Quando Tony acordou exatamente às cinco horas em ponto. Ele sentiu-se como no dia em que fora resgatado no meio do deserto, seu corpo estava pesado, e sua temperatura corporal estava baixíssima, e quando ele se levantou para encarar seu reflexo no espelho, um pequena vontade de chorar o invadiu. Sua autoestima estava péssima. — Devido a perda de cor da sua pele, era possível ver suas veias descendo até seu peito e chegando ao reator Arc, que desta vez possuía uma luz muito fraca. O gênio andou até sua janela e abriu as cortinas, ainda estava escuro. Provavelmente, todos na mansão ainda deveriam estar dormindo, ele saiu de seu quarto em passos lentos e desceu as escadarias, tão devagar quanto uma tartaruga, seu corpo estava tão mole que se alguém o empurrasse provavelmente ele cairia no chão e não se levantaria mais. Quando finalmente chegou ao final da escadaria, ele notou a luz da cozinha acesa, caminhou em passos lentos até lá.
— Maria? — A médica tomou um pequeno susto, e encarou Tony parado na porta. Ela provavelmente queria dizer algo, porém preferiu não o fazer.
— Tony. Café? — ela ofereceu ao a caneca ao amigo e sorriu carinhosa.
— Estou precisando. — Maria encheu as duas canecas e se sentou na cadeira de frente para seu amigo. Entregou a caneca a ele, e por alguns minutos o silêncio tomou conta da cozinha.
— A briga que você e Steve tiveram foi feia. — ela comentou, precisava conversar sobre aquilo com o amigo, provavelmente ele não seguiria nenhum de seus conselhos, mas sempre era bom tentar.
— Na verdade, não foi uma briga. Nós apenas discutimos. — Tony respondeu simplório como se aquilo não fosse nada demais.
— Você quase morreu...— ela sussurrou com um pesar na voz. O Stark suspirou e bebericou mas um pouco de seu café.
— Bom, acontece né? — ele perguntou, soando um pouco irônico. — Maria lhe lançou um olhar repreendedor e ele suspirou novamente.
— Tony vocês dois precisam começar a se dar bem. Eu não quero ser obrigada a tomar medidas drásticas sobre essa situação. Segundo ele, você tomou decisões sobre Peter sem consultar ele, isso é verdade?
— Claro que é, porque eu precisaria consultar um estranhou sobre o que devo ou não fazer sobre meu filho? — Tony rebateu, ao menos não demonstrava estar irritado.
— Um estranho que cuidou de seu filho e agora faz parte da vida dele. — Maria disse encarando o amigo com olhos afiados. — Você não pode excluí-lo da vida de Peter, mesmo que não goste dele, Tony. Por um momento, a voz de Steve veio em sua mente.
“Entre mim e você, Peter nunca iria escolher um desequilibrado feito tu, Stark.”
— Isso não vai voltar a acontecer. — Maria mudou seu semblante para uma expressão surpresa.
— Tony se for apenas para fugir da bronca…
— Não, não é isso. Eu dou minha palavra. — Por um momento, Maria achou ter ouvido um tom de tristeza na voz do amigo.
— Você quer me contar algo? — ela perguntou. Tony negou com a cabeça, e ela assentiu. Sabia que não seria tão fácil arrancar algo dele, era sempre assim. O gênio poderia ser o homem mais inteligente do mundo, criar milhões de tecnologias e projetos surpreendentes, porém ele nunca foi bom com palavras.
Ao menos isso, ele e Steve tinham em comum. Porque é um fato nítido, de que os dois só não conseguiam chegar a um consenso porque tanto um quanto o outro não eram bons com palavras. Logo, quando o dia raiou. Maria se despediu de Tony, Steve e Peter, os deixando sozinhos novamente, Peter encarou tanto Tony quanto Steve esperando que algum deles disse algo, porém nada veio.
— Eu queria jogar um jogo...— Peter falou sugestivo, chamando a atenção dos dois homens que até então estavam sem saber o que fazer. Stark pareceu voltar a terra, quando ouviu a voz de Peter, ele se agachou na altura do garoto.
— Sinto muito, garoto. Mas eu preciso trabalhar, acho que desta vez terá de contar apenas com a companhia de Steve. — Peter murchou, parte o coração de Tony em mil pedacinhos.
— Tudo bem, Sr.Stark.
— Mas quem sabe mais tarde poderemos sair para algum parque, certo? — Todavia, ele voltou a se animar com a ideia do pai.
— Sim! E você irá me levar para comer sorvete!? — ele perguntou esperançoso.
— Sim, sim. Você terá direito a tudo que quiser. Agora preciso ir.
— Até logo, Sr.Stark.
Logo, apenas steve e Peter estavam na sala.
— Então, nós podemos jogar? — Peter perguntou com olhos brilhantes.
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— Você perdeu novamente, Steve! — Peter comentou rindo. — E a vitória é minha mais uma vez! — Ele exclamou ficando de pé no sofá e batendo nos peitos, como o próprio king kong.
— Talvez eu esteja um pouco enferrujado. Porque não escolhe outro jogo? Desta vez eu irei apenas observar, que tal? — Peter assentiu, correndo até a estante e puxando todos os CD's que haviam ali. A verdade é que Steve não conseguia parar de pensar em Tony. A forma como ele saiu da sala, às pressas como se estivesse evitando ele? Foi estranho. Rogers não o culpado afinal, havia pego um pouco pesado na noite anterior. Porém, ele não imaginou que o moreno seria tão afetado assim, talvez houvesse trocado em um assunto delicado.
Enquanto isso, no laboratório. Tony havia voltado a trabalhar, ele pediu a Pepper que lhe mandasse todos os trabalhos pendentes que precisava ver, assinar ou qualquer coisa do tipo.
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Casinha de cachorro
RomanceEm uma noite fria e escura. Rogers voltava na madrugada de um longo encontro com seus amigos. Quando ele finalmente havia chegado em casa, ele estranhou, Lúcifer, seu companheiro, não havia vindo o saudar com sua presença animada. Decidido a descobr...