Capítulo 10

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ℬℴ𝒶 𝓁ℯ𝒾𝓉𝓊𝓇𝒶...

Como faltava um tempo para o jantar decidimos ir para os quartos, e quando disse que dividiria o quarto com Rhysand, tive olhares estranhos em cima de mim. Mesmo estando incomodada compreendi o lado de minha família adotiva. Afinal para eles eu ainda era uma criança, há pouco tempo tinha saído dali com o tamanho de Evangeline. Muitas coisas mudaram desde então.

Para explicar rapidamente como tudo funciona vou simplificar, é como se existissem vários mundos paralelos e neles a questão de tempo fosse diversificada. Aqui em Terrasen o tempo passa mais devagar do que em Prythian, por isso sempre que eu saía daqui e voltava para casa eu envelheci mais. Foi por esse motivo também que cheguei aos 22 anos eu ultrapassei Aelin na idade, isso sem dúvida deve afetá-la, mas ela é muito orgulhosa para admitir.

- Agora você já pode me contar os detalhes? - perguntou Rhys apoiado no batente da porta do banheiro. Ficamos com o meu quarto de infância. As coisas estavam praticamente as mesmas, só alguns detalhes foram trocados, fazendo o ambiente parecer mais adulto.

- Conto. - disse me sentando na cama, batendo no espaço ao meu lado, indicando que ele se acomodadas ali.

Naquele momento me abri com meu parceiro, e foi uma sensação maravilhosa. Eu sei que não fiz isso antes porque eu não lembrava mas saber que agora, ele realmente sabe de tudo é reconfortante.

Falei para Rhys da questão do tempo, mas também disse das minhas aventuras e brincadeiras minhas e de Evangeline, das palhaçadas com Fenrys, e das lições de distração de Lysandra. Falei como cheguei naquele mundo e o porquê de partir:

- Logo quando comecei a caçar, eu me machuquei. Fiquei horas jogada na neve da floresta, sabendo que não teria como voltar para casa, e que ninguém ia me procurar. Eu queria ficar com medo, mas algo dentro de mim me dizia que tudo ia se acertar, até que uma luz brilhou e cabelos loiros de uma mulher saíram dela. Ela trazia fogo nas mãos e me aqueceu naquele Inverno profundo. Não lembro muito dos detalhes, mas sei que acordei nesse quarto enfaixada e sabia que tinha sido bem cuidada. Aelin estava sentada bem naquela cadeira - apontei para um assento estofado perto da cama - e Rowan estava saindo do banheiro. Quando acordei eu não sabia quem eles eram, mas eles parecem tão preocupados comigo que eu nem pensei em fugir, eu só queria agradecer a eles por não terem me deixado morrer quando nem mesmo minha família se preocupou com isso.

Rhys apertou minha mão em um gesto de conforto.

Dei um sorriso e continuei:

- Por algum motivo Aelin gostou de mim. Ela perguntou se eu queria ficar mais um tempo e aprender um pouco de arte e da cultura desse povo. Viver com eles. Claro que no meio ela deu um jeito de inserir técnicas de luta e batalha. Se não fizesse, não seria a Aelin.

- E o que mais? Continue, preciso saber o quanto devo a essa mulher por ter cuidado e você.

Olhei para ele com a sobrancelha arqueada e logo comecei a rir.

- Vou falar o resto quando estivermos todos juntos no jantar. Contar a mesma história duas vezes na mesma noite não tem tanta graça. - disse me levantado e andando em direção a janela, analisei o sol e acrescentei - Além de quê faltam pouco mais de 10 minutos para o jantar, e a Rainha não gosta de atrasos quando se trata disso.

- Só disso? - ele questionou.

- Em maioria sim.

"Rowan não deixa ela comer nada até todos estejam na mesa."

Completei por pensamento com medo de que com tantos ouvidos feéricos por perto, isso terminasse chegando a Aelin.

Rhys gargalhou, ele veio para perto de mim e estendeu seu braço. O peguei e começamos a ir em direção a porta. Estava prestes a estender o outro braço para a maçaneta, quando as grandes portas duplas se abriram sozinhas. Graças aos meus reflexos feéricos, consegui sair do alcance da placa de madeira antes que ela me acertasse.

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