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[Ariana]

Pai!! Deixe-a em paz, por favor!! — Gritei histericamente, vendo o amor da minha vida sendo espancada por meu pai sem piedade. Ele olhou para mim e sorriu, antes de chutar S/N uma última vez e se virar para mim.

Fique fora dessa Ariana. Eu já tenho um filho gay e não preciso de outro. É hora de me livrar de S/N para que você possa passar a um relacionamento real. — Ele rosnou, antes de se virar e chutar S/N no chão. Lágrimas incontrolavemente caíram dos meus olhos enquanto eu a observava, espancada e machucada no chão, tossindo sangue.

PARA, PORRA SEU IDIOTA!! — Eu gritei, correndo para enfrentar meu pai. Ele gemeu de dor quando eu apertei minhas mãos em seu pescoço e o joguei para o lado. Eu imediatamente corri em auxílio da minha namorada, soluçando incontrolavelmente enquanto segurava a cabeça dela em minhas mãos.

B-baby, eu vou ficar bem. — S/N tossiu, uma pequena quantidade de sangue escorrendo pelo canto da boca. Continuei soluçando, não conseguindo formar nenhuma palavra e limpei o sangue com o polegar. De repente, ouvi um rosnando alto atrás de mim e antes que eu percebesse, fui jogada para trás e no chão, minhas costas batendo no final do balcão, causando um gemido de agonia escpacar da minha boca. Não ousei olhar para cima, sabendo que meu pai estava acima de mim.

Então, — ele falou, clicando sua língua de uma maneira ameaçadora. — Você acha que pode realmente me parar, hein? Bem, pense de novo-

Deixe-a em paz Edward. — Ouvi minha namorada tossir bruscamente, ainda que fracamente. Eu abri um olho para ver S/N lentamente se levantando e andando em direção ao meu pai em membros trêmulos. Meu pai se virou, apertando o queixo com fúria enquanto eu olha a para minha namorada, cuja expressão refletia a dele.

Baby, por favor, — eu resmunguei, lágrimas caindo livremente. — Eu não quero que você se machuque. Deixe-me aqui e corra..

S/N olhou para mim, sorrindo levemente. — Eu levaria uma bala por você antes de qualquer coisa, garota... — De repente ela inalou bruscamente, ofegando. Meus olhos lentamente se dirigiram para meu pai, que enfiara um canivete no seu estômago.

Baby!!! — Eu gritei, o ritmo do meu coração acelerando com o maior medo. Meu coração imediatamente começou a desmoronar. S/N caiu de joelhos lentamente antes de cair de bruços no meu colo. Minha visão ficou embaçada. Eu não conseguia respirar. Isso não está acontecendo. Deus, por favor me diga que isso não está acontecendo...

Soluço, inspirando bruscamente e soluçando incontrolavelmente diante de minha namorada, que estava sem vida no chão da cozinha, uma poça de sangue se formando lentamente ao redor de nós duas.

NÃO! BABY ACORDE- Eu gritei, afundando meu rosto nos cabelos dela, soluçando pesadamente. — ACORDE, ACORDE!

||

— Baby, acorde amor. — Eu ouço uma voz alarmada dizer, fazendo meus olhos se abrirem. Comecei a suar frio enquanto olhava ao redor do quarto escuro, logo encontrando os olhos preocupados da minha namorada olhando para mim. Ela está aqui... S/N está aqui... Ela está bem...

Comecei a chorar, caindo fracamente em seus braços e passando meus braços em volta dela.

— Shh baby... tudo bem. — Ela murmurou baixinho enquanto me segurava com força. — Estou bem aqui. Está tudo bem. Foi apenas um sonho. — Comecei a soluçar, minhas lágrimas misturadas com alívio e medo... medo de que isso pudesse realmente acontecer e que meu mundo inteiro desabasse diante dos meus olhos. Finalmente olhei para S/N, seus olhos mostrando extrema compaixão e amor, fazendo meu coração inchar. Me surpreende como ela pode me fazer sentir à vontade só de estar aqui.

— Você quer falar sobre isso? — Ela questionou. Eu balancei a minha cabeça, não querendo mais pensar nisso. Inclinei-me e beijei seus lábios com ternura, a salinidade das minhas lágrimas se misturando ao sabor delicioso de seus lábios. Ela beijou de volta, acariciando minhas costas confortavelmente antes de me deitar ao lado dela. Ela colocou o braço forte em volta da minha cintura enquanto eu a encarava, meus dedos começando a brincar com os cabelos caído de seu coque bagunçado.

— Conte-me uma história, S/N.

Ela me trouxe para mais perto dela. Ela ficou quieta por um momento, mas o silêncio foi confortável entre nós.

Quente. S/N estava tão quente. Eu nem percebi o quanto estava com frio até que ela entrou na minha vida.

— Tudo bem, eu vou contar uma história. — ela começou, colocando minha perna direita entre as dela e envolvendo meu braço firmemente em torno de sua cintura. — Era uma vez uma lagarta linda-

— Uma lagarta linda? — Eu ri.

— Shh. Esta lagarta deslumbrante tinha tudo o que queria na vida. Folhas verdes para comer o dia todo, galhos verdes e terra para engatinhar, céu verde e amigos verdes que ela poderia desfrutar. E então ela começou a perceber que tudo era verde. Tons diferentes de verde, mas era verde da mesma forma.

— Até o sol?

— Até o sol. Ela começou a questionar, isso é tudo que a vida poderia oferecer? Ela começou a se sentir insatisfeita com a vida, ela sobreviveu, mas nunca realmente viveu. Verde estava a sufocando. Verde era sua prisão. Verde para ela era preto... era escuridão. Então ela se arrastou pela grama verde, procurando sem saber o que estava procurando.

Eu olhei para ela quando ela não continuou. — O que ela estava procurando?

— Cor. — S/N inclinou a cabeça e olhou nos meus olhos. — Você é a minha cor, Ariana.

Meu coração estava na minha garganta. Seus olhos eram intensos, me puxando para dentro, que me perdi neles.

— E então, — ela murmurou, descansando o queixo no topo da minha cabeça enquanto me puxava para mais perto em seus braços. — A lagarta encontrou sua borboleta. Ela era tão adorável, tão colorida e tão cheia de vida. Sua beleza e amor encheram tanto seu coração que ele explode toda vez. Todos os dias de suas vidas. E elas viveram felizes para sempre.

Senti uma lágrima escorrer dos meus olhos, meu coração inchou completamente com tanto amor e emoção por essa garota. Suspirei contentemente contra ela, confortada por seu cheiro e calor familiar.

— Eu não vou deixar ninguém te machucar, meu amor. Dorme. — Ela murmurou baixinho.

Eu fiz. Eu dormi sem ter nenhum pesadelo.

||

Eu acordei com o braço da minha namorada no meu peito e sua perna emaranhada com a minha. Ela estava deitada de bruços, a cabeça virada para mim. O sol estava em seu rosto, mas não a moveu. Ela dormiu com isso.

Como eu fazia todas as manhãs, tomei um momento para admirar sua beleza. A suave luz da manhã banhava sua pele bronzeada, fazendo-a brilhar. Sua camisa subiu e seu moletom ficou muito baixo, revelando a pele mais clara na região lombar que geralmente era coberta.

Seus cabelos estavam despenteados e espalhados por todo o travesseiro e pelo rosto. Eu o alisei e olhei para ela, absorvendo todos os seus traços perfeitos.

Meu dedo estendeu a mão para traçar o formato de seu nariz, depois as bordas definidas e afiadas de sua mandíbula. Acariciei seu rosto gentilmente, um sorriso largo atravessando meu rosto.

De repente, ela abriu os olhos. Minha mão congelou e eu parei de respirar.

Seus olhos, tão (cor dos olhos) com flocos dourados e já sorrindo, me disseram que ela estava acordada o tempo todo. Ela sabia que eu estava olhando para ela. Tocando nela. Tocando o que era meu.

— Bom dia linda. — ela disse, sua voz rouca. — Eu sonhei com você.

Her Dancer [PT-BR] Ariana/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora