2 - Eduardo

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Karina encerra a ligação e eu fico olhando para a tela do meu celular, completamente em choque. Como assim ela quer trazer um cara dos Estados Unidos para fodê-la? E, pior ainda, pagando?

Ela deve estar drogada. Não há outra explicação.

Mas Karina não usa drogas, não que eu saiba. E eu sei, ou acho que sei, de tudo sobre ela...exceto que ela ainda é virgem. Ah, e que, aparentemente, gosta muito de filmes adultos.

Levanto do sofá e pego um copo de whisky, tomando um gole para me acalmar. Eu estou com tanta raiva que posso matar alguém, e ela é a culpada: minha chefe, Karina Avelar, por quem estou infeliz e fodidamente apaixonado.

- Papai? - Camila, minha filha mais velha, me chama (provavelmente não pela primeira vez). - Você está bem? Porque a sua cara não está muito boa.

- Está tudo bem, meu amor. É só um problema no trabalho, mas eu vou resolvê-lo depois de amanhã. - Ou não. Eu ainda não sei se vou conseguir ligar para o agente do filho da puta, digo, James Hardman. - Por que nós não vamos ficar lá fora com os seus avós e a sua irmã?

Camila segue na direção da irmã e dos primos e eu fico em pé no meio da sala, olhando para as pessoas da minha família que riem e falam alto na varanda. Eu não estou a fim de conversar com ninguém, depois de me ter me afastado para atender àquela maldita ligação; só quero parar de pensar nela. De desejá-la.

De amá-la.

Naquela mesma noite, quando todos vão embora, eu olho para o meu rosto cansado no espelho e me pergunto o porquê de nunca ter tentado nada com Karina. Eu não sou exatamente feio, e, apesar de ser dezesseis anos mais velho que ela, não aparento ter mais um dia a mais do que quarenta - ou até menos. O meu corpo também está razoável, eu frequento a academia regularmente desde o meu divórcio.

Lembro do meu melhor amigo e percebo: ele é o porquê. Theo me pediu para tomar conta da filha dele, e se reviraria no caixão se soubesse de metade das coisas que eu me imagino fazendo com ela.

Mas antes eu do que James Hardman, não? Karina merece que a primeira vez dela seja com alguém importante para ela. Alguém que a ame. Alguém que não tenha transado com centenas (ou até milhares) de mulheres e que não receba para fazer sexo. Em filmes ou com ela.

Alguém como eu.

Saio do quarto, vou até o escritório e ligo o meu computador. Se eu quiser mesmo brigar por Karina, tenho que pesquisar sobre a concorrência e...puta que pariu, ele precisa ser tão alto? James deve ter mais de um metro e noventa, enquanto eu tenho um pouco menos de um e oitenta. Ele também tem um corpo bem mais definido que o meu, um belo bronzeado e um pau grande. Muito grande.

Enorme.

Como aquele cara consegue ter uma ereção e não ficar tonto?!

Dou um suspiro de frustração, sentindo que vou precisar muito das minhas habilidades de advogado para convencer Karina a me escolher. Pelo menos, apesar de ser branquelo, baixinho e ter um pau comparativamente pequeno, eu ganho no quesito olhos; os dele eram castanhos, e os meus, verdes.

Chupa, James Hardman!

Analiso, atentamente, o contrato de confidencialidade na tela, enquanto rio da minha própria imaturidade. Imprimo duas cópias, fazendo algumas observações à lápis, e decido mandar um e-mail para um investigador que eu conheço, pedindo um relatório completo sobre James com urgência. Por mais apaixonado que eu esteja, ainda trabalho para Karina, e odeio, com todas as minhas forças, parecer pouco eficiente.

Fica Comigo (COMPLETO - SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora