"Tristan – Garoto! – chamou atenção do loiro, ignorando completamente o ocorrido com o duque – Você é o escolhido do deus dos raios Barakioh, ou seja, o Lorde dos Raios – informou curvando o corpo como reverência."
Volkner – Lorde dos Raios!? – sua mente não conseguia assimilar aquelas palavras, seus olhos então correram do duque para o anel em sua mão esquerda – Como? ... – disse distante, analisando o acessório em seu dedo indicador.
Tristan – Barakioh o escolheu como seu representante nessa era... – chamou atenção do loiro com uma voz séria – Às vezes as escolhas dos deuses não fazem sentido algum, mas considere isso como a maior das honrarias – disse calmo tentando esconder o desgosto em dizer tais palavras finais, afinal odiava sua essência divina.
Volkner – Mas como? Eu sempre pensei que fosse um simples Physis, nunca utilizei sequer outra habilidade ou mesmo consigo criar grandes raios... – não entendia, porém, algo pareceu se esclarecer na mente do duque que ainda estava estático na mesma posição em que derrubara sua xicara.
Barthon – Será que... – em sua mente veio o dia em que acertou, sem querer, o tapa na face de Volkner – Nunca entendi como ele havia chegado tão rápido à frente de Eliza... – então despertou de seus devaneios – Peço desculpa pela minha indelicadeza, Lorde dos Raios – chamou atenção de todos levando uma das mãos sobre o peito e curvando a cabeça.
Volkner – Sr. Barthon!? – não esperava aquilo do duque e seu olhar surpreso foi acompanhado por Tristan que apenas encarava aquele teatro do duque pelo canto do olho – Não há necessidade disso senhor, eu ainda sou seu mordomo... – disse negando com a cabeça e indo em direção aos cacos da xicaras que estavam nos pés do homem.
Barthon – O que pensa que está fazendo? Ou melhor, o que está dizendo? – impediu o jovem de abaixar – Você sabe o quão grande é minha devoção para com deus Barakioh, suas bênçãos são o que me fazem ter a vida de hoje, então não posso permitir que seu representante limpe minha sujeira – dizia sério fazendo um sinal com a cabeça de negação – Henck, por favor... – levantou brevemente o olhar.
Henck – Sim senhor – foi tudo que disse saindo de sua posição de reverência que mantinha desde a revelação do título de Volkner.
O velho mordomo apenas andou alguns passos até o canto da sala retirando de um armário uma pequena pá e uma simples vassoura de mão, recolhendo os cacos da porcelana logo em seguida com os objetos. Rapidamente então secou o líquido derramado com alguns panos. Ao terminar o rápido serviço voltou ao seu lugar.
Após o ato do velho mordomo, o silêncio perdurou naquele local. Barthon nada dizia, sua mente estava em um completo turbilhão de emoções já Volkner apenas tinha sua mente tomada pelas palavras do velho emissário que pouco havia chegado e muito já havia mudado naquela casa. Tristan então resolveu quebrar o silêncio perturbador que aquele local possuía.
Tristan – Mas... – chamou atenção de todos na sala – Muito me surpreende que ninguém nunca havia notado que esse jovem, na verdade, era o Lorde dos Raios – disse indiferente podendo ver com o canto de olho o velho mordomo cerrar os punhos.
Volkner – O que o senhor quer dizer? – indagou não entendo aquelas palavras do velho.
Tristan – Digo, é muito difícil a presença de um Lorde passar despercebida – respondeu sério, sabendo que provavelmente o duque não sabia sobre o poder de esconder a essência divina que as Armas Sagradas possuíam – Sua essência é diferente e, além disso, o mesmo possui a marca do raio gravada no seu corpo – disse calmo.
Volkner – Marca?! – encarou-o confuso.
Tristan – Sim... – levantou-se se aproximando do garoto – Ela aparece em alguns lugares do corpo, acima da cintura – revelou surpreendendo de certa forma o jovem loiro.
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Essence
FantasyNo Plano Terreno, as pessoas nascem com habilidades de criar, controlar ou se transformar em um dos elementos da criação. Tal poder foi concedido pelos deuses, porém, após uma grande guerra, cada deus compartilhou e confiou parte de seu poder a um h...