico, então... não."

"Você deveria ter ligado aqui, se soubesse que viria teria pedido para alguém ir buscá-la" disse BingLee de forma gentil. "Provavelmente Darcy, porque ele dirige melhor em atoleiros."

Eu mal notei que BingLee havia mencionado meu nome na hora, porque ainda encarava Elizabeth, ela me lançou um olhar cheia de zombaria.

"Ah, eu nunca iria obrigar Darcy a ir para um atoleiro por minha causa, além disso, sou perfeitamente capaz de vir até aqui sem ajuda."

Eu não tinha dúvida alguma de que ela tinha a capacidade de vi aqui sem precisar de nenhuma ajuda, e pelo jeito a minha ajuda não lhe parecia nem um pouco necessária, mas esse não deixava de ser um bosque perigoso, especialmente durante uma tempestade e ela poderia ter se machucado e estaria longe de qualquer ajuda, é claro que eu fiquei preocupado com sua segurança, embora ela tenha, sem duvida, entendido que eu a estava subestimando. Porque ela entende todas as minhas ações e palavras de forma tão errada?

"Parece que sim" disse BingLee achando graça.

"Posso ver a minha irmã?" disse ela chegando logo ao ponto se dirigindo a BingLee.

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