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« You will not give up. »

Taehyung podia culpar o irritante capitão do time de basquete pelo seu fracasso no seu plano, mas sabia que a culpa não era dele.

Mesmo que fosse uma praga, um demónio – disfarçado de anjo com aquela feição de bebê –, um bicho papão e a pessoa mais chata que conhecia, Taehyung sabia que Hoseok não tinha culpa alguma.

E Taehyung até tinha se divertido – por mais pouco que fosse – na sessão de fotos com o Hoseok, já que o ruivo fazia tudo para fazê-lo rir.

Yoongi foi embora porque quis, não porque estava cansado de esperar ou algo do género, mas porque quis.

E Taehyung sabia. Sabia o quanto Yoongi era popular e pegador, sabia também que o branquelo tinha fama de coração de pedra, mas mesmo assim insistia num plano de conquistá-lo.

Patético! Estava óbvio que ele devia desistir, assim pensava ele, mas seus amigos o convenciam a continuar insistindo.

— Mas eu vou insistir em alguém que sequer me vê?

— É claro que ele vê, Taetae. — Retrucou Jimin . — Ele só precisa enxergar melhor.

— Yoongi não tem problema de visão, Minnie. — Jin comentou.

— Cala a boca, hyung!

— É verdade, Minnie. Yoon não tem problema de visão. — Revidou Taehyung e acrescentou: — E ele enxerga muito bem tudo que faz.

— Nós vamos pensar em outro plano, Taetae. — Jimin confortou. — Você não irá desistir.

Taehyung deu de ombros e se jogou no sofá, comendo pouco da pipoca que Jin tinha num balde.

Quando ficou tarde, seus amigos foram embora e Taehyung ficou no quarto, terminando suas lições.

Estava arrumando seus cadernos na mochila, quando a porta tocou e sua irmã mais nova entrou sorridente.

— Taetae, o jantar está pronto! — Disse a loirinha sentando na cama do irmão.

— Espere eu terminar de arrumar meus cadernos.

A menor fez uma careta que Taehyung achou engraçada.

— Você devia arrumar mesmo o seu quarto. — Explicou. — Isso tá uma porcaria, Taetae.

— Ei, controle os palavrões, menininha.

— Eu tenho quatorze anos, menininho. — Então acrescentou: — E vou fazer quinze.

— Sai, diaba! — Taehyung gargalhou. — Você não passa de um bebê.

— Bebê? Eu sou a adulta que você respeita, Taetae.

Taehyung terminou de arrumar seus cadernos e então caminhou até sua irmã. A jogou na cama começando a fazer cócegas pelo seu corpo.

— Taehy . . . — As risadas a impediam de falar. — Pa-re.

— Hahaha, nunca!

Taehyung só parou quando sua mãe entrou no quarto com uma colher de pau na mão.

— Dahyun, eu disse para chamar seu irmão pro jantar, não para uma brincadeira. — A sra. Kim disse.

— Ela/e que começou. — Os dois falaram ao mesmo tempo arrancado uma risada da mais velha.

— Vocês não aprendem mesmo! — Resmungou a senhora. — Agora vamos logo, vocês sabem que o vosso pai não gosta comer sozinho.

Os mais novos assentiram e foram com sua mãe até a sala de jantar, onde seu pai comia sozinho.

— Boa noite, appa. — Saudou Taehyung sentando em frente à sua mãe e ao lado da irmã.

— Boa noite, como foram as aulas?

— As minhas foram boas. Além do mais, amanhã vou à piscina com as minhas amigas. — Dahyun respondeu sorridente.

— Ele não perguntou pra você, intrometida. — Taehyung beliscou a loirinha.

— Ai, seu bruto! — Ela revidou a provocação. — Perguntou sim.

E logo uma luta de beliscões começou.

— Crianças, parem com isso! — Pediu o sr. Kim suspirando.

— A única criança é essa aí!

— Falou a menininha de cabelo azul destacadissímo! — Dahyun provocou gargalhando.

— Fica na tua, sua hipopótama!

— Ui, ficou bravinha. — Taehyung apertou o nariz da loirinha que resmungou alto.

— As minhas aulas foram boas, mas tive que aguentar uma praga e o Yoongi novamente não falou comigo. — Taehyung respondeu ainda com os dedos apertando o nariz da loira.

— Eu acho que você deveria desistir desse menino. — Opinou seu pai recebendo uma careta em resposta. — É sério, meu filho.

— Não escute seu pai, Taehyung. — Confortou sua mãe. — Um dia ele vai ver como você é especial.

— Enquanto esse dia não chega, conheça outras pessoas, Taehyung. Se divirta, faça coisas irresponsáveis, seja jovem, meu filho. Esse é o último ano da sua juventude, pense nisso.

Houve um breve minuto de silêncio na mesa. Talvez estivessem todos pensando nas palavras que seu pai dissera. Palavras directas e sábias.

— Se você realmente gosta desse tal Yoongi, não desista. — Disse sua mãe.

— Eu acho que o papai tem razão, mano. — Dahyun opinou também. — Você se prendeu a essa paixão que tem por esse menino.

— E está esquecendo viver a sua própria vida. — Completou seu pai.

Taehyung não respondeu nada e comeu tudo em silêncio, pensando em cada uma daquela palavras ditas por eles.

Será que eles têm razão? Talvez tenham. Talvez eu esteja deixando minha própria vida.

Potion|Kth&JhsOnde histórias criam vida. Descubra agora