Capítulo 8

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Rhys

"Vejo vocês no outro lado!", ela disse isso e entrou nesse portal. O laço de parceria está em total silêncio, mas ainda está aqui. Isso quer dizer que ela está viva! 'Ok Rhysand, tá tudo bem! Você já vai encontrá -la.' Feyre foi a primeira do círculo íntimo a passar pelo portal, o que implica nela estar sozinha nesse instante em seja lá onde Orynth for. Tecnicamente, Cassian e Azriel estão na minha frente para atravessar, mas quando se tratava de minha parceira, não ligava nem um pouco para regras de segurança, até porque, eu sei muito bem me defender.
Chegando a essa conclusão, empurrei meus irmãos e passei direto pelo portal sem olhar para trás. Ok, talvez eu tenho sido demasiadamente bruto nessa ocasião, mas eles vão entender, meus hormônios de proteção estão a flor da pele, e sem duvida foi sentido pelo os que estão a minha volta.
A viajem naquele portal foi uma coisa bem estranha, parecia que eu estava meio dopado, várias cores apareciam e iam, e tinha várias imagens, mostrando diversos momentos. Uma que consegui reparar, estava representando uma luta, com dimensões gigantescas, com feéricos, humanos, criaturas que eu nunca vi, e magias até então desconhecidas em meu mundo. Tinha um ser místico que me lembrou de Drakon e Myriam, pois ele parecia com as asas do povo de meu amigo. E outro que me lembrou das asas dos ilyriano. Ambos eram montados, e travavam fortes batalhas no céu cinzento.
Havia também centenas de milhares de corpos ao chão. Uma completa horrorozidade.
Antes que eu pudesse ver mais detalhes, tudo aquilo tinha sumido, e só o que via era um local estranho, com cheiro de Pinho e Neve. Eu estava em um campo, rodeado com árvores, extenso e verde, com flores, em sua maioria vermelho fogo. Ao fundo, tinha um enorme castelo, com uma cidade aos pés. Este era com torres de diversos tamanhos, sendo uma mais alta e mais grossa. Com um tom de prateado majestoso, que refletia no sol que o dia sem nuvens proporcionava. A temperatura era razoavelmente fresca, o que me dizia estamos na primavera. Maldita estação! Parece em que tudo tem que ter a sombra dele. Em falar nele, lembro-me agora que não estou sozinho, a minha volta, Viviane,Mare, Rocais e Kimus conversavam e admiravam o lugar. Como não me olhavam estranho, presumi que toda a minha análise não tenha durado mais que três segundos. Mas... onde estava Feyre? E Aelin?
Agora que faço uma análise, não do lugar, mas das pessoas, posso ver uma chama e minha Feyre, correndo no horizonte, com destino, eu presumo, sendo o Castelo. Dou um passo a frente. Ela está tão bela, com os cabelos soltos ao vento, um sorriso tão magnífico que me fez sorrir involuntariamente. Ela não faz ideia de como é difícil não parar simplesmente o que estou fazendo, seja um reunião com os grãos-senhores ou uma conversa familiar com Mor, para admira-la.
Atrás de mim, ouço mais duas pessoas chegando. E pelas vozes, ou falta dela, concluir serem Cass e Az. O primeiro, logo arregalou os olhos e disse surpreso:

- Que tipo de lugar é esse?! Isso é o paraíso! - Não foi uma pergunta, e sim uma afirmação, estava tão distraído com Feyre, e checando o perigo do lugar, que não parei para ver a beleza por trás da simplicidade. Aquele lugar era um verdadeiro contos de fadas. Era incrível! Não que Velaris não fosse, mas seu charme era diferente. Enquanto meu lar, tinha uma ar de familiaridade, aqui tinha um ar de nobreza e classe. Não que o casual estivesse ausente, pelo contrário, Orynth conseguia ser acolhedor e poderoso ao mesmo tempo. Era, assim como Velaris, uma cidade dos sonhos.

- Pelo caldeirão! - Exclamou Mor ao meu lado - Helion! Venha ver isso aqui!
Logo o Grão-senhor se juntou a nós.
- Ooohhh! Que maravilha de lugar! - estreitou um poucos os olhos e comentou - Rhys, aquela ali não é a Feyre? - apontou para o horizonte. Agora ela já estava mais perto de cidade, e tenho que dizer, estava correndo muito rápido, pois já tinha percorrido a maioria do colossal percusso. Sim, nós estamos muito longe mesmo do Castelo.

- Aham. Sem dúvida é ela. - minha prima respondeu por mim. - Ela está bem longe né?!
- Sim. - concordou Cassian - Mas sabe o que não está nem um pouquinho longe? - Todos olharam para ele curiosos.
- O Que? - ousei perguntar.
- Aquele falcão, que parece está voando diretamente para cá. - respondeu o general como se fosse a coisa mais normal do mundo. E antes que pudesse perguntar do que ele estava falando, um grito estridente e horror e medo ecoou entre nós, a princípio achei ser de Morringan, já que era muito agudo para um homem e Viviane estava bem na minha frente. Mas tive tempo de me virar e ver que a voz vinha de Kimus, sim, um dos filhos supostamente valentões de Beron. Eu teria rido, junto com outros, se não conseguisse ver pela minha visão periférica que o grande pássaro só descia cada vez mais e mais. Estava me preparando para o impacto assim como todos eles. Ninguém aqui queria machucar um pássaro inocente. Ficamos na tensão até que a ave planou e quando estava bem na nossa frente, se transformou em luz, e desta surgiu um macho feérico, com cabelos prateados, pele morena, olhos verdes e com uma chamativa tatuagem no rosto, que descia pelo pescoço. Não conheço ele, mas é fato que é estiloso. Ele usava uma roupa em parte a rigor misturada com o essencial para o combate imediato. Tudo em tons de verde e prateado. Ele provavelmente era um metamorfo.
Cassian quebrou o silêncio:
- Eaê. Você é...? - O desconhecido deu um minúsculo sorriso sem graça, que logo sumiu. Juro que o ouvi murmurar " Não acredito que eu vou fazer isso. Você vai ver Aelin!" Com bastante raiva na voz.
Continuamos a encará-lo até que:
- Bem vindos a Terrassen! - disse com um tom de falsa animação, e depois abriu um outro sorriso igualmente forçado, que para outros, provavelmente daria medo. É aquele tipo que é feito por que outra pessoa manda, e que não tem muito costume de dar as caras. Como eu disse, assustador!
- Pelas minhas cores! - bradou Mare - O que vocês, machos feéricos, não fazem por uma mulher?! - sabe aquele sorriso, então, ele ficou ainda pior, quando se transformou em um ranger de dentes - Isso é hilário! - Mare só não continuou o discurso pois foi cortada pelo macho.

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