Eu e Ethan esperaríamos no apartamento de Kimber até que ela tivesse saído há uns cinco minutos. Cada um de meus nervos estava consciente dele, mas ele não me concedia quase nenhuma atenção, seus olhos estavam fixos nos pequenos espaços entre as cortinas que cobriam a janela. Eu estava sentada na borda da cama de Kimber, com minhas mãos entrelaçadas em meu colo, meu coração batendo um pouco mais rápido. Nem sequer estava segura se meus nervos eram por causa de Ethan, ou devido à nossa tentativa de fuga.
— Vamos. — disse Ethan com vivacidade quando se sentiu seguro de que Kimber tinha afastado com sucesso os vigilantes. O segui através do apartamento até a porta, quase tendo que correr para seguir seu ritmo.
— Aonde vamos? — finalmente encontro coragem para perguntar.
Ele segura a porta para mim, assim eu poderia sair primeiro, logo fecha e faz um sutil movimento com a mão. Ouço a tranca fazendo clique ao fechar.
— Terá que confiar em mim nisto. — diz Ethan, pegando minha mão e me levando para as escadas até o pátio.
A sensação de sua mão sobre a minha foi suficiente para me deixar muda, eu mal escutava o que dizia. É claro, ele só estava segurando minha mão por que estava me guiando. Não era um gesto íntimo, e era uma ilusão sem fundamento para eu ler algo nele. Ao menos, isso é o que disse a mim mesma.
Suas palavras não se registraram até que paramos junto a uma seção de azulejos que cobriam a entrada dos túneis.
— Oh, diabos não! — digo, e tento soltar minha mão bruscamente da sua.
É claro, ele não a soltou. — Não vamos voltar para a caverna. — assegura-me. Ele murmura algo em voz baixa e os azulejos se movem para um lado.
Olho para as janelas ao nosso redor. Havia luzes acesas em muitas delas, já que a noite não estava morta como esteve na última vez que fomos aos túneis. — Quantas pessoas você acha que estão nos vendo neste momento? — pergunto, dando na minha mão outro puxão experimental, mas ele me agarrou bem.
— Não importa. Os túneis são algo assim como um segredo. Também são extensos, assim se alguém disser a Grace que entramos nos túneis, não será suficiente para guiar-se.
— E os Spriggans? — pergunto.
— Nos ocupamos desse problema ontem à noite. — assegura-me. — Pode ser que não tenham tantos problemas para entrar furtivamente em Avalon como os humanos, mas tenho sérias dúvidas de que alguém os enviará duas noites seguidas. Agora vamos! A menos, que queira que ainda estejamos parados aqui quando Kimber e seu guarda voltarem.
Dizer que eu não gostava disso era um eufemismo, mas tive que admitir que me sentia terrivelmente vulnerável parada aqui no ar livre. Apertando os dentes, assinto, e Ethan finalmente solta minha mão para que possa descer as escadas.
Os azulejos selaram a entrada por cima de nós no momento em que meus pés tocaram o chão do túnel. Estava muito escuro, exceto pelo tênue feixe de luz proveniente da lanterna que Ethan segurava em uma mão. Movo-me para um lado, e Ethan salta da metade das escadas, aterrissando suavemente. Um ser humano teria pelo menos uma torção no calcanhar ao tentar uma manobra assim.
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Glimmerglass
Teen FictionDana Hathaway não sabe ainda, mas está em grandes problemas. Quando sua mãe, uma alcoólatra, aparece em seu recital do coro bêbada, Dana decide que já teve o suficiente de sua função como guardiã de sua mãe, assim que arruma suas malas viaja para ve...