10- Ray

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Durante a noite em meu quarto, não pude deixar de pensar em Amélia, a jovem menina de apenas 15 anos que havia me despertado certo sentimento de empatia e curiosidade. Não deixei de pensar também no que havia acontecido entre mim e Caitlin mais cedo. Adormeci em algumas horas.

No dia seguinte, bem cedo estava de pé, precisava correr, respirar. Tava tudo muito pesado. Eu nem sei mais o que eu quero.
Logo depois fui para a aula, atrasada.

- senhorita Hemingway, segundo atraso no mês. Detenção.
- mas irmã Lídia!
- sem mas.
- tudo bem.

Droga, de novo essa merda de ficar mais 1 hora na escola fazendo nada. O dia passou bem rápido. Passei boa parte do tempo tentando entender isomeria em química, nem saí pro almoço. Queria ficar na minha, sem ver ninguém. Nem mesmo Lola. Mas não consegui.

- Oi cola velcro - disse Lola chegando perto de onde eu estava.
- Lola - a repreendi. Ela riu.
- vi você e Caitlin chegando na escola ontem, bem tarde.... - alfinetou.
- é, ela me chamou pra ir no centro. Aproveitei e comprei meus sapatos pra festa.
- e? - disse ela.
- ee? - disse sem entender
- o que mais?
- o que mais o que?
- nem um beijinho?
- Lola! - ela riu
- não adianta mentir pra mim. Vi seu rosto borrado do batom vermelho fogo que só uma garota usa nessa escola, Caitlin.
- tá - falei revirando os olhos - ela me beijou e foi só isso.
- só isso? - falou como se fosse muita coisa.
- só.
- caramba Ray, vocês ainda se amam.
- hahaha  - gargalhei - nem crie esperanças, ela me beijou, eu não beijei ela.
- tá, mas vocês ainda se amam.
- isso foi uma pergunta?
- foi uma afirmação. - ri em deboche.

Às 14 tinha hora vaga, então fui para a detenção. Chegando lá dei de cara com Amélia. Com um curativo no canto esquerdo da boca.

Love in CharterhouseOnde histórias criam vida. Descubra agora