Capítulo 7

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- Se todos estão aqui, acho que já podemos ir! - Aelin dizia animada - Ah, espere, esqueci uma coisa...

Depois da votação de Rhys, os grãos senhores resolveram com suas cortes quem iria nos acompanhar. Da corte Primaveril, um general que se manteu fiel a Tamlin, Rocais, iria; da Estival seria Varian; Outonal, Kimus, um dois filhos de Beron; Diurna, o próprio Helion; Noturna, todos do círculo íntimo com exceção de Amren (sendo a segunda no comando, e conseguindo intimidar Keir, não seria problema para ela manter a ordem, foi o que Rhys disse); Invernal, Viviane e da Crepuscular, Thairus, o capitão da Guarda.

Esses dois últimos foram os mais difíceis já que para o restante foi a escolha mais óbvia e Beron simplesmente pegou um dos filhos cruéis. Por serem esposa e amante de grão-senhores, o processo para uma concordância mútua foi árduo. Para Viviane, foi preciso que meu parceiro jurasse a Kallias que a protegeria como se fosse sua própria parceira, o que eu sabia que ele já faria de qualquer maneira. Só aí que Viviane conseguiu um diálogo mas racional, usando como motivos eles dividirem o controle de uma legião, e que não faria tanta falta, ao menos não comparado a tirar um comandante de poder individual. Contra isso Kallias não tinha nada, então não teve opção, senão permitir a partida da amada.

Thairus já foi diferente, ele disse para Theasan que precisavam enviar alguém que tivesse 100% de chance de sobreviver, alguém com treinamento, inteligência e que não fosse fazer muita falta em uma batalha inesperada. Ele realmente estava achando que essa viagem causaria sua morte. Theasan ignorou tudo que lhe foi dito, e falou que não podia perder o capitão, e esse disse que se não fosse ele teria de ser um de seus homens, e se por ele não ir, um soldado seu morresse ele nunca se perdoaria, pois seja lá quem fosse, teria de ser de confiança, e ele não queria perder um amigo. Acho que Theasan compreendeu a mensagem por trás dessas palavras, se alguém morresse por causa que ele não deixou Thairus ir, o grão-senhor nunca seria perdoado pelo amante. Pelo visto ele preferia ver o outro morto ao tê-lo vivo, mas não tê-lo de verdade. Era isso ou Theasan realmente acreditava que todos voltaríamos vivos, e o que o empedia antes não passava do mais puro medo do sentimento vazio que era deixado quando se ficava longe de sua metade.

Rhys ficou meio triste que todas as cortes levaram a sério quando lhes disse para designar um membro de cada uma para nos acompanhar, ele esperava que elas enviassem bem mais. Mas tirando esse fato, todos pareciam bem felizes na fila, para passar pelo portal entre mundos, que Yrene nos colocou.

- Ela tem TOC ou coisa assim, nunca vi alguém gostar tanto de ordem - Cassian resmungou atrás de mim.

- Não Cass, ela só é organizada. Deveria tentar uma hora dessas. - Mor provocou.

- Mas precisava fazer todos esperamos nessa fila por uma hora? - reclamou ele - Só não me sentei no chão por causa de todo esse teatro de homem mau e cruel da Corte Noturna! - falou mais baixo dessa vez.

- Não foi o que aconteceu! - exclamei - Ela disse que nos daria uma hora para prepararmos nossa bagagem, e que depois nos encontraria aqui. A culpa não é dela se você demorou cinco minutos para fazer as malas e veio direto para cá! Poderia ter ido fazer outra coisa, com o eu e Mor. Yrene não fez nada além de te colocar em um lugar apropriado para nossa partida. - recebi só silêncio e um olhar de reflexão do general como reposta - E de qualquer maneira, não vale manchar a sua imagem de macho Durão se Aelin disse que nos já íamos sair.

- Isso não conta Feyre, pois já é a quinta vez que ela falou isso, e pela quinta vez achou mais uma coisa fora do lugar! - Mãe! Como Cassian estava reclamão hoje!

- De um desconto, ela veio para um novo mundo desconhecido, só está curiosa! - o que ele não precisava saber era que sua curiosidade seria morta por uma bibliotecária da Corte Diurna, que conhecia livros espetacularmente maravilhosos, segundo Aelin, e que não existiam em Terrassen. Aí, aí, tinha me esquecido como minha amiga era uma leitora viciada.

- O que nós estamos esperando? - Rhys perguntou aparecendo do nada - Por que ainda estamos aqui?

- Ahhhnn... - enrolei, pensando em uma desculpa, já que a pergunta tinha sido claramente dirigida a mim.

- Vamos! - Gritou Aelin, me livrando de ter que inventar uma grande mentira, que resultaria em Rhysand descobrindo a verdade, que seria contada a Cass, despertando um certo surto contra a rainha a alguns metros, que eu gostaria de evitar.

- Finalmente! - gritou Cassian

Aelin ouviu essa reclamação, lhe lançou um olhar de negligência e depois se virou para mim - Sério Feyre? Foi esse o tipo de companhia que você foi arranjar? Ele - apontou para o illyriano - é pior que todos aqueles machos territoriais juntos!

Deu um risinho sem graça, Cassian era difícil, mas sem dúvida não era pior que a companhia de Aelin, eles eram vários, Cass era só um.

- Ei! Eu estou aqui ! - Falou ele

- Ah desculpe! Prefere que eu o ofenda pelas costas? Tudo bem. Só achei que não fosse gostar disso. - disse ela. Sem dúvida estava colocando lenha na fogueira.

- Eu prefiro que você não fale mal de mim. - concluiu Cass, achando que tinha vencido essa. Iludido.

- E eu - impôs a rainha - preferiria que o grande general aqui, não me desse motivos para insultá-lo.

- Eu... É... - Cass tentou rebater, mas Aelin não deixou

- Atendendo a um pedido seu, não vou fazê-los esperar mais, estamos indo agora. - ela olhou diretamente para Cass como se disse "satisfeito".

Antes que o guerreiro pudesse responder, Aelin deu as costas e foi para frente de fila. Mare e Yrene se posicionaram uma de cada lado dela. As três analisaram cuidadosamente o acampamento, todas as pessoas que a encaravam, os feridos que elas ajudariam, o mundo que elas salvariam. Uma jovem, que deveria ter aproximadamente 14 anos, se aproximou das estrangeiras, e com certa timidez, depositou toda a sua fé e gratidão nas palavras, quando disse:

- Obrigada. Por se importar, eu sei que vocês vão conseguir, e voltarão com ajuda para nos salvar. Agradeço e peço por todos aqui. Por favor, não desista de nós.

Para ouvidos humanos, a conversa não passava de sussurros incoerentes, mas para feéricos, as palavras da menina estavam mas que claras. Por isso alguns dos ali presentes se assustaram, com a audácia da jovem, ao falar com as estranha. Não demorou muito para que os que não tiveram reação, adquirissem uma expressão de surpresa pela resposta da assassina:

- Nunca. Você tem minha palavra. A ajuda virá, e Prythian ganhará essa guerra. - Aelin deu um leve sorriso para a guerreira menina, se virou, abriu o portal para seu mundo e se foi.

Para os que não conhecem Aelin, diriam que ela só aproveitou a deixa para partir, mas para Mare, Yrene e eu, Aelin foi embora para não chorar na frente de desconhecidos. Ela viu naquela jovem, esperança. Ela se viu na menina. Ela viu a garota que por muito tempo ela negou, e por isso muitos morreram, e ela viu a pessoa que ela era. Alguém que faria qualquer coisa, imploraria para qualquer um, se isso significasse a segurança de sua família. Por isso ela está aqui, para proteger a mim e aos que eu chamo de família. Ela não desistiria. E eu a amava por isso. Mas e se...

- Feyre! - Yrene disse balançando os braços em frente ao meu rosto. - Feyre, sua vez! Tá tudo bem? Você está meio pálida.

Tinha me perdido nas minha conclusões, e não tinha percebido que tinha chegado a hora de ir.

- Sim, estou bem. - andando para o portal, virei para meus amigos e disse meu adeus - Vejo vocês no outro lado! - me joguei no portal e estava em Orynth.

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