Mãos dadas

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Adora

Às 11h saí de casa e peguei um ônibus em direção ao apartamento da Catra. Hoje ela iria conhecer meus amigos, minha nova família. Eu estava muito ansiosa e torcia para que tudo desse certo. Catra parecia estar fazendo um esforço para ser mais sociável e eu fiquei feliz por isso.

Cheguei no seu prédio e bati na porta de seu apartamento, ela abriu e meu coração falhou uma batida quando a vi, ela estava usando apenas uma camiseta e calcinha, seu cabelo estava preso em um coque alto e ela estava com uma expressão de quem acabou de acordar. Ela fica linda de qualquer jeito.

- Você veio cedo demais. - ela bocejou.

- Mas já é meio dia! Você que dormiu demais.

- Eu deveria ter colocado um despertador... entra aí, vou me vestir.

A cama dela ainda estava bagunçada, havia uma xícara de café no criado-mudo e algumas peças de roupa espalhadas no quarto.

- Quando foi a última vez que você limpou esse quato? - perguntei, sentando na cama.

- Ah, não sei, você é bem chata, sabia? Nem está tão bagunçado. - ela disse. Em seguida tirou a blusa, e não havia nada por baixo... Eu desviei o olhar para o chão ou qualquer outro lugar que não fosse para o corpo da Catra, embora eu quisesse muito olhá-la. Senti meu rosto esquentar e fiquei sem saber o que dizer. Catra virou de costas para mim e foi procurar algo para vestir. Olhei para as suas costas, ela estava usando apenas uma calcinha vermelha... e o corpo dela era lindo.

Catra vestiu uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma camiseta preta de Star Wars e colocou um tênis Vans preto. Ela virou-se para mim e sorriu.

- O que achou? - perguntou ela.

- De você... - pigarreei. - quer dizer, está linda.

- É por isso que seu rosto está tão vermelho? - ela indagou erguendo uma sobrancelha e rindo. - Podemos ir? Não quero chegar tarde.

Não soube o que dizer então só a segui em direção à porta. Entramos no elevador e Catra segurou minha mão olhando-me nos olhos, nos encaramos por alguns segundos. Eu amo seus olhos coloridos, um deles era castanho e o outro azul, poderia passar horas perdida naquela imensidão colorida.

Quando entramos no ônibus ela apoiou a cabeça no meu ombro.

- Estou com muito sono ainda. - disse ela. - Me acorde quando chegarmos.

Assim ela dormiu apoiada em mim e eu não me importei, ela ficava fofa dormindo.

Chegamos um pouco mais tarde do que eu previ, Glimmer e Bow estavam a nossa espera na sala de estar.

- Aí estão elas! - exclamou Bow. - Vocês demoraram.

- Eu sei, desculpa. - falei. - A dorminhoca aqui estava dormindo quando cheguei lá. - apontei para Catra.

- Ei, eu esqueci do despertador. - ela revirou os olhos. - E... oi. - disse Catra olhando para Glimmer e Bow.

- Oi, Catra! - Bow deu um abraço nela. - Adora sempre nos fala tanto de você!

- É verdade. - Glimmer disse. - Ela fala até demais se quer saber.

- É mesmo? O que ela diz sobre mim?

- Que você é linda, engraçada e perfeita e... - começou Bow. Antes que ele continuasse a me envergonhar na frente da Catra eu fechei sua boca com a minha mão.

- Você é muito engraçadinho, Bow. Ele está só brincando, eu nunca disse nada disso. - Catra olhou para mim e gargalhou.

- Gostei de vocês. - disse ela.

- Então, vamos gente? - disse Glimmer.

- Para onde nós vamos? - perguntou Catra.

- Vamos para o shopping!

Chegando lá fizemos o que todo adolescente faz quando vai ao shopping, andamos, conversamos e entramos em lojas só para provar as roupas e tirar fotos no provador sem comprar nada.
Foi divertido e Catra parecia estar gostando, em algum momento do dia ela pegou na minha mão novamente e não soltou mais, eu estava começando a me acostumar com isso.

No final do dia nos despedimos da Catra, estava anoitecendo e achamos melhor irmos embora. Principalmente ela que mora mais longe e em um lugar mais perigoso.

- Eu posso falar com você em particular, Adora? - ela perguntou.

- Claro. Gente, - olhei para Bow e Glimmer. - nós já voltamos.

Viramos a esquina em um pequeno beco sem saída para ficarmos a sós.

- Eu adorei esse dia. - Catra disse. - Foi perfeito, seus amigos foram muito legais e fazia muito tempo que eu não me divertia tanto. Acho que eu deveria sair mais.

- Fico feliz que você tenha se divertido, Catra. Você pode ir lá em casa sempre que quiser e podemos fazer outros dias iguais a esse.

Catra me abraçou, e me deu um breve selinho na boca. Eu paralisei por uns instantes. Ela me puxou de volta para onde estavam Glimmer e Bow, como se nada tivesse acontecido. Poucos minutos depois o ônibus da Catra chegou e ela foi embora.

- O que aconteceu entre vocês ali naquele beco? - perguntou Bow.

- Ela me deu um beijo. - falei, as palavras simplesmente saíram da minha boca, minha mente ainda estava naquele beco e na breve sensação dos lábios de Catra nos meus. Tão rápida que mal consegui sentir, não quis pensar em outra coisa porque parecia que a lembrança dos lábios dela iriam sumir.

- EU SABIA! - Gritou Glimmer. - Eu te disse que isso iria acontecer, Bow!

- Calma, gente. Na verdade nem foi um beijo mesmo, foi só um selinho... amigas fazem isso, não é?

- Eu acho que não. Vocês já tinham feito isso antes? Nós não fazemos essas coisas. Mas isso não tem cara de "coisas de amiga". - Glimmer fez sinal de aspas com as mãos. - Não viu o jeito que ela ficou te olhando o dia todo? E ela segurou sua mão o tempo inteiro!

- É verdade. - Bow concordou. - Eu me senti de vela hoje, mas tudo bem vocês são fofas juntas.

- Você está certa nisso, Glimmer, nós nunca tínhamos dado um selinho nem nada do tipo, eu sinto que as coisas estão diferentes entre nós agora... eu preciso pensar, vamos para casa. - falei.

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meu psicológico ta muito mixuruca nos últimos dias entao demorei um pouco mais do que o normal pra escrever esse cap
edit: um problema chamado so consigo pensar em em um título melhor depois de ter postado o capítulo






I don't forget u [Descontinuada] Onde histórias criam vida. Descubra agora