O Mordomo e a Princesa - Parte 01

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O corpo desacordado de Volkner desceu rolando pelo barranco ficando caído no meio da estrada em frente a uma carruagem que passava por ali. Os cavalos haviam se assustado com o raio e com o corpo que caiu repentinamente a sobre o caminho. O condutor, com dificuldade, impediu os cavalos de pisotearem o garoto, parando-os em seguida.

Dentro da carruagem havia um homem que estranhou a parada repentina. Era um homem de meia-idade, pele clara, curtos e ondulados cabelos loiros, olhos verdes e barba rala. Vestia-se com roupas luxuosas todas adornadas, feitas dos melhores tecidos, além disso, usava várias joias. Entretanto, o que mais chamava atenção era uma cicatriz em forma de cruz que ficava do lado direito do rosto.

Ele levantou-se de seu assento e abriu a pequena portinhola que ficava nas costas do condutor.

??? - Henck, por que paramos? – disse com certa surpresa na voz.

O condutor era um homem que por seu porte físico não aparentava ter a idade que possuía, mas as rugas faciais e os cabelos e bigode grisalhos entregavam o fato que o mesmo já possuía seus mais de cinquenta anos. Vestia-se com uma roupa social de mordomo e uma capa que o protegia da forte chuva que caia.

Henck – Perdão senhor, mas tem um garoto caído no meio da estrada – explicou a situação ao homem – O que devo fazer? – indagou.

??? - ... – o homem pareceu pensar por um instante e logo suspirou fundo – O garoto está vivo? – indagou o mordomo.

Henck – Acredito que sim... – viu então o homem fechar a portinhola atrás de si e logo em seguida abrir a porta da carruagem – Senhor... – viu seu patrão ir em direção ao garoto e então fez o mesmo.

Os dois homens ficaram ao redor de Volkner e viram que o mesmo estava respirando, mesmo que minimamente e confirmaram que estava apenas desmaiado, porém, os dois sentiram que o corpo da criança estava com uma grande quantidade de energia elétrica.

Henck – Senhor, o garoto está com uma grande quantidade de energia no corpo, provavelmente aquele raio de minutos atrás caiu sobre ele – explicou a situação abaixando-se para ficar mais perto de Volkner – Acredito que podemos ajudá-lo – comentou olhando bem o rosto do garoto que sentia as fortes gotas d'água caírem sobre si.

??? – E o que está esperando? – o loiro indagou com certo tom de ordem.

Henck então colocou dois dedos da mão direita na testa do garoto sobre e apontou dois dedos da outra mão para o céu. Logo um enorme raio saiu dos dedos que estavam apontados para cima, onde o mesmo subiu até as nuvens negras do céu. Após alguns segundos a respiração de Volkner aumentou e, mesmo que o mordomo não percebesse, o homem loiro em pé a sua frente pareceu mais aliviado. O loiro soltou um longo suspiro de alívio e ficou alguns instantes parado e calado, apenas sentindo as fortes gotas de chuva caírem sobre si.

Henck – O que faremos agora senhor? – indagou preocupado enquanto olhava calorosamente para o garoto que agora parecia estar bem.

??? – Temos que tirá-lo dessa chuva – respondeu olhando a para cima sentindo as fortes gotas caírem sobre a face – Leve-o para dentro da carruagem! – ordenou virando-se e seguindo para dentro da mesma.

Henck - Sim senhor! – o mordomo então pegou Volkner no colo e seguiu o patão.

Era uma carruagem luxuosa, provavelmente de alguém do alto nível da nobreza, possuía vários adornos dourados e os estofados vermelhos. Certamente era um meio de transporte muito confortável. O mordomo então deitou cuidadosamente Volkner no banco aposto de seu senhor.

??? – Henck... – chamou atenção do mordomo – Antes de partimos por favor verifique o vilarejo próximo daqui – olhava curioso para o rosto do garoto enquanto dava instruções ao criado – Algo não parece certo? – olhou sério nos olhos do grisalho

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