Capítulo Dezenove: Amigos

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11/07


Eu ainda estava perplexo com a realidade de encontrar Elizabeth ali. Tudo bem, ela tinha preferido se esconder embaixo da mesa a me encarar e eu não sei se quero analisar o que isso significa. Mas como eu achei que nunca a veria mais, eu estava feliz em vê-la, mesmo assim. Ela, aparentemente não estava.

Ela mal conseguia me encarar, seu rosto ainda estava vermelho e tinha o fato do chefe dela ficar olhando para nós dois com uma sobrancelha erguida como se soubesse de alguma coisa.

Eu fiquei com ciúmes. Não pude evitar, porque parecia que os dois eram íntimos e ela não devia conhecer ele há tanto tempo assim, além disso, suponho que ele era um homem bonito, ele era um rapaz alto de olhos verdes, tinha a idade de Fitz, mais ou menos, e usava óculos – ela gostava de homens que usava óculos? Talvez!

"Vocês se conhecem?" perguntou o chefe dela, olhando para nós dois de forma provocativa e eu queria dizer, sim, eu a conheço há mais tempo que você, inclusive, então não se meta! Mas eu não disse isso, não tinha motivo algum para sentir ciúmes ou fazer uma cena, ela nunca pertenceu a mim e ela poderia se interessar por quem ela quiser.

"Nos conhecemos quando visitei a Califórnia no ano passado" respondi brevemente, tentando esconder o fato de que estava aborrecido com ele – e com ciúmes, admito. "Sr. Bronson, será que me emprestaria a Srta. Bennet por alguns minutos?"

Eu ainda era o chefe dele, ou melhor, o chefe do chefe dele, então ele teria que me obedecer, senti uma certa satisfação com isso, mas ele não pareceu nem um pouco intimidado comigo ou aborrecido por eu estar querendo falar com Elizabeth a sós. Elizabeth, no entanto, ficou pálida na hora.

"Claro, pode usar minha sala, se quiser, Sr. Darcy" disse ele de forma gentil.

Eu agradeci de forma breve e fui entrando no escritório ignorando o olhar atento do Sr. Bronson e do Sr. Reynard, Elizabeth me seguiu, ainda de cabeça baixa, entramos e eu fechei a porta.

Ok, o que eu vou falar com ela? Eu tinha um monte de coisa a falar com ela, mas precisava organizar meus pensamentos, da última vez que nos falamos as coisas deram MUITO errado e eu não queria repetir a experiência, já que ela está aqui, já que o destino a trouxe para mim, eu tinha de mostrar a ela que eu era uma pessoa melhor do que ela sempre pensou que eu fosse. Eu tinha que provar para ela que eu podia ser diferente, que ela poderia encontrar em mim um homem que ela poderia... considerar amar.

Mas antes que eu conseguisse organizar meus pensamentos para colocar esse apressado plano em prática, Elizabeth, de forma afobada falou:

"Desculpe Darcy, eu imagino que deve ser muito estranho me ver aqui, não é?"

E abri a boca para dizer que estava mesmo surpreso, mas feliz em revê-la, mas ela me cortou e continuou a falar da mesma forma apressada e nervosa de antes.

"Eu juro, juro que não sabia, quando aceitei esse emprego, que você era dono dessa editora e nem que ela viria para esse endereço, mas eu realmente precisava de emprego para pagar minhas contas, então aceitei e depois as pessoas aqui são tão legais que eu..." ela olhou para mim, finalmente, ela parecia realmente nervosa e tinha lágrimas nos olhos. "Olha, eu imagino que isso seja muito esquisito depois do... você sabe... olha, eu entendo realmente se você quiser me demitir, depois do..."

"Elizabeth!" disse apressado, meu Deus, não foge de mim não, você não tem ideia do que eu faria para ter você perto de mim. Ela parecia tão nervosa, ela estava... com medo de mim? Achei que ela nunca tivesse medo de mim. Toquei em seu braço, para impedir que ela fosse embora, para tentar fazê-la ficar comigo, para acalmá-la, não sei. Eu a vi me olhar surpresa e como meu toque talvez fosse algo que ela não quisesse, eu obriguei meus dedos a soltá-la e o toque foi lamentavelmente breve. "Não vou te demitir" assegurei a ela gentilmente.

O Diário de DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora