Bônus: "Sinto falta dele"

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Atenção: Nessa Fic os bônus são situações que aconteceram em algum momento, são como cenas extras. 

Alguns bônus poderão conter detalhes importantes para o desenvolvimento da Fic. Ler ou não, fica a seu critério.

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O cheiro de putrefação era forte o suficiente para fazer as narinas de Harley arderem intensamente, além de tudo também haviam os ratos e as baratas que se escoravam pelos cantos daquele lugar imundo. Ele daria absolutamente tudo para poder sair dali e tomar um bom banho, no entanto, o que uma criança poderia oferecer? 

Sua bochecha continha um hematoma enorme, que já passava de vermelho para roxo, e suas pernas estavam num estágio pior ainda, cheias de marcas de chicote e sangue seco — consequência de ter tentado fugir duas vezes —. Os homens que o levaram sequer falavam a sua língua, ao menos, graças a isso, ele sabia que não estava mais em seu país, ou pelo menos era isso que ele pensava. Já faziam algumas horas que ele não recebia água ou comida, havia perdido peso, muito peso, era possível ver as costelas marcando na pele tão maltratada, além disso, havia aquele homem, um cara estranho que jogaram na cela no segundo dia de sua estadia ali, ele também não estava num estado tão bom mais ainda assim estava melhor que ele, nem Harley nem o homem estranho se atreveram a falar algo, desde que havia chegado ali, ele vinha contando os dias, e se suas contas não estivessem erradas, já fazia um mês desde que começará a dividir a cela com o homem. Sobre as circunstâncias em que estava, Harley aparentava estar calmo demais. No início, ele havia sim chorado e chamado por socorro, implorou e gritou até que perdesse a voz e desmaiasse porém quando percebeu que aquilo tudo era em vão, ele se calou, vez ou outra, chorava baixinho, um choro silencioso, apenas com grossas lágrimas escorrendo de seus olhos mas nenhum barulho. No entanto, depois de algumas semanas ali, era como se algo houvesse sido apagado dentro de seu peito, ele já não chorava mais, e só havia um único momento em que ele entrava em desespero. Quando um dos sequestradores vinha até a cela, ele podia até não chorar, porém ainda possuía medo, muito medo, um medo intenso que o impedia de ter uma noite de sono decente, como se isso fosse realmente possível num lugar como aquele.

Mais tarde, naquela noite, quando um homem diferente dos outros que já havia visto, apareceu na cela, Harley tremeu, um intenso calafrio correu por sua espinha, o fazendo ficar totalmente tenso. O homem entrou, o pegou pelo braço, e o arrastou para fora, Harley não gritou e nem mesmo fez algum tipo de escândalo — algo que realmente surpreendeu aquele homem inescrupuloso —, o medo que possuía Harley era intenso demais para que fizesse algo. De toda forma ela não queria apanhar mais.

Vous êtes un enfant différent, uh. — O homem disse com um sotaque fortíssimo, Harley apenas encarava o chão, sem dizer uma única palavra. Quando o percurso terminou, ele se viu em uma sala mal iluminada com outros homens. Harley temeu, o pior estava por vir. Ele sabia. No fundo da sala, algumas cadeiras estavam vazias, elas eram totalmente diferente de cadeiras normais, além de serem enormes, também possuíam amarras de couro marrom, e no meio da sala, uma grande macá de ferro, ou ao menos parecia ser, estava. O garoto foi levantado rapidamente sem que nem mesmo ele notasse, e foi posto na maca, de barriga para baixo, seus pulsos e tornozelos foram amarrados.

— O que vão fazer comigo?! — Harley questionou, atraindo alguns olhares, o desespero começando a surgir, todavia fora ignorado. 

Nous verrons si vous avez fait votre travail correctement.(Veremos se você fez seu trabalho corretamente.) — Uma voz grossa e mais fria soou pelo cômodo. Ele sentiu alguém se aproximar de si.

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