Capítulo Doze: Complicações

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Eu estava tão furioso, tão furioso que sequer me recordo do caminho que fiz para chegar a Netherfield, a única coisa que eu me lembro foi de ter estacionado o carro e entrado feito uma bala de canhão na casa.

Eu tremia de raiva, era quase como se eu estivesse tendo uma convulsão, peguei o telefone e disquei furiosamente para Fitz, ele atendeu após alguns toques.

"Ei Darcy, eu não pos..."

"ELE ESTÁ AQUI EM LONGBOURN!" berrei, eu não grito, eu nunca grito, não sou uma pessoa histérica, então eu só posso imaginar a reação de meu primo quando eu quase furei seus tímpanos.

"Quem?" perguntou ele confuso.

"O DESGRAÇADO ESTÁ AQUI, FITZ, É ELE!"

Eu ouvi uma voz de fundo que dizia algo que soou como "desliga isso, Fitz..." e então a voz abafada de Fitz mandando quem quer que seja se calar.

"Sei que na sua cabeça está fazendo sentido, William, mas eu preciso de mais contexto."

Eu bufei em resposta, eu tremia tanto... joguei o celular longe e comecei a andar pelo quarto, Caroline corria pelo corredor, sem dúvida assustada com os gritos, ela parou no batente da minha porta que eu nem tinha pensado em fechar quando entrei no meu quarto mais cedo.

"Darcy, o que foi, aconteceu alguma coisa?"

Eu não lhe respondi, porque sinceramente eu seria grosso com ela agora e ela não tinha culpa de nada disso, na verdade ela até parecia preocupada comigo e ela não merecia que eu descontasse minha irritação com ela agora. Tudo o que eu podia fazer era sair de Netherfield com minhas malas nas mãos. Ela me encarou aflita enquanto ela me via jogar minhas coisas de qualquer jeito na mala.

"Onde você está indo?"

Não lhe respondi outra vez, ouvi Fitz berrando no celular que eu tinha jogado em cima da cama em um acesso de raiva e o desliguei – ele odiava quando eu fazia isso, mas na hora eu não me importei.

"Darcy, o que está acontecendo?" Caroline parecia levemente assustada, eu devia estar com uma expressão terrível.

"Caroline, por favor, saia do meu quarto agora!" disse com a voz mais calma que consegui. "Não posso responder as suas perguntas agora, só saia, por favor."

Ela deve ter percebido que meu tom era sério e se afastou sem dizer nada. Eu peguei o resto de minhas malas e meu celular e comecei a descer as escadas e coloca-las todas no porta-malas do meu carro que ainda estava estacionada de qualquer jeito na entrada com a porta do motorista ainda aberta.

Caroline ficou a certa distância, observando-me, mas não me atrapalhou, penso agora que talvez ela estivesse um pouco assustada comigo, também acho que foi ela quem chamou por Bertram, porque eu a vi falando baixo com ele qualquer coisa quando eu passava feito um maníaco pelo hall até a entrada com as minhas malas nas mãos. Por isso Bertram apareceu e se prontificou para dirigir.

Ele apenas me encarou com a maior calma e sem elevar a voz, mas chamando a minha atenção disse:

"Deixe-me leva-lo aonde quer ir, senhor, o senhor me parece exaltado e será mais seguro para todos se for quem estará dirigindo."

Eu estava tão furioso... mas pelo menos eu ainda não estava irracional e não tinha mesmo cabeça para dirigir, então eu aceitei a ajuda. Enquanto saíamos de Netherfield ele me perguntou para onde eu queria ir, se eu queria que ele me levasse ao aeroporto ou então para São Francisco e tudo o que eu consegui lhe dizer era para ele continuar dirigindo por um tempo.

O Diário de DarcyOnde histórias criam vida. Descubra agora