Capítulo 13

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Feyre

Assim que coloquei os pés para fora da reunião em que discutimos nosso plano, Evangeline se agarrou no meu braço. Foi por pouco, mas consegui convencer ela a me largar para que pudesse trocar de roupa. Eva estava achando que eu iria fugir para minha cama.

- Já está pronta? - perguntou ela pela sexta vez. E pela sexta vez eu respondi que não, mas agora, a impaciência começava a aparecer no meu tom de voz.

- Eu estou nervosa. - Ela admitiu do outro lado da porta do meu closet, onde eu estava recém saída de um banho, escolhendo uma roupa confortável para passar um dia de primavera caminhando pela cidade.

No quarto, podia ouvir Evangeline caminhando de um lado para o outro, até que se jogou em algum lugar, que supus ser a cama.

- Vamos colocar algumas regras. - falou ela categoricamente mente, usando do político jeito de se expressar, técnica ensinada a ela tanto por Aelin quanto pelo Lorde de quem era herdeira. - Quando você conhecer ela, você não pode 1) fazer qualquer piada sobre mim ou revelar algum podre. 2) Vai ser gentil, e dar uma chance para que vocês duas se conheçam antes que você a julgue. 3)...

- Ei! Eu não sou de julgar as pessoas! - exclamei irritada por sua certeza.

- Feyre, agora você é feérica. Seus instintos territoriais são difíceis de controlar. Acredite, eu vivo com eles a anos. E eles assim como você, sempre negam esse fato. É só um aviso para você lembrar desse detalhe, eu não achei que você iria julgá-la.

- Tudo bem. Continue por favor. - respondi ainda ofendida.

- 3) Me ajude a encontrar pistas sobre ela.

- O que? Como assim pistas? - perguntei totalmente confusa.

- O aniversário dela será daqui a dois meses, e eu quero fazer uma surpresa para ela. O problema é que eu não sei muito bem do que ela gosta, então eu pensei...

- Que eu poderia ajudar você a descobrir? - a interrompi. Ela assentiu e eu não resistir a provocá-la - Você não pode simplesmente perguntar para ela como qualquer pessoa comum?

- Não sua gênia! Se eu fizer isso, vai estragar a surpresa. E é mil vezes mais romântico quando você da um jeito de descobrir os gostos da pessoa sem ser perguntado para ela. Mostra que você gosta dela o bastante para usar seu tempo por ela.

- Eu queria poder negar, mas pensando bem, isso é verdade. Aparentemente você está certa. - respondi impressionada.

- Eu sempre estou certa. - Ela declara satisfeita.

- E humilde. Não se esqueça disso. - brinquei.

Ela abriu a porta do closet, não se importando mais se eu já estava vestida ou não, me deu língua e disse:

- Seu tempo acabou. Vamos.

●~♡~●

Desde de o minuto em que saímos do meu quarto, fiquei me perguntando quando Evangeline cresceu tanto.

"Ah, talvez tenha sido nos anos em que você voltou para o seu mundo!" minha mente caçoava.

Para mim foram anos sim, mas para ela tinham sido só alguns meses. E com isso a pergunta voltava:

Como a criança que ela era quando parti virou essa jovem extraordinária tão rápido?

Evangeline sempre foi muito forte. Passou por uma infância difícil, e ainda conseguia sorrir. Participou de uma guerra, e ainda sim não deixou de ver a beleza da vida. Teve suas bochechas rasgadas para não ter uma vida de submissão e mesmo assim não ficou armagurada.

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