Um pequeno flashback

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Flashback

— Ei, irmão. Você acha que um dia iremos conhecer nosso pai? — Peter perguntou, chamando a atenção de Harley que estava totalmente imerso em pensamentos.

— Não..— Harley respondeu, voltando a encarar o céu nublado.

— Por que não? — Peter voltou a perguntar em um tom de voz triste. Harley suspirou voltando seu olhar para o irmão.

— Nós não conhecemos nem a nossa mãe...Acho que se nosso pai quisesse nos conhecer, ele já teria aparecido, você não concorda comigo, Pete?

— Mas a tia May sempre diz para mim que o nosso pai não sabe que estamos aqui...— Peter sussurrou um pouco desanimado.

Em partes, o que Harley falava era de verdade, mas, Peter ainda possuía esperanças de que pudesse conhecer o pai algum dia. Poderia assim, fazer como nos programas de TV que ele via; jogar baseball e comer sorvete numa tarde ensolarada.

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Os irmãos Stark são totalmente opostos, como fogo e água. Enquanto Harley era destemido e corajoso, Peter era medroso e inseguro. Peter sempre corria para os braços do irmão, porém, se havia algo que ele mais detestava no irmão, era quando ele decidia fazer algo perigoso, e este, era um desses momentos.

—Harley, vamos voltar, já está tarde. — A rua se encontrava totalmente deserta, já havia anoitecido e eles deveriam estar em casa. —Jay vai brigar com a gente, eu não quero apanhar de novo, meu braço ainda está doendo! — Peter reclamou choroso, ele apenas queria sua cama de volta.

—Deixe de ser um bebê chorão, Peter. Quando chegarmos Jay já estará dormindo. — Harley comentou um pouco áspero, odiava o fato do irmão ser tão medroso. — Eu apenas preciso me esticar só mais um pouquinho...

Harley estava tentando pegar uma pipa presa na árvore, ela estava em ótimo estado e não tinha um arranhão sequer, e como ele nunca havia brincando com uma, aquela era sua oportunidade, e ele não a deixaria escapar. Nesse meio tempo, Peter ficou cansado de esperar o irmão e caminhou até o tronco de árvore no meio dos arbustos e sentou-se ali, estava com sono e seus olhos já ameaçavam fechar sozinhos.

— NÃO, ME LARGUEM! — Seus olhos rapidamente se abriram e ele despertou assustado.

— Harley!? — Quando e, como não obteve resposta, ele correu até onde seu irmão estava anteriormente. — Harley, onde você está! — o chamou novamente, porém nada. No momento em que Peter se aproximou da árvore onde Harley estava, ele viu uma vã enorme parada do outro lado da rua, por instinto ou medo, ele se afastou e escondeu-se atrás dos arbustos. Logo depois disso, começou a escutar vozes por perto.

— Où est l'autre, n'est-ce pas deux? (Cadê o outro, não eram dois?)

—  Je ne sais pas, peut-être suis peut-être déjà rentré chez moi. (Não sei, talvez já tenha ido para casa.)

— Merde, le patron sera furieux! (Merda, o chefe vai ficar furioso!)

— Quoi qu'il en soit, nous en avons un, cela devrait donc suffire. (Tanto faz, temos um deles então já deve bastar.)

— Non, nous devons trouver le deuxième!
(Não, precisamos achar o outro!)

— Que veux-tu faire alors? (O quer quer fazer então?)

— Nous ferons faire une promenade autour de leur maison, peut-être qu'elle est toujours là. (Vamos rondar a casa deles, talvez ainda esteja na rua.)

— Harley...— Ao longe, antes da vã sumir da vista de Peter, ele conseguiu ver o irmão amarrado. — Harley...— Ele queria ajudar o irmão, mas não podia, sentia-se de mãos atadas, a vontade de chorar lhe invadiu e o mesmo sentou-se no gramado, sem saber o que fazer. O desespero se apossando de si, seriam aqueles os homens maus mandados por Jay? Então ele não poderia voltar para casa?

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