capitulo XVI

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Como já era óbvio, a minha dupla ganhou, até porque eu sou o melhor aluno de poções do sétimo ano. Granger ficou em segundo lugar o que também não é novidade, ela é boa em tudo, mas poções é a minha área. Sorrio apoiado em Blasio por não ter que anotar a lição que meu padrinho está passando e olho para Potter que escreve concentrado tudo que é dito. Ele fica tão lindo com essa carinha, assim que Snape termina de passar a lição, somos dispensados. Decido ficar mais um pouco na sala, antes de dar o horário da próxima aula. Me despeço de Blás e Pansy indo até a mesa de meu padrinho.

-Tudo bem D? -ele pergunta assim que nota minha presença, assinto com a cabeça sorrindo de lado.

-Senti sua falta -digo me apoiando na mesa, ele sorri um tanto quanto paternal fazendo carinho em meus cabelos.

-Eu sei, eu também senti, o estranho foi que, quando eu estava me recuperando, senti falta de dar aula, acredita nisso? -ele fala um tanto chocado me fazendo rir.

-Isso com certeza é estranho -ouço o barulho de algo caindo e me viro dando de cara com Potter.

-Desculpa -ele pede meio sem graça pegando o que tinha derrubado colocando novamente no lugar.

-Precisa de alguma coisa Senhor Potter? -meu padrinho pergunta arqueando a sobrancelha.

-Eu esqueci meu celular -ele aponta para a mesa onde estava sentado vendo o aparelho encima da mesma. Severus aponta com a cabeça indicando que ele pode entrar e pegar o que tinha esquecido.

-Falei com a sua tia esse dias -Severus disse chamando a atenção do garoto de óculos.

-Perdão? -ele pergunta como se não tivesse entendido.

-Petúnia -meu padrinho fala o nome da aparentemente tia de Harry -Eu a vi esses dias, ela disse estar te procurando, e que sente sua falta -Potter o olha estranho como se não acreditasse -Sim, eu sei, eu também estranhei e até falei isso para ela, como se já esperasse que eu fosse dizer aquilo ela falou que sentia muito por tudo que ela tinha feito, que antes era por inveja, e então, quando Lilian morreu, por rancor.

-Da minha mãe? -ele pergunta sem acreditar.

-Não, dela mesma, ela odiava a sua mãe, pelo fato de que, quando ela descobriu ser uma bruxa seus avós começarem a tratar ela diferente, tudo era para Lilian, tudo tinha haver com a Lilian, por isso a inveja, seus avós sempre ficaram maravilhados com o fato de Lily ser uma bruxa e nem percebiam que estavam excluindo a Petúnia, eu também nunca percebi, durante todos os anos que voltava para casa, sempre via Petúnia como a pessoa ruim, a egoísta mimada, de certo modo ela era, mas isso era consequência dos atos dos pais dela. E então, quando Lily morreu, ela ficou com raiva, raiva de não ter se desculpado ou então tentado falar com Lilian antes que tudo aquilo acontecesse, e raiva principalmente de você, porque foi por você, pra te salvar, que ela morreu -ele para por um momento encarando o garoto em sua frente que estava com lágrimas nos olhos -Ela disse que não fui só eu quem perdeu alguém naquela noite, eu posso ter perdido a minha melhor amiga, a pessoa que eu amava, mas ela, ela perdeu a irmã, sem ao menos ter tido a chance de se desculpar.

-Era por isso que ela sempre me tratou tão mal? -ele pergunta em um fio de voz -Por isso que me colocou para dormir no armário embaixo da escada? Ela deixou que me tratassem como uma aberração quando descobriu que eu era como os meus pais -ele já nem tenta mais segurar as lágrimas e isso está acabando comigo, sem aguentar mais me aproximo dele devagar, quando ele percebe o que estou fazendo se agarra a mim com força.

-Shiu tá tudo bem -digo baixo em seu ouvido -Eu to aqui -ele me aperta em seus braços escondendo o rosto em meu pescoço.

-É porque para ela você era, foi quando sua mãe descobriu ser uma bruxa que toda a vida dela mudou, que tudo que ela tinha com a sua mãe desapareceu, ela amava sua mãe, mas não suportava saber que Lilian estava tendo tudo que ela nunca teria: o amor dos pais, amigos de verdade, pessoas que sempre estariam ali pra ela, Petúnia perdeu a única pessoa que amava, e que a amava da mesma forma no dia que sua mãe teve sua primeira demonstração de magia. Eu não vou defender ela, tudo que ela fez e deixou fazerem com você, foi horrível e imperdoável, eu só estou te contando o que ela pediu para contar -Severus diz com um pesar na voz, isso o afeta tanto quanto afeta Harry -Ela quer te ver -Harry o olha como se não acreditasse no que ele disse -Eu sei que você não quer ver ela, e entendo completamente -ele para por um momento suspirando -Saiba que se precisar de qualquer coisa eu estarei aqui ou moreno assente com a cabeça limpando o rosto e se soltando de mim.

-Desculpa -ele sussurra saindo da sala em seguida.

-Isso foi..

-É eu sei, odeio ter que falar isso pra ele, como se já não tivesse sido o suficiente tudo que ele passou durante todos esses anos -ele suspira massageando a testa.

-Foi bom você ter contado -digo tentando anima-lo -Tirou um peso das suas costas e logo ele vai entender o porque.

-E o que adianta ter tirado isso de cima de mim se agora ele vai ter que lidar com tudo sozinho? -sorrio de lado levando a mão te seu cabelo o acariciando de leve.

-Ele não vai estar sozinho -é tudo que digo antes de lhe dar um beijo rápido na bochecha e sair da sala.

Eu preciso de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora