Capítulo Um: Longbourn

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22/01

Apesar do que eu disse a Bingley e ao Fitz, peguei o avião no final da tarde de quinta até San Francisco. A Sra. Krammel seria meus olhos e ouvidos no escritório e eu deixei meu braço direito, Sr. Maddox, cuidando de tudo.

O Sr. Maddox trabalhava na empresa desde a época de meu pai e era de extrema confiança, eu sabia que ele iria cuidar de tudo na minha ausência e tinha completa confiança nele, ainda assim, eu não ia trabalhar todos os dias por falta de confiança nos meus funcionários, eu ia trabalhar porque eu gostava.

Meu trabalho envolvia atenção, concentração, controle e organização, eu mexia com números, com dados sólidos e a razão. Era simples, havia ordem!

As pessoas são complicadas, bagunçadas e sem lógica, movidos por sentimentos que nem sempre eu compreendia, por isso era muito difícil de me relacionar com elas.

Mas não conseguia que ninguém compreendesse isso. Eu gostava do controle, do plano, de tudo organizado, da lógica imperando tudo.

Isso era lindo. O barulho, a desordem, o caos, a agitação, os gritos e as músicas eletrônicas infernais não me deixariam calmo, eu sairia muito longe da minha zona de conforto, do meu escritório limpo e organizado e dos números e da lógica.

Eu entendia meu trabalho. As pessoas eram mais complicadas.

Mas também sabia que eu não conseguiria convencer Fitz e Bingley de que não precisava de férias e eu teria que, eventualmente, me render a eles.

Por isso tomei precauções, adiantei tudo o que pude e assim que soubesse como as coisas estavam andando sem Fitz no comando, eu voaria para Los Angeles e Bingley nem mesmo precisaria saber que eu estava ali.

Ou foi o que eu pensei, pois assim que cheguei a empresa vi Bingley me esperando com um sorriso zombeteiro.

"Eu sabia!" disse ele assim que me aproximei.

"O que está fazendo aqui, por acaso você andou me espionando?" perguntei realmente zangado e traído.

"Eu liguei para sua secretária, disse que não conseguia falar contigo e tinha acontecido uma emergência e precisava falar com você, ela disse que você deveria estar no avião para San Francisco e poderia estar dando interferência, imagine a minha surpresa ao ouvir isso, você tinha me prometido que viria ate Los Angeles."

Optei por me calar e apenas olhar para ele com o semblante fechado, sentindo minha privacidade sendo invadida cruelmente.

"Então perguntei a ela a que horas você chegaria a San Francisco, porque precisava te encontrar e ela me disse que você deveria estar no escritório hoje cedo."

Eu olhei para Bingley abismado por sua perspicácia, não que ele não fosse inteligente, mas essa manobra parecia mais digna de Fitz do que de Bingley, talvez os dois estivessem passando muito tempo juntos, pensei na hora.

"Fitz me disse o que fazer" explicou Bingley como se adivinhasse meus pensamentos. Aí está, isso explica tudo.

"Tenho que dizer a Sra. Krammel que pare de acreditar em suas "chamadas de emergência."

"Mas e se eu tiver mesmo uma emergência?"

"Deveria ter pensado nisso antes de usar essa manobra" disse em tom de reprimenda. "Você nunca leu Pedro e o lobo quando era pequeno?"

"Não tenho ideia do que você está falando, quando era criança eu só lia gibis, como uma criança normal!"

"Muitas crianças normais leem livros, BingLee!" suspirei.

O Diário de DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora