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Até o momento, cada vez que eu havia despertado em Avalon, algo seriamente saía errado. Desta vez, não era uma exceção.

Um grito assustador me trouxe acordada como um defunto para um estado de pânico completamente desperto em apenas um segundo. Outro par de vozes se uniu a mim, os gritos batendo e resvalando contra a pedra do teto e da parede. Algumas das tochas tinham se apagado, deixando partes da caverna oculta pela escuridão.

Ethan saltou, ficando de pé na minha frente e, para minha comoção, uma longa e afiada navalha apareceu em sua mão. - Para mim! - gritou o suficiente forte para ser escutado sob os sons de terror, e em pouco tempo um punhado de estudantes apareceram vindos do espaço entre as estalagmites até ele.

Dois garotos humanos estavam segurando um terceiro, cuja camiseta estava despedaçada, seu peito sangrando pelo que parecia serem marcas de garras. Por trás deles, Kimber e o garoto Fae com quem ela tinha estado tão amistosa, estavam retrocedendo até nós ao invés de começarem a correr, cada um deles ameaçando a circundante escuridão com navalhas que pareciam como a de Ethan.

Agarrei com força a manta sob meu queixo, totalmente desconcertada por não saber o que era que estava acontecendo, só sabendo que era algo ruim. Realmente ruim, julgando pelos grandes olhos aterrorizados nos rostos dos garotos humanos.

- Não se mova! - ordenou-me Ethan sem se virar para me olhar, e deu um passo a frente para colocar-se entre nós, os humanos e... O que fosse que estivesse ali.

Notando que o garoto ferido estava a ponto de ter um colapso, saltei fora do sofá do amor. Seus amigos me deram uns assentimentos de agradecimento enquanto o recostavam. As feridas em seu peito pareciam mal, e havia suficiente sangue para fazer-me sentir enjoada. Tinha a sensação de que eu tinha dado um passo para o interior de um

pesadelo. Isto não podia estar acontecendo. Minha vida estava em condições extremas, mas não estava em perigo. Tinha que existir uma explicação razoável para os gritos, o sangue e as armas.

A sensação de irrealidade me impedia de me sentir tão assustada como deveria estar. Um dos garotos arrancou sua camisa, passando por cima de sua cabeça e a amarrou sobre a ferida, fazendo pressão. O garoto ferido gemeu em agonia.

Para minha consternação, o garoto sacou uma arma, embora a apontou para o chão enquanto seus olhos se moviam rapidamente, buscando um objetivo.

Que tipos de estudantes eram esses?

Deixei de me preocupar pela arma quando um horrível som chiou, como de unhas sobre um quadro, só que dez vezes pior, rompeu no ar. Com todo o eco que havia, não podia dizer de que direção vinha, mas os três Fae pareciam ter uma idéia a respeito. Pararam lado a lado, navalhas preparadas quando enfrentaram uma particular escura piscina de sombra.

Então, a sombra se moveu, dando um passo para o resplendor de uma das tochas. Tapei a boca com uma mão para não me permitir gritar, por que fosse o que fosse, não era humano. Nem sequer se aproximava de ser.

Parecia como se fosse feito de paus e palhas, com uma forma vagamente humana e imensos olhos negros. Os paus que formavam seus dedos eram afiados nas pontas, e vários deles brilhavam com sangue. Meu estômago quase se revolveu quando notou outra fibrosa extremidade, esta sobressaía da entre perna da criatura. Também havia sangue nela.

Abriu sua boca, e outro desses horríveis sons fez com que eu cobrisse meus ouvidos. Outras duas criaturas exatamente como esta, emergiram por trás das estalagmites.

Os Fae colocaram algum espaço entre eles, cada um enfrentando uma das criaturas. O garoto humano tentava alinhar um tiro, mas os Fae estavam no meio.

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