Em Meio a Tempestade

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- Cidade de Lumia, Reino de Elèktross: 7 anos atrás -


O som de risadas infantis em uma humilde casa, um pouco mais afastada do centro do vilarejo, animava o local. Era contagiante, todos que passavam por ali também riam. A origem do som vinha de duas crianças que brincavam com uma bola no quintal da casa sob o olhar acalorado dos pais. A mãe estendia lençóis recém-lavados no varal enquanto o pai brandia velozmente o machado em pequenas toras de madeira.

Eram dois irmãos: um garoto mais velho, com seus dez anos, que possuía a pele clara, os olhos dourados levemente puxados e um cabelo com um penteado um tanto incomum: seus cabelos loiros eram lisos na parte da frente, caídos sobre os olhos, porém, na parte de trás eram completamente arrepiados e bagunçados. A outra era uma garotinha que também possuía a pele clara e os mesmos olhos dourados levemente puxados do irmão, com seus cabelos lisos loiros iam até à altura dos ombros, a pequena mais parecia uma boneca.

O garoto jogava a bola pra sua irmãzinha, que, com dificuldades, agarrava-a e jogava com toda a força que tinha de volta para o irmão. Seguia tudo em ritmo contínuo até uma voz interromper e prender a atenção das pessoas ali reunidas.

??? - Fiquei fora apenas por alguns meses e olha só como vocês cresceram!

Um rapaz fardado disse encostado na posta da casa que dava acesso ao quintal.

Era um rapaz de estatura alta de porte físico atlético, pele clara, cabelos loiros lisos levemente caídos sobre seus olhos dourados e mantinha um sorriso gentil na face. Vestia-se com uma farda da guarda real de Elèktross que consistiam em calças e botas pretas, um colete amarelo com alguns detalhes prateados, além disso, usava uma capa branca. Possuía também partes de armadura em seus joelhos, cotovelos e antebraços e uma espada embainhada na cintura, mas o que mais chamava atenção era seu cachecol. O tecido era de um vermelho vivo e combinava perfeitamente com o rapaz.

Ao ver de quem se tratava a garotinha jogou a bola sem prestar atenção em sua trajetória e correu para abraçar o jovem.

Garota - Onii-chan! – a pequena pulou nos braços do irmão abraçando-o fortemente.

??? - É bom te ver também Clarie – girava com a irmãzinha presa a si – Não vai dar um abraço no seu irmão, Volkner? – percebeu que o garoto não foi até ele.

Volkner - Já vou nii-san, vou pegar a bola e já volto – saiu correndo e pulou o pequeno cercado da casa a procura da bola que sua irmã havia jogado.

??? - Pensei que estivesse com saudade... – comentou encarando o garoto correr e colocando a pequena no chão novamente.

Mãe - Niel, seja bem-vindo! – veio para perto e o abraçou carinhosamente.

Niel - Estou de volta mãe – retribuiu o abraço da mulher.

Pai - Vejo que tem muitas novidades – apertou fortemente a mão do filho e deu-lhe um abraço rápido dando leves tapas em suas costas – Vamos, entre, temos muito que conversar – colocou o braço sobre os ombros do filho e o conduziu para dentro de casa.

Niel - Muitas! – sorriu confirmando para o mais velho.

Enquanto isso o pequeno garoto loiro procurava a bola por todos os lados, até que a viu rolando e parando aos pés de uma figura um tanto estranha, que parou seu caminhar e abaixou pegando-a nas mãos. Era um homem que já sofria com o peso da idade, sua pele já levemente enrugada e manchada, os cabelos grisalhos e os movimentos lentos entregavam isso. Volkner foi até o senhor que o esperava se aproximar para entregar o brinquedo, porém, o garoto ia a passos lentos. Volkner estava meio receoso, pois, a face séria do velho o intimidava, principalmente o fato do mesmo usar um tapa-olho sobre o olho direito.

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