18 - Eduardo

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- Você tá me mandando embora, Eduardo? Sério? - Karina pergunta, entre tossidas. - Porra, a gente acabou de transar!

- Tô, Karina. Eu quero que você pense bem antes de me responder. Se você ficar aqui, vamos transar de novo e... - Passo uma das mãos pelo meu cabelo e me encosto na mesa. - Você entendeu.

Entrego um copo de água e ela o bebe em poucos goles, respirando ruidosamente.

- Por que você tem que me pressionar tanto? Estamos juntos há menos de um mês.

- Porque não há porque perdemos tempo. Você me conhece e eu te conheço, muito bem aliás. Sei o quanto você pode ser procrastinadora.

- Você e suas palavras difíceis. - Ela pega o celular e manda uma mensagem. - Estou indo, então. Te vejo amanhã?

- Se você tiver uma resposta pra me dar, sim.

- Que merda, Eduardo! Eu não quero me casar agora! - Karina se irrita. - Se eu disser não, você se demite e a gente nunca mais se vê? Simples assim?

- Não, eu não vou pedir demissão. E se o problema for o casamento, posso esperar até você estar pronta, mas você vai ter que se comprometer comigo. Sair com as minhas filhas, passar o fim de semana na minha casa, me beijar em público... - Ajeito uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. - Quero que as pessoas saibam que você é minha e eu sou seu.

Ela me olha e levanta da cadeira, pegando a bolsa. Abro a porta e selo os lábios dela com os meus.

- Eu te amo, Karina - declaro, apertando o botão do elevador. - Você é o amor da minha vida e eu não quero ter você pela metade. Quero ter você por inteiro.

Ela murmura alguma coisa sobre eu dificultar as coisas e sai, me deixando com a nítida impressão de que eu fiz merda. Se Karina não gosta de ser ignorada, gosta ainda menos de ser pressionada, mas não há outro jeito.

Eu não posso deixar que ela me enrole e, definitivamente, não estou disposto a ser outra Elisa.

-

Uma semana se passa sem que Karina me procure. Duas. Três. Janeiro termina e fevereiro me encontra completamente sem esperanças.

Eu me fodi, certeza. E o pior é que não posso culpar ninguém além de mim mesmo.

Se eu tivesse mantido a minha boca fechada, ainda estaríamos juntos. Conversando, rindo, fazendo amor...

Merda!

- Você anda muito distraído nas últimas semanas, Eduardo - Angélica comenta, quando saímos do fórum. É quase meio dia e acabamos uma audiência há pouco. - Você tá com algum problema? Quer conversar?

- Sim e não, Angélica - respondo, vagamente. - Mas quero almoçar, você me acompanha?

- Claro! - Ela sorri, satisfeita. Enquanto caminhamos até o carro, me pergunto por que me apaixonei por Karina e não pela minha assistente.

Angélica é linda. Inteligente. Divertida. E para completar, está interessada em mim. Mas eu tinha que amar uma certa ruiva complicada, não? Que faz o meu coração disparar e o meu pau endurecer apenas com o som da voz dela.

Porra de coração e pau burros!

Coloco uma música qualquer no som do carro e dirijo em silêncio. Estou emimesmado, pensando em falar com Karina, ligar para Karina, ver Karina...

Karina, Karina, Karina. Sempre ela.

Sento com Angélica em um dos restaurantes próximos à Avelar e peço uma salada. O garçom anota os nossos pedidos e eu sinto a mão dela pousar sobre a minha.

Fica Comigo (COMPLETO - SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora