Nos dias que se passaram, recebemos notícias de Azriel. Os exércitos de Hybern estavam marchando para o norte ao nosso encontro, ou como Keir fazia questão de lembrar, estavam vindo nos massacrar. A ideia geral transmitida pela fala do lorde, era algo que eu não podia discordar, nós seriam estraçalhados, mas não podíamos desistir sem tentar. Cassian vendo o puro desespero estampado na minha cara, me disse que " às vezes a força não é tão importante na batalha quando não se há inteligência", essa foi definitivamente a frase mas inteligente que já ouvi Cassian pronunciando, e pelos olhares trocados entre o nosso círculo íntimo, percebi que compartilhavam da opinião. De qualquer maneira, duvidava muito que Hybern não tivesse inteligência, pois tinha como exemplo Amarantha, que sendo uma única gereral, conquistou toda Prythian por meio século. Não me dou ao luxo de pensar o que centenas de exércitos comandados por outros generais tão astuciosos e ardilosos quanto Amarantha, poderiam fazer com essa ilha.
Bem as refeições, como já comentei, não tem sido lá essas coisas, mas aqui estou eu, comendo um prato razoavelmente grande de alguma coisa que não identifiquei ainda (mas que alguém teve a audácia de nomear carne), ouvindo Morringan e Cassian fazendo diversas piadas, horríveis por sinal, e falando sobre a guerra passada, na qual ambos estavam no lado vitorioso, e agindo como se fossemos nos sair igualmente bem na que estava por vir.
Todos em volta da fogueira em que nos encontrávamos, estavam fazendo o máximo para não estampar a careta de discordância ao discurso de meus dois amigos, até mesmo eu. Entretanto, não podia julga-los por tentarem aliviar um pouco o ar inquieto e tenso que estava sobre todo o acampamento.
Depois de mais alguns minutos ouvindo os gracejos de Mor e Cass - que não atingiu nem um pouco seu propósito - fui para a maior tenda do acampamento, onde acontecia todas as reuniões entre os Grão-Senhores, suas consortes - ao menos as que tinham "permissão" para tal - e suas cortes mais próximas.
Claro que hoje não seria diferente. Entro na tenda já receosa com as decisões que poderiam ser tomadas, ou nas notícias - em maioria ruim - que poderia ficar a par.
E o destino não querendo me decepcionar, fez com que a realidade fosse muito pior do que a minha expectativa negativa.
Já que a primeira coisa que ouso foi simplesmente horrível!- Nós temos que RECUAR. Não, temos não, nós VAMOS RECUAR!!!
TEMOS QUE NOS RENDER ENQUANTO ELE AINDA PERMITE! - ouvi uma voz dizer, não uma voz qualquer, a voz de Beron. Aquele desgraçado, sumiu no momento que precisamos dele, e agora acha que pode dar qualquer opinião sobre o curso de uma guerra da qual ele nem se deu ao trabalho de tomar partido. Ah isso não ia ficar assim. Para minha maior surpresa, ouvi murmúrios de concordância ecoando por todo o cômodo, e passando por todas as cortes, com exceção da Noturna, a verdadeira, pois só estava faltando Keir pedir uma troca formal para a Corte Outonal e mostrar sua gigantesca adoração e apoio ao homem que poderia ter sido sogro de sua filha. Ambos totalmente repugnantes.Quando o surto inicial passou, comecei a avançar para o meio da sala, para tentar entender o que estava acontecendo, e o que aquele ogro ruivo encardido estava fazendo naquele lugar. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, fui "surpreendida" por Rhys, Cassian, Helion e Azriel, furiosos entrando com muita dramaticidade na tenda e se encaminhando diretamente para onde Beron, que agora tinha parado de fazer seu discursinho de rendição, e encarava os dois Grão-Senhores e os dois guerreiros Illyrianos, com o mesmo orgulho e egocentrismo de sempre.
- O que você pensa que está falando?- rosnou o general dos exércitos da Corte Noturna - Hein?! Precisou só de quatro guerreiros para te intimidar o suficiente pro grande, nobre e poderoso Grão-Senhor que você diz ser parar de falar um monte de merda ?
Beron ficou simplesmente olhando para Cassian, sem saber se ficava com raiva ou com medo em meio ao tom do Illyriano.
-Responda homem!!! - Cassian gritou- Não tem mais nada para falar, não é? Seu Idiota!
Ah, agora Beron tinha resolvido qual sentimento seguir, e sem duvida foi a raiva. Nítida e bruscamente, o rosto do grão-feérico ficou completamente vermelho. Vendo a escolha que o homem tinha tomado, Rhysand teve que intervir.
- Cassian, se acalme um pouco. Vamos resolver isso de um jeito que não envolva violência e que eu não tenha que matar ninguém.
- Há! - Beron finalmente se pronunciou- Você não pode me matar Rhysand, isso causaria uma guerra interna entre as cortes. E você não quer isso, quer Rhys? - ele fez questão de destacar com deboche o apelido do meu parceiro.
- Não...- meu parceiro falou calmamente, ignorando a provocação do mais velho- eu teria que matar Cassian, pois ele mataria você. E como ele é considerado um simples soldado, pela sua corte, não teria motivo para causar uma guerra interna. E afinal, eu só teria a ganhar com isso. Claro, que eu teria que matar o homem que eu considero um irmão... Mas valeria a pena se for para me livrar de você.
- Esse bastardo Illyriano não pode me matar! Eu sou um Grã-Senhor!
- Rhys, esse homem é um ogro!
Dei um meio sorriso ao ver que não era só eu que achava que ele se parecia com as grotescas criaturas. "Todos nós achamos isso Feyre, querida" Rhysand falou pelo laço.
- Chamar ele de Ogro seria um insulto aos ogros.- disse Morrigan, que chegará sem ninguém perceber, e deu um pequeno susto em todos. Logo percebi que essa era a intenção, pois ela abriu um ligeiro sorriso e encarou seu ex-futuro sogro, que agora fica ainda mais vermelho de raiva.
Beron abriu a boca para responder minha amiga, mas Kallias foi mais rápido:
- Pelo Caldeirão, que está acontecendo aqui ?
Todos olharam para a porta da cabana, onde os outros Grão-Senhores estavam juntos com Lucien.
- Esses...- Beron começou, ênfase no "começou".
- Nós já íamos resolver o pequeno contra tempo.- disse Rhys- Mas já que vocês estão aqui- se referiu aos chefes das cortes- podemos prosseguir. Bem, como está a ajuda Lucien?
-Elas não virão.- Lucien foi logo para o que todos queriam saber, e depois explicou o motivo- A Rainha está presa como uma pássaro de fogo durante o dia, e uma rainha-escrava durante a noite. E em todo momento, ela fica sob uma supervisão muito rígida do mestre, o maluco para qual as outras rainhas a venderam. Foi quase impossível me comunicar.
Depois disso, um caos geral se alastrou da sala. Minha cabeça começou a girar, não podia ser verdade, tínhamos que dar um jeito, ela era a nossa esperança, o que iríamos fazer agora?
Fui tirada dos meus devaneios quando olhei para o lado e vi que Lucien estava me encarando, e praticamente implorando que eu entrasse na mente dele. Então eu o fiz, "O que foi?""Você não pode mais guardar isso só para si!"
"O que?! O que você recomenda que eu faça?"
"Você sabe muito bem o que!"
"É vc sabe muito bem que eu não vou fazer!"
Foi então que um trovão soou lá fora, e os gritos começaram...
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A Equipe
FanfictionFeyre e seu mundo estão prestes a enfrentar uma batalha colossal, contra um rei maléfico e poderoso. O desespero à muito tomava todo o acampamento de guerra. A chama da esperança, quase apagada, precisava de luz, de uma faísca, de Aelin Galathynius...