Antes que pudesse piscar, Rhysand já estava ao meu lado, junto com Cass, Az e Mor. Eles formaram uma linha de defesa a minha volta sem que eu percebesse. Mas eu precisava sair, tinha que ver o que tinha lá fora mesmo achando que já sabia. Eu tinha que ter certeza, afinal, poderia ser uma ataque de Hybern, ou um simples acidente, ou ainda o começo de uma tempestade. Mesmo querendo mais do que tudo que fosse a segunda opção, apostava na última. Uma tempestade, uma tempestade humana, de carne e osso, que devastaria qualquer coisa que estivesse em seu caminho.
- Pelo Caldeirão, o que foi isso? - alguém perguntou, finalmente quebrando o silêncio que havia se alastrado pela sala depois do misterioso episódio.
- Eu não sei - Todos os Grãos senhores presentes falaram juntos, mas só Rhysand acrescentou:
- Vou verificar do que se trata.
Antes de ir, ele foi falar com sua prima e seus companheiros illyrianos.
Eles fizeram esse pequeno círculo a minha volta para ninguém entrar, e não para que eu não saísse, pois eles nunca iriam pensar que eu tentaria sair, ir lá fora e ver quem ou o que nos atacará. Esse foi o primeiro erro que cometeram.
Quando meu parceiro virou para me encarar, ele só viu o nada, pois eu já estava longe dali. Senti pelo laço de parceria um desespero momentâneo, que depois passou para ódio, não de mim - ele nunca sentiria ódio de mim - mas de quem poderia ter me pego ou me feito algum tipo de mal. Chegando na entrada da tenda, senti pelo laço um grande alívio da parte do meu parceiro, soube nesse momento que ele tinha me visto sair e que estaria vindo atrás de mim.
Pela Mãe, sem dúvida ele estava vindo. A preocupação que ele emanava poderia ser sentida por qualquer pessoa que estivesse perto dele - tanto pelo seu cheiro quanto pela sua expressão - . "Desculpa" pensei. Só eu sei como detesto fazer com que ele sinta algo que não, amor, desejo ou felicidade.
Lá fora, Lucien me esperava. Se fosse outro momento, perguntaria como ele conseguira chegar aqui antes de mim já que se encontrava muita mais afastado da entrada da grande barraca do que eu. Mas não era outro momento. Olhei rapidamente para ele e seu rosto me perguntava o que iríamos fazer. Não me dei ao trabalho de respodê-lo e comecei a correr direto para o ponto onde o raio atingiu. Lucien nem precisou pensar para entender o que estava fazendo, e disparou atrás de mim. Espiei pelo do ombro a tenda principal que se mostrava vazia.
Por não hesitarmos antes de corrermos, chegaríamos lá antes dos outros e teríamos um pequeno - mas precioso - tempo de vantagem para resolver esse problema.
Depois de correr como nunca antes, chegamos no local que o trovão interceptou. Ofegante comecei a analisar meu arredor. Estávamos em uma das principais ruas - se podemos chamar assim - do acampamento de guerra. Tudo ficou incrivelmente escuro naquela área. Só conseguia ver pois o sol não tinha se posto por completo, isso ajudava em alguma coisa. Continuei a observar até que reparei em um local com uma grande sombra proporcionada por uma gigante barraca onde guardávamos os equipamentos de guerra. Dentro da sombra havia uma pessoa.
Pelo Caldeirão, não podia ser.
Me virei a tempo de ver o ruivo do me lado olhando para o mesmo ponto e começando a dar um passo a frente. Estiquei o braço para impedi-lo de continuar. Se alguém fosse se arriscar a chegar perto daquela coisa, esse alguém seria eu.
Virei-me novamente para a sombra, e comecei a me mover. Infelizmente fui impedida antes de dar meu terceiro passo.
- Oi, Feyre, querida - Rhysand apareceu na minha frente com menos de 5 centímetros nos separando.
Mãe, como eu ainda conseguia esquecer da habilidade dele de atravessar. Era algo que me atrapalhava com mais frequência do que eu gostaria de admitir.
Lancei meu sorriso mais inocente para ele enquanto tentava com todo fervor olhar por cima de seu ombro para ver novamente a sombra e a figura que nela habitava.
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A Equipe
FanfictionFeyre e seu mundo estão prestes a enfrentar uma batalha colossal, contra um rei maléfico e poderoso. O desespero à muito tomava todo o acampamento de guerra. A chama da esperança, quase apagada, precisava de luz, de uma faísca, de Aelin Galathynius...