39- Amélia

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Eu não sei exatamente de onde essa minha vontade surgiu...mas eu queria não só abraçá-la mas também beijá-la...uma garota conseguiu liberar meus extintos...ainda me sentia bem confusa sobre toda essa história e tudo que nela há. Eu a puxei pela braço para que não virasse as costas, e por conta daquele ato covarde...seus dedos já estavam por meus fios de cabelos, o momento não só pedia, ele suplicava por aquilo. Em coragem, aproximei-me de seu rosto mais do que já estávamos próximas...e como um piscar de olhos...meus lábios tocavam os dela. Eu não consigo expressar o que senti ao fazer aquilo...era uma sensação rebelde...de liberdade e proibição...eu sentia o cheiro dela, suas mãos em minha nuca e meus lábios aos seus em pequenos selinhos, eu nunca beijei...o que de fato me deixa mais assustada ainda. Era uma mistura de sinfonia orquestral com fruta do Eden...magia e perigo, desejo e pecado. Só alí,  acometia uns dez pecados ao mesmo tempo. Desejo por outra garota era uma coisa que nunca me imaginaria ter. Coloquei minha mão direita na cintura de Ray, apertei fazendo com o que o clima aumentasse e nossos lábios se movimentassem como nos filmes. Aquilo parecia tão errado, mas tão aliciante. Eu me sentia com um pé no paraíso e outro no inferno. Aquele momento poderia se perpetuar por um século inteiro. Eu não sentia mais minhas pernas que já ardiam em devoção. Eu sentia um calor que vinha de dentro pra fora. Ela colocou uma de suas mãos sobre meu quadril, e a outra permanecia agora em meu pescoço. Aquilo parecia perfeito. Depois de um minuto intenso, dei-lhe dois selinhos e permaneci próxima ao seu rosto ainda de olhos fechados. Senti ela sorrindo mostrando os dentes em sinal de satisfação, fiz o mesmo. Abri os olhos e olhei ela abrindo os dela em total sincronia. Aquele momento pedia eternização. Eu me vi completamente encantada por aquela garota.

Love in CharterhouseOnde histórias criam vida. Descubra agora