12- Ray

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O que essa garota tem ou quem ela acha que é pra ser tão mal educada pra aceitar a droga de uma carona? Tudo bem ela não querer, mas ser grossa? Eu tento ser legal com as pessoas e só me ferro. Mas ok. Peguei o carro, e passei de frente a entrada, onde ela ainda estava saindo, em passos lentos. Acelerei o carro para que ela não visse que era eu. Chegando em casa, minha mãe havia chegado de Milão.
 
- fiilha! - disse ela indo me abraçar
- mãe? - não entendi porquê ela tinha voltado tão cedo. Era pra ela voltar apenas daqui duas semanas.
- não está contente em me ver? - falou abraçando-me
- claro, só estou surpresa por estar de volta tão cedo.
- vim por conta do seu aniversário!
- mas é só na sexta da semana que vem
- mas antes eu preciso ficar com minha filhinha também!
- hummm. - falei incrédula.
- olha o que mamãe trouxe pra você - puxou meu braço, levando-me para o sofá onde tinham algumas sacolas. Ela pegou um troço pequeno e brilhoso de dentro de uma sacola com o nome de uma marca cara.
- mas o que é isso?
- um cropped! - colocou-o em frente aos meus seios.
- o que é um cropped?
- uma blusa.
- uma blusa? Mais parece um sutiã - joguei-o no sofá
- filha! Ficaria lindo em você, iria parecer uma princesa!
- iria parecer uma prostituta
- Ray, modos.
- não vou usar.
- tudo bem, mas olha esse vestido - enquanto ela me mostrava aquelas roupas, eu só conseguia pensar no quanto a minha mãe não conhecia meus gostos. Eu não sou do tipo que usa roupa larga demais, mas também não uso justa demais. Ela me trouxe maquiagem a coisas do tipo, e eu nem uso essas coisas. Não por não ser feminina, mas por não gostar mesmo. - o que foi filha? Não gostou?
- não. - virei as costas e fui para o quarto. Amanhã é um novo dia.

Love in CharterhouseOnde histórias criam vida. Descubra agora