episódio 9

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"Conforme a musica"


_Peter? 

Tocou no meu ombro, alex um outro amigo que ja não  morava mais ali, porém era amigo de wanderson.

_ Não te vi no velorio, porque?

Eu sorri de canto enquanto observava a movimentação das pessoas saindo da igreja baptista onde o pai de wanderson  era pastor. Ele vinha de uma familia muito cristã e de certo modo por mais, que doesse saber que o filho deles havia morrido,  eles tinham uma certeza absoluta de que o filho estava bem.

_Não é  assim que eu quero me lembrar dele,  esse não  é  o wanderson sorridente que eu conheço.

Ele sentou ao meu lado com as mãos no casaco.

_Eu sei disso,  mas as vezes precisamos nos despedir, pra que nossa vida continue, a saudade vem e vai,  mas o que importa é  que ele deixou boas memorias.

Deixei por um milesimo de segundo uma lagrima escapar do meu rosto.

_Eu apenas quero lembrar dele

Enxuguei a lagrima.

_Nunca estive pronto pra me despedir de ninguem.

Ele suspirou,  o dia estava frio então  era quase percepitivel ver a fumaça que saia da sua boca.

_Eu sei bem como é. Bom,  foi legal te ver preciso ir.

Ele se despediu com um aperto de mão e saiu, e la estava ela. Parada na porta da igreja me olhando, com um olhar triste, sorriu meio sem graça e veio caminhando ate o banco.

_Oi peter...

Eu me levantei sorrindo de leve.

_Oi.. Como foi?

Ela não  disse uma palavra apenas me carregou ate o carro dela e seguiu ate o cemiterio da cidade, caminhou comigo ate o tumulo de wanderson e ai falou quase como um susurro.

_Você  precisar se despedir...

Ela deu dois passos pra tras enquanto eu fiquei ali parado sem dizer nada por uns minutos,  mas quanto tempo um homem aguenta ver alguem que ele ama ir embora sem se despedir?  No meu caso foram apenas alguns minutos depois só lagrimas.

Vitoria se aproximou e entrelaçou nossos dedos enquanto sua outra mão segurava meu braço, ela deitou sua cabeça em meu ombro e apenas  ficou em silencio.


A noite voltamos a andar pela cidade indo em direção ao mirante da estrela Vitoria,  um lugar só  nosso.

_Acho que vai chover...

Disse  ela com a cabeça no meu peito.

_ Esta frio,  é  evidente que isso aconteça.

Ficamos pensativos durante  todo o passeio, talvez tivesse medo de comentar algo sobre o wanderson ou talvez apenas estivesse tentando esquecer, esquecer uma dor que seria eterna, uma possivel ferida incuravel.

_Posso te contar uma coisa?

Disse eu com os olhos quase fechado do jeito que ela havia me ensinado.

_Claro.

_Eu tenho medo... Medo do futuro, medo de como as coisas vão ser, e se vão ser.

Ela levantou seu rosto e começou a me olhar.

_Todos temos.

_É  eu sei mas comigo é  diferente é  intenso, é quase como um dever meu fazer as coisas darem certo e quando isso não  acontece eu me sinto vulneravel.

Começou a chover e ela ainda me olhava.

_Viva a vida intensamente e viva o hoje sem prejudicar o amanha.

Eu sorri com aquilo e então nos levantamos.

_Precisamos ir, eu ainda não  descansei e amanha tem prova, sabe como é..

Pegamos nossos casacos e entramos molhados no carro,permanecemos em silencio por horas aquilo de certa  forma parecia normal mas não  era,  o cansaço fisico e mental ja nos destruia por dentro, e não tinhamos mas nada a fazer,  era pra ser apenas mais um fim de semana comum mas não foi, o futuro que eu tanto temia se tornou um presente perturbador.

_Chegamos.

Descemos do carro e caminhamos ate a porta da casa dela.

_Obrigado por ser meu amuleto de sorte.

Disse eu sorrindo com as mãos  sobre o bolso.

_Não  acredito em sorte.

Voltei a sorrir.

_Então nunca vai acredita em si mesmo.

Beijei sua testa e soltei sua mão.

_peter... Espera.


Continua....

A Série Marcados (Entre Deus e os homens) Aguardem A 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora