[14] destino

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só avisando que hoje teve atualização dupla, então se você nao leu o cap 13 vai lá agora e depois volta aqui bls

🌻

6 de Maio, 2018

Já fazia um tempo, quase três meses digamos, e eu me sentia melhor, muito melhor comparado a situação em que eu me encontrava semanas atrás.

Comecei a assistir coisas diferentes, descobri que gosto de reality shows de culinária, principalmente os de confeitaria.

Descobri artistas novos e músicas do tipo que te fazem perguntar: por que eu nunca ouvi isso antes?

Era uma fase nova da minha vida, ou pelo menos o começo de uma.

Os dias ruins foram diminuindo e dando mais espaço aos dias bons, eu me sentia bem em boa parte do meu tempo, mas a dor ainda estava lá, não tão forte como antes, mas ainda estava.

Eu não chorava tanto quanto antes. Não sentia tanta saudade quanto antes. Não pensava nele tanto quanto antes e isso era bom. Eu finalmente estava seguindo em frente.

Era o primeiro domingo do mês, dia de ir às compras, de organizar a bagunça da casa e terminar o dia vendo TV ou bebendo na varanda.

Eu levantei cedo, tomei meu café e saí de casa, cumprimentei os vizinhos e o porteiro, eu estava bem. Estava bem de verdade.

Sentia que nada poderia estragar o meu humor naquela manhã de domingo, e eu estava tão errado.

Lembram quando eu disse que não havia visto Taehyung por muito tempo depois do término? Pois bem, aquele dia foi a primeira vez em que nos encontramos depois de quase três meses, porque o destino é um grande filho da puta.

Eu só havia ido ao mercado, como sempre fazia no primeiro domingo do mês, apenas ir ao mercado e comprar o essencial. Só.

Depois de ir, comprar tudo o que eu precisava, enfrentar uma fila enorme no caixa e trocar umas duas ou três palavras com a funcionária sobre o clima, eu então voltei pra casa.

Estava fazendo um sol tão bom, era primavera e haviam flores de cerejeiras por todos os cantos. Tinha me esquecido de como a primavera é bonita.

Eu estava à algumas ruas do meu prédio quando eu o vi, ele vinha na minha direção de cabeça abaixada, os fios loiros e agora longos caindo sobre o rosto, ele usava uma camisa azul, duas vezes maior que o seu tamanho e uma calça preta, estava lindo, do jeitinho que eu me lembrava.

Meu mundo desabou ali mesmo, meu coração acelerou, batia tão forte que chegava a me assustar, eu estava angustiado, estava doendo, doendo muito.

Taehyung só me viu segundos depois e ele parecia tão surpreso quanto eu, a cada passo dado era como um soco no estômago, eu pensei seriamente em ir para o outro lado da rua, mas não faria sentido, então, apenas continuei, andando em sua direção, como se não fosse nada demais.

Quando estávamos perto o suficiente tive tempo de reparar em seu rosto, ele pressionava os lábios, com os olhos fixos nos meus e naquela altura parecia impossível desviar o olhar.

Machucava vê-lo a poucos metros de distância e não poder fazer nada. Eu sentia tanto a falta dele.

E naquele segundo ao passarmos um pelo outro eu vi nos olhos dele que, sim, ele sentia tudo o que eu sentia, eu me vi em seus olhos, assim como pude sentir no suspiro que ele soltou. Taehyung sentia saudade.

O cheiro dele me atingiu de uma maneira tão inexplicável, foi como sentir pela primeira vez, eu apenas fechei os olhos, me deixando levar pela sensação de nostalgia que me causava. As memórias, tantas e tantas memórias.

HAPPIER | VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora