Capítulo Trinta e Quatro: Uma Questão de Preço [Parte Dois]

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05/09

Assim que Lydia se foi com o Sr. Gardiner e Elizabeth, eu já tinha minhas malas prontas e comprado uma passagem de avião sem escalas para Londres. Então eu paguei tudo o que restava da dívida de Wickham e Lydia no hotel, paguei pelo serviço do Sr. Jackson e seus assistentes e parti.

Eu deveria ter avisado Fitz que eu estava voltando, mas eu sequer me lembrei disso, avisei apenas Georgiana quando liguei para ela já no avião. Contei a ela que Lydia tinha voltado para casa, ela tinha me incumbido de lhe avisar quando tudo desse certo, contei a ela sobre Wickham, mesmo que eu não a quisesse preocupar com isso e sobre os sentimentos de Lydia por Wickham. Não podia esconder isso dela, achei que ela tinha de saber.

Eu estava exausto quando saí do aeroporto, mas pedi que o taxi me levasse para a casa dos Gardiners ao invés da cobertura, eu achei que precisava ter uma longa conversa com a Sra. Gardiner sobre Lydia e tudo o que eu descobri.

Como sempre, a Sra. Gardiner ficou feliz em me ver e me agradeceu pela assistência a sua sobrinha, assim como os avós de Elizabeth, que também estavam na casa na hora. Na verdade a Sra. Gardiner me convidou para o chá e eu não consegui dizer não.

Eles estavam felizes, claro, com a volta de Lydia, mas também estavam preocupados com a situação. Eu não escondi nada deles, achei que eles deveriam saber o tipo de homem que ele era e tudo o que eu descobri por meio do próprio Wickham e pelas investigações do Sr. Jackson.

"Eu nunca achei que esse sujeito prestasse, mas sinceramente não esperava que fosse assim tão ruim" disse a Sra. Celia Gardiner. "Sempre achei Lydia um pouco maluca, mas não achei que chegaria a tanto!"

"Acho mesmo que Lydia se apaixonou por esse homem, Celia, Eddy me contou que ela parece cega em relação a ele, mesmo sabendo que ele a abandonou ela ainda acha que ele vai voltar para ela, que ele ainda deseja se casar com ela" explicou a Sra. Margareth.

"Santo Deus!"

"Deus a livre disso!" disse o Sr. Gardiner e se virando para mim acrescentou: "Não sabemos como poderemos algum dia pagar pela sua ajuda, Sr. Darcy, não só com dinheiro, mas também pela sua bondade e paciência por tudo, foi a providencia que mandou uma pessoa tão boa em nosso caminho em um momento como esse e em nome de toda a minha família eu lhe garanto que não tenho palavras para expressar a nossa imensa gratidão!"

O Sr. Robert Gardiner não se parecia fisicamente com meu avô, mas ele sempre me lembrava dele e agora com suas palavras tão bondosas e sinceras, me senti comovido e sem graça, acho que meu rosto ficou vermelho, eu o senti esquentar e eu o teria abraçado, mas sou uma pessoa muito complicada e abraços e sorrisos não vêm fáceis para mim, especialmente com pessoas que eu não conheço assim tão bem, muito embora eu tenha vindo jantar na casa dos Gardiner em muitas ocasiões enquanto Elizabeth e eu estávamos juntos.

"Eu só fiz o que achei certo fazer, Sr. Gardiner, não preciso que me paguem ou me agradeçam, sinceramente eu me sinto culpado por toda essa situação, eu sei o tipo de homem que Wickham é e eu deveria ter lidado com ele antes!"

"Você não tem que se sentir culpado por nada disso, certamente há apenas dois culpados nisso, um deles é Lydia e o outro é esse Wickham, até acredito que ele a manipulou para fugir com ele e usou os seus sentimentos, mas Lydia fugiu com ele porque quis!"

"Não seja assim tão dura com a menina, Celia, não sabemos de toda a história."

"Não preciso saber de tudo para saber o que é certo e o que é errado, Robert, Jane, Lizzie, Mary ou Kitty nunca faria isso, disso eu estou certa, Kitty pode ser cabeça fraca como Lydia, mas ela teria medo das reprimendas das irmãs e do pai e gosto de pensar que também teria respeito por eles, mas Lydia nunca escutou ninguém, eu a amo, Deus sabe que eu a amo, mas ela é assim porque ninguém fez nada para repreender seus maus hábitos e ela cresceu achando que pode fazer qualquer coisa sem consequências alguma!"

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