Capítulo Quinze: O noivo

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05/06

As coisas estão extremamente monótonas aqui em meu escritório. Voltei para Londres há várias semanas desde minha partida para São Francisco, deixando Fitz terminando seus afazeres e indo resolver os meus. Eu tinha muito trabalho a fazer, o que era bom, pois eu realmente precisava da distração do meu trabalho para ocupar a minha mente.

Fora uma rara e curta visita de Knightley a cidade, eu não fiz outra coisa além de acordar, fazer meus exercícios matinais e ir trabalhar. Eu sei que vim fazendo exatamente isso durante os últimos dez anos e isso nunca me aborreceu antes, pelo contrário, era um alivio saber exatamente como seriam meus dias, sem surpresa alguma e sempre com um plano a seguir. Porém, foi com surpresa que eu percebi que isso já não me bastava mais e que eu estava querendo algo mais da minha vida.

Está bem, não foi com surpresa, foi mais com desapontamento. A verdade é que durante meus dias em Longbourn, por mais aborrecidos que eles fossem, eu tinha uma coisa lá que me faltava aqui. Elizabeth, claro.

Quando eu sentia a sua falta, eu ia ao bistrô. Não era grande coisa, mas eu podia olhar para ela e isso já era algum consolo. Aqui eu não tinha nem isso. Mas o trabalho me deixava ocupado boa parte do tempo e embora ela ainda não me saísse da minha cabeça, eu tinha êxito de deixá-la ali presente apenas como pano de fundo em meus pensamentos.

No entanto, em meus raros momento de ócio, especialmente na hora em que eu iria dormir, ela era um pensamento constante e amargo, e eu ficava me perguntando como ela estava, se ela sentia falta de Wickham, se ela estava pensando em voltar atrás, se ela estaria sentindo minha falta...

Sentir minha falta era mais um desejo que eu sabia que não podia ser atendido. Droga, eu sabia que ela não sentiria a minha falta, mas... eu sentia, muita, muita saudades dela.


11/06

Falei com BingLee, ou melhor, falei primeiro com sua secretária e então ele me retornou. BingLee fingiu estar tudo bem, mas eu o conheço melhor e sei como ele está chateado.

Pedi que ele viesse aqui para que pudéssemos conversar, mas ele me deu uma desculpa qualquer. Eu tinha insistido em falar com ele mesmo que eu mesmo não estivesse disposto a falar sobre o seu término por me sentir culpado. Eu acho que fiz a coisa certa, mas detestava ver meu amigo assim, eu sei que Jane não tinha a intenção de machucar BingLee, ela era muito boa para fazer isso, mas ela não estava apaixonada por ele e BingLee estava cheio de planos e eu não queria que ele se machucasse mais.

Fitz disse que eu não deveria ter me metido, mas eu não queria ver o meu amigo pior do que ele já estava, e com certeza quando ele descobrisse lá na frente que Jane não estava tão interessada ou mesmo quando Jane decidisse terminar tudo para voltar ao namorado, como Caroline mesmo me apontou, tudo isso seria bem pior e eu me senti na obrigação de intervir, mesmo que para isso eu tivesse de mentir para ele, para que BingLee perdesse o contato com Jane.

Ainda acho que se BingLee quiser se encontrar com ela, ele tem essa possibilidade, apontei isso para Caroline, ele é um jovem independente, pode mandar um e-mail para ela, ligar ou mesmo visita-la em Longbourn se quiser, mas ela ficou pouco preocupada com essa possibilidade.

Pensei em perguntar hoje a ele se ele tinha tentado contatar Jane de alguma forma, mas hesitei e foi ele quem tocou no assunto, disse que ele havia lhe mandado um e-mail pouco depois de todos os acontecimentos, quando já estava em Los Angeles e tivera muito tempo para pensar em tudo. Ele me mandou a cópia do e-mail que ele tinha lhe mandado, disse que tinha passado toda a madrugada pensando no que dizer, sem conseguir dormir e repensando a briga que tiveram e sentindo a sua falta.

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