De qualquer modo eu consegui esconder a culpa, me fez sentir melhor conseguir esconder o que eu pensava, ou o meu pai não estava muito atento. Ele mudou tudo o que eu pensava sobre minha mãe, com apenas algumas palavras casuais e nem percebeu.
— Bem, se você não quer o champanhe, quer um chá, talvez? — perguntou ele.
Eu não queria chá. Eu não queria nada, exceto, talvez, não ter ouvido o que eu tinha acabado de ouvir. Mas acenei com a cabeça de qualquer maneira, e meu pai foi para a cozinha, dando-me alguns minutos para me recompor. Não foi tempo suficiente, mas eu tinha sido tratada à base de choques o suficiente nos últimos dias para que depois da dor a dormência voltasse muito rapidamente. Eu não achei que a dormência ia durar para sempre, e as conseqüências de quando acabarem serão, provavelmente, desagradáveis, mas por agora, eu estava grata por isso.
O telefone tocou, o som tão mundano que me ajudou a tirar meus pensamentos de minha cabeça e voltar ao mundo real. Ouvi a resposta de papai na cozinha.
— Sim, ela está aqui. — disse ele, e pareceu muito divertido. Houve um silêncio, durante o qual a chaleira do chá começou a assobiar. — Claro que eu fiz — disse meu pai, e o apito da chaleira foi cortado abruptamente. — Que tipo de tolo eu seria se eu não fizesse? — ele fez uma pausa para quem estava do outro lado dizer algo, e então ele riu.
O som rolou em meus nervos, por algum motivo eu não conseguia defini-lo. Talvez por não haver um toque de maldade nele. Ou talvez fosse apenas minha imaginação.
— Eu vou lhe dar o seu recado. — meu pai disse: — mas eu sinceramente duvido que ela deseje falar com você agora. Foi bom você ligar e ver como ela estava.
Houve um clique do telefone desligando, e então algum barulho em torno da cozinha. Papai voltou para a sala com um serviço de chá em uma bandeja. Como regra geral, o povo de Avalon não era tão britânico como eu estava esperando, mas eles pareciam adorar o seu chá.
Ele serviu duas taças, com os seus indicadores na parte abaixo do chá. Eu estava me sentindo bastante infeliz que o chá fosse mais atraente do que o habitual. Eu servi duas protuberantes colheradas de açúcar na minha xícara e mexi o conteúdo distraidamente.
— Isso foi Ethan? — eu perguntei, porque quando eu analisei a metade da conversa que eu ouvi, só fazia sentido se ele estivesse falando com Ethan.
— Sim — disse meu pai. — Ele ligou para se certificar de que você chegou em casa bem. — seu sorriso virou irônico. — E para saber se eu lhe dissesse quem ele era, é claro. Estaria eu correto em assumir que você não queria falar com ele?
Eu concordei e finalmente parei de mexer o meu chá. O açúcar havia dissolvido-se há muito tempo. — Você me deixaria falar com ele se eu quisesse?
Ele arqueou as sobrancelhas em surpresa. — Claro que sim. Eu não sou fã dele e gosto muito menos de seu pai, mas eu não vou ditar com quem você pode ou não falar.
Eu virei minha cabeça em sua direção. Até agora, ele não estava parecendo muito um bom pai. — Há uma abundância de pais que não deixariam suas filhas de dezesseis anos de idade falar com rapazes que não aprovem.
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Glimmerglass
Teen FictionDana Hathaway não sabe ainda, mas está em grandes problemas. Quando sua mãe, uma alcoólatra, aparece em seu recital do coro bêbada, Dana decide que já teve o suficiente de sua função como guardiã de sua mãe, assim que arruma suas malas viaja para ve...