38- Ray

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Ter visto Amélia naquele momento foi a melhor decisão da minha vida até os dias de hoje. Peguei ela desprevenida, estava de moletom e pantufas, pronta pra dormir nesse clima agradável e seco de menos um grau da Inglaterra. Ela estava disposta a sair comigo, mas percebeu que era melhor não sairmos. Achei bem interessante da parte dela me convidar pra entrar, por um instante de momento gostei do que aquele instante e aquela garota significava.

- quer um chocolate quente? - perguntou ela. Estava bem atenciosa. Eu já me sentia bem.
- não, estou bem, obrigada. Acho que irei para casa. - ela fez uma expressão de tristeza
- mas já? Achei que assistiríamos o filme...
- não quero incomodar, e já tá tarde.
- não! Você não está incomodado...
- obrigada por isso, por ter feito eu me sentir melhor.
- sempre que precisar milord - fez uma reverência com os braços me fazendo rir
- boboca. - nos olhamos por alguns instantes de segundos. - vou trocar de roupa - ela fez cara de chateação, fazendo um biquinho lindo. - fecha os olhos
- e se eu não quiser? - disse ela com expressão desafiadora, eu ri de nervoso
- tudo bem então - tirei a camiseta ficando apenas de sutiã, joguei a camiseta nela, ela fez uma expressão assustada como se o que eu tivesse feito fosse extremamente supreendente - fecha logo os olhos, idiota! - ela riu e fechou. Virei de costas e tirei o short, senti o olhar dela cravado em minha bunda, posso estar enganada mas eu sentia isso. Vesti minha roupa  - pronto. - ela retirou a mão do rosto e se levantou.
- você vai mesmo? - perguntou ela com a boz baixa, se aproximando de mim
- então não quer que eu vá? - fiz uma expressão demoníaca
- não iria me opor se ficasse. - disse ela com a mesma expressão demoníaca que a minha só que com mais inocência na fala do que eu.
- então teria que trocar de roupa novamente - eu disse com segundas intenções por trás disso. - ela se aproximou de mim sem dizer uma palavra, estava com segundas intenções em seus olhos, eu sentia isso. Ela me olhava de forma penetrante. Ela caminhou até mim e passos curtos, se aproximou o suficiente para que passasse seu braço direito por dentro do meu braço e meu corpo, estava tentando entender o que ela queria com aquilo. Me olhava fixamente até pegar o short que estava dobrado em cima de sua escrivaninha que eu havia colocado quando o retirei de meu corpo e me entregue. Ela fazia uma expressão demoníaca, como se o que tivesse feito tivesse sido proposital, e de fato foi. Essa garota me deixa doida! Meu coração passou de um momento onde quase saia pela boca pra um onde não o sentia mais bater.

- fica. - disse ela mudando a expressão de demoníaca pra neutra.
- amanhã a gente se vê no jogo. - falei indo em direção à porta. - me leva na porta. - ela fez lançou a cabeça para trás revirando os olhos em sinal descontentamento. Continuei com meu olhar risonho e levemente perverso. Ela colocou o short na cama e foi em direção à porta de seu quarto, a segui. Descemos as escadas e fomos para a porta.
- então... - disse ela
- então até amanhã. - eu disse com um meio sorriso. Ela portava em seu rosto o mesmo sorriso. Eu baixei a cabeça logo que percebi que uma tensão de olhares estava sendo estabelecida alí. Saí andando em direção ao carro sem olhar para trás, mas ainda sim com a sensação de que deveria ter dito ou feito mais alguma coisa. Não sei exatamente.
- ei?! - chamou ela encostando a porta e indo em minha direção na calçada. Estava frio, muito frio.
- você vai pegar um recriado - eu disse vendo ela apenas de pantufas pisando na calçada gelada. Ela se aproximou de mim o suficiente pra me dar um abraço. - o que foi? - perguntei confusa
- eu queria te abraçar mas não sei como fazer isso. - disse ela meio envergonhada
- e por quê me abraçaria?
- sei lá, deu vontade.
- larga de ser boba - disse me virando e indo em direção ao carro fazendo automaticamente  ela pegar em meu braço me puxando de volta, ficando perto o suficiente para beijá-la, sentia sua respiração quente em meu rosto. Via sua expressão aflita e seus olhos confusos. Por um segundo de momento percebi meus dedos orbitando por seus fios de cabelo e seus lábios tocando os meus como uma súplica dos deuses para que fizéssemos aquilo.

Love in CharterhouseOnde histórias criam vida. Descubra agora