Regras Mais Selvagens |1| ✓

dezessete.

CAPÍTULO SURPRESA DE FERIADO

Graças a Deus nos mudamos para a casa da senhora Dixie enquanto a nossa casa está sendo reformada.

Os Hendrix foram muito gentis conosco, mas a rotina de cuidar de um bebê estava pesada até mesmo divida entre três. Comigo, Cherie e mamãe em casa, Lola passava o dia todo cuidando da própria beleza. Isso diz muito sobre o seu desespero quando nos mudamos para a charmosa casa da senhora Dixie, no bairro atrás do St. Vicentti.

É perto da escola, perto da delegacia e um endereço muito melhor para ter como referência na carta que entreguei para Georgia. Me surpreendeu o fato de que ela não usou aquilo para me humilhar, sobre estar levando todo o crédito, quero dizer. Acho que ela se preocupa com Cherie, isso é o que mais me chateia.

Com Marie ocupada colocando sua boca em Seth, a amizade entre Georgia e Cherie ficou mais forte. Eu tento dizer a mim que não dou a mínima, porque Cherie ainda age como se fôssemos irmãs. Ela senta comigo no refeitório e compartilhamos segredos. Mas a ideia de Georgia ocupando espaços em que não estou faz o meu estômago estremecer.

Isso inclui o baile de primavera. Finjo estar anestesiada quando Cherie me conta que vai com Georgia. Mas a verdade é que estou me sentindo triste.

Estou quase pronta para uma das noites mais esperadas do último ano de colégio e nem um pouco animada. Mas não consigo me imaginar comendo com os amigos de Henry na Yesterday. Compartilhamos Francis Pine lá. É algo só nosso. E agora que Cherie está indo com Georgia, estou sem opção de inventar uma desculpa para Henry.

― Você sabe que pode ir conosco se quiser, Liv. ― Ela insiste, terminando o meu cabelo. ― Georgia não é a pessoa que você pensa. Eu acho que vocês só tiveram uma ruptura. Cada uma foi para um lado e se defendeu como podia da intimidade que tinham.

Desisto de tentar explicar para Cherie que nunca tive intimidade com Georgia. Quando éramos crianças era tudo sobre ela. Ainda é tudo sobre ela. Eu estava feliz em não fazer parte desse tsunami chamado Georgia Dayrell até Cherie me arrastar nessa onda.

― Não, tudo bem. ― Ensaio um sorriso. ― Eu quero ir com Henry... E os outros. Quero dizer, ele parece tão feliz. Nós trocamos mensagem o tempo todo. Eu sinto a expectativa dele. Acho que como Georgia, tivemos uma ruptura também. Talvez ele precise resgatá-la aos poucos. Amigos fazem com que nos sintamos seguros, certo?

― É claro. ― Cherie se vira e não consigo ler seu rosto. ― Estou quase terminando.

Quando Cherie se movimenta para terminar de prender o meu cabelo em um coque trançado seu vestido rosa queimado se movimenta. Ela tem renda até a cintura, pequenas alças em seus ombros e uma longa saia com babados e laços até os pés. Seus cabelos estão meio presos e a maquiagem destaca seus olhos intensos. Ela não para de me chamar de Cinderela por causa do meu vestido azul e o toque de recolher do papai. E eu acho que ela está igual a Aurora. Que vai ao baile com a própria Malévola, aliás.

― Minha nossa senhora dos sete céus. ― A exclamação da mamãe, aparecendo repentinamente no quarto da senhora Dixie, me faz saltar de susto. ― São as garotas mais bonitas que eu já vi. Liv... Oh, meu Deus. Você parece um milagre dos anjos.

O meu rosto se contorce enquanto engulo. Não quero parecer um milagre celestial. Quero parecer bonita e sensual. Quero que Henry Hastings esqueça o nome de Eloise Flume. Mas não posso culpar a mamãe. Ela me pariu. E estou dentro de um vestido da cor do céu número cinco, com um fundo rosado por baixo de todo o azul.