Fica Comigo (COMPLETO - SEM REVISÃO)

13 - Karina

Boa noite, gente! Bora terminar o final de semana com um capítulo? Porque eu estava devendo a vocês...

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Coloco uma garfada de spaghetti à carbonara na boca e, com um gole na taça de vinho, sorrio para Leona. Ela está falando sobre a última viagem que fez, e eu finjo que a ouço enquanto penso em Eduardo.

O spaghetti me faz pensar nele. O vinho me faz pensar nele. A lingerie e o espartilho que eu ainda uso, por baixo do vestido, também.

Tudo na porra do mundo me faz pensar nele - absolutamente tudo. E se isso não é amor, eu não sei o que é.

Estou fodida. Literal e figurativamente.

- Você parece mais distraída do que de costume, Karina - Leona comenta, me vendo encher outra taça e suspirar. - Saudades do seu pai?

- Também, tia - respondo, sem estar necessariamente mentindo. Sinto saudade de Theo todos os dias da minha vida. - Nunca achei que não o teria mais comigo quando completasse trinta anos.

- Ninguém achou, lindinha. Nem ele mesmo. - Leona coloca uma colher de açúcar no café. - Eu me preocupo com você, sabia? Porque você parece demais com Theo...

- No quê? - eu quis saber. Fisicamente, não podíamos ser mais diferentes: meu pai era moreno, baixo e magro.

- No estresse. Nos ataques de pânico. E na solidão. - Ela me encara e pega na minha mão sobre a mesa. - Se cuide, Karina. Eu já perdi o meu irmão, não quero perder você também.

Pisco os olhos várias vezes, tentando não chorar, e o interfone toca. Ouço Márcia, minha governanta, atendê-lo, e o meu coração dispara.

Deve ser Eduardo. Ninguém mais apareceria sem avisar, no dia do meu aniversário.

- Você está esperando alguém?

- Não, tia. Mas se Márcia não veio dizer nada, é Eduardo. Você e ele são as únicas pessoas que não precisam da minha autorização pra entrar.

- Sei. E ele vem muito aqui? - ela não disfarça a curiosidade.

- Bem menos do que costumava vir, quando Theo estava vivo. - Minha tia arregala os olhos e eu solto uma gargalhada. - Não há nada entre mim e Eduardo, Leona! - Pelo menos não mais.

- Pois deveria haver. Eduardo é perfeito pra você, e lindo. Se eu fosse um pouco mais nova, seríamos concorrentes.

- Ele é bem mais velho que eu, na verdade. E eu não quero me envolver com ninguém, você sabe.

- Ser mais velho não é necessariamente um defeito. E eu não disse que ele é perfeito, disse que ele é perfeito pra você. Não existe ninguém perfeito. - Ela balança a cabeça. - Pare com isso de não querer se envolver, por favor! Você não é Theo, apesar de acreditar piamente nas besteiras que ele falava. Os Avelar tem azar no amor? Não faça amigos? Me poupe!

- Do quê? - Eduardo pergunta, entrando na sala de jantar. Ele ainda está com o mesmo terno de mais cedo, e carrega uma caixa nas mãos. Parece ser um bolo ou algo parecido.

- Nada demais. Oi, Eduardo! - Minha tia o beija no rosto. - Você veio jantar com a gente?

- Eu já jantei. Mas trouxe uma torta pra cantarmos parabéns pra Karina. - Ele sorri e tira uma torta de chocolate de dentro da caixa.

Não é uma torta qualquer; é a minha favorita. A torta que eu costumava comprar para comer com Theo, nos fins de semana.