Adeus, Reino de Elèktross!

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O céu ainda estava escuro e as grandes nuvens negras de chuva impediam que o brilho das estrelas e da lua iluminasse o caminho do pequeno grupo de fugitivos. Estavam ainda no meio da floresta, longe dos territórios do duque Barthon, porém, ainda assim não estavam a salvo.

A chuva que caía torrencialmente forçou-os a parar para se abrigar em uma pequena caverna, abaixo de um morro. O local era escuro, úmido e cheirava mal, porém, não tinham muitas opções no momento. Ou ficam ali ou enfrentavam a tempestade no meio da floresta, onde também podia ser atacados por animais ou bestas selvagens.

Todos estavam em silêncio, apenas a chuva e o eco do gotejar das infiltrações da caverna podiam ser ouvidos. Tristan estava encostado, próximo a saída da caverna encarando hipnotizado, a chuva. Lucy sentou numa pedra com sua bolsa no colo, abrindo-a em seguida para conferir se Lince estava bem e para sua surpresa o felino dormia profundamente, mesmo depois de toda aquela confusão, horas antes.

Volkner sentou-se no chão, a frente de Lucy e ao seu lado estava Eliza abraçada as pernas com o olhar perdido. Seu fino vestido estava praticamente todo encharcado e sujo de lama e lodo, além de possuir alguns rasgos no tecido.

Volkner – Acho melhor a senhorita trocar de roupa se não quiser pegar um resfriado – chamou atenção da morena, preocupado, vendo a mesma lhe encarar com os olhos tristes.

Eliza – Volkner, ele iria mesmo nos matar? – indagou ainda não acreditando no que havia ocorrido.

Volkner – Infelizmente sim, mas não devemos pensar nisso agora – suspirou fundo limpando uma lágrima que escorreu involuntariamente pelo rosto da morena – Vamos, troque de roupa, senão o risco de ficar doente aumentará – sorriu gentil fazendo a garota confirmar com a cabeça se levantando.

Eliza – Lucy, vo-você poderia me ajudar? – indagou começando a sentir frio.

Lucy – Claro! – deixou com cuidado sua bolsa sobre a pedra a qual estava sentada e seguiu com a amiga para trás de uma pedra que estava sobressalente no solo, numa altura suficiente para esconder o corpo de uma pessoa.

Volkner – Ela está com frio... comentou lembrando-se que os lábios rosados da garota agora estavam brancos – Preciso fazer uma fogueira... – comentou levantando-se e olhando ao redor.

Olhou para os lados e viu um ninho de pássaros caído no chão com algumas cascas de ovo. Caminhou até ele, retirando algumas teias de aranha que o cercavam.

Volkner – Agora só preciso de madeira... – comentou mais feliz.

Tristan – Pode esquecer garoto, só há madeira molhada com essa chuva... – comentou sério sem se virar, ainda de olho na chuva.

Os pensamentos de Tristan estavam embaralhados, pois, depois de anos, sentiu novamente a presença daquele homem. O homem que havia lhe tirado tantas pessoas importantes. Cerrou os punhos fortemente, porém, logo notou a presença do jovem ao seu lado.

Volkner – Se eu pegar um pegar alguns gravetos, mesmo que estejam molhados, a Srta. Lucy talvez possa retirar a água da madeira... – comentou encarando as árvores em sua frente.

Tamanha era a confusão de Tristan que ele ao menos cogitou aquela ideia suspirando fundo logo depois.

Tristan – Tem razão... – fechou o olho – Só não vá muito longe, ainda podem estar atrás de nós – alertou-o seriamente vendo o mesmo confirmar com a cabeça.

Volkner então saiu correndo, entrando rapidamente entre as árvores sob o olhar sério de Tristan.

Tristan – Droga, não posso ficar desse jeito só por que "ele" estava lá... – se revoltava consigo mesmo – Não entendo, se ele sabia onde Volkner estava por que não levou ele até o Santuário? O garoto despertou o poder dele na mesma idade que todos os outros, então por quê? – não compreendia as ações de Kiel.

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