O Mordomo e a Princesa - Parte 02

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Já haviam se passado quase um ano e Volkner ainda estava morando na casa de duque Luxel. Ele ainda não havia recuperado a memória e nos primeiros meses sentia-se triste e deprimido com isso, porém, aos poucos, começou a se acostumar com a ideia de que não a recuperaria tão cedo.

Barthon sempre que podia conversava com o loirinho, cada vez mais gostava da companhia do garoto aumentando ainda mais sua vontade de transformá-lo em seu herdeiro. Volkner também gostava do duque, chegando até admirá-lo por sua bondade e sabedoria, adorava ouvir as histórias das viagens do duque e sobre o trabalho do mesmo e cada vez mais se interessava por aquele mundo de negócios e nobreza, completamente influenciado por Barthon.

O loiro também havia conseguido se aproximar mais de Eliza que, sempre que ia cozinhar escondida de madrugada, acordava Volkner para ir com ela. Volkner servia como cobaia para as "experiências" de Eliza, já havia perdido as contas de quantas vezes ficou com dor de barriga por comer algo que a garota experimentava preparar pela primeira vez. Entretanto, nunca pensou em parar de acompanhá-la, pelo contrário, gostava da vê-la feliz cozinhando chegando até aprender a cozinhar, mas também levando bronca no lugar dela em várias ocasiões. O pequeno sentia-se feliz ao lado da morena, adorava vê-la sorrindo, coisa que ele não conseguia ver quando o dia estava claro. Sempre que a via durante o dia ela estava acompanhada por professores e empregados e levava consigo uma expressão triste e séria.

Volkner se dava bem com todos que moravam e trabalhavam naquela mansão, mas Henck era pessoa com quem o pequeno mais conversava e aquele que ele também era mais próximo. Ficava praticamente o dia todo acompanhando o mordomo de um lado para o outro e Henck sempre ensinava tudo que o garoto queria saber e providenciava tudo para seu bem-estar. Aos poucos o mordomo seguia as orientações de seu mestre ensinando a Volkner desde como se portar à mesa até servindo de professor particular do garoto, que ao contrário do que pensava, não achava aquilo tedioso, sempre se esforçando para aprender tudo. O velho mordomo então aos poucos foi se apegando ao garoto muito mais que qualquer um naquela mansão.

Quando completou um ano da estadia de Volkner na mansão, o mesmo foi ao escritório do duque. Em passos firmes, deu três batidas na enorme porta e abriu-a devagar colocando apenas a cabeça para dentro do cômodo.

Volkner – Com licença, Sr. Barthon, será que podemos conversar um pouco? – indagou um pouco aflito.

Barthon – Oh Volkner! Claro, pode entrar – respondeu gentilmente, sorrindo leve e deixando os papéis que estava nas mãos em cima da mesa.

O loirinho entrou em passos lentos, era a primeira vez que entrara naquele lugar, afinal sempre foi advertido por Henck a ficar longe. Parou em frente à mesa de Barthon e pareceu travar, não sabia como iniciar aquela conversa.

Barthon – O que aconteceu Volkner? Precisa de algo? – indagou confuso, porém, não recebeu resposta – Está insatisfeito com alguma coisa? – indagou mais sério.

Volkner – Não, não senhor, tudo está ótimo para mim – exaltou-se um pouco, não queria que o duque pensasse que fosse ingrato, pois, estava sendo muito bem tratado.

Barthon – Então o que o traz aqui? – não entendeu o garoto, estranhado suas reações.

Volkner – Err... Eu tenho um pedido a fazer para o senhor – respondeu mais calmo.

Barthon – Oh é só isso? – pareceu aliviado – Então diga e providenciarei o mais rápido possível – disse gentilmente.

Volkner – Sabe Sr. Barthon, hoje faz um ano que eu cheguei a essa mansão... – Barthon então lembrou, nem havia percebido a passagem do tempo – Lembra-se do acordo que nós fizemos? – viu o duque assentir – O senhor iria procurar pela minha família e eu ficaria aqui até me lembrar de algo... – repetiu o acordo que fizeram.

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