Cap. X: VISITAS-SURPRESA

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- Ai; minha cabeça! - Resmunguei ao acordar com a cabeça "explodindo"; sem ter a mínima noção de quanto tempo eu havia ficado inconsciente depois de me deparar com nada mais, nada menos que... " um roedor falando comigo enquanto caminhava pelo meu sofá."

Olhando ao redor; me vi no mesmo lugar, na sala de estar da minha casa. O sofá amarronzado, os móveis em mogno que misturavam o rústico com o contemporâneo de algumas prateleiras de vidro e portas com grandes fechaduras cilíndricas de metal, ainda estavam no mesmo lugar, assim como as três paredes de vidro que davam para os fundos da casa.

Fui até as paredes de vidro, caminhando e espiando para ver se havia algo de anormal lá fora, mas não percebi nada além de uma fome terrível. Correndo até a cozinha, logo preparei um suco de laranja e dois lanches com queijo e mortadela que resolveram aquele problema.

Já satisfeita, eu ainda lavava a louça quando, por trás da cortina fina, algo além da janela da cozinha chamou a minha atenção. Ainda não conseguia ver nitidamente, mas logo percebi que era algo avermelhado, alguma coisa muito grande que caminhava pelo meu quintal na direção do lago que ficava de frente para minha casa.
Fui acompanhando o possível invasor da minha propriedade através da janela até que uma árvore à frente da minha casa tampou minha vista.
Já perto da porta, peguei um bastão de baseball que sempre ficava entre a geladeira e o armário da cozinha, mas quando saltei gritando pela porta aberta, pronta para golpear algum invasor...
-Aí! Seja quem for, acho bom já ir dando o fora desse quintal, ou então...

- Olha ela aí! - Uma voz aguda de alguma criatura muito pequena disse; quando aquele arganaz de capa vermelha, surgiu caminhando junto comigo, porém numa mureta que havia ao meu lado na altura da minha cintura

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- Olha ela aí! - Uma voz aguda de alguma criatura muito pequena disse; quando aquele arganaz de capa vermelha, surgiu caminhando junto comigo, porém numa mureta que havia ao meu lado na altura da minha cintura.
- O quê? - Gritei espantada, mas fui interrompida:
- Bom dia para você também, Bela Adormecida. - O roedor falante disse olhando para cima, na minha direção.
- É sério, isso? - Perguntei e fui respondida com outra pergunta, sarcástica:
- Eu é quem te pergunto! Para quem namorava um vampiro vivo, é neta de uma bruxa milenar e filha de uma personagem de conto de fadas, eu sinceramente não entendo todo esse... Espanto, Rosanne.
- Então, você me conhece? - Questionei me sentando numa pedra ali perto para interagir com aquela coisinha tão fofa quanto desbocada.
- Mas é claro. - o roedorzinho de capa vermelha disse ficando de pé e debruçado sobre sua miniatura de espada continuou:
- Sua avó nos falou tudo a seu respeito, antes de...
- É eu sei! - Murmurei, cabisbaixa, quando ouvi um baque abafado, mas forte o bastante para fazer o chão tremer sob os meus pés.
- Que foi isso? - Gritei ao ver uma sombra enorme me cobriu de repente vindo por trás de mim.
- Ela nos pediu para ajudar você a continuar sua busca! - Disse uma voz robótica e grave, quando uma criatura feita de metal, com uma aparência tão felina quanto humanóide, com quatro longas tranças que pareciam correntes cheias espinhos, apareceu se apoiando no tronco de uma árvore ali perto, enquanto se aproximava.
- Mas o que é você? - Perguntei me lembrando do que vi minutos antes através da cortina da cozinha.
- O meu nome é Tundram, de Cybertron.
- Eu eu sou Argannis, de Nárnia.
- Eu deveria dizer, Rosanne, da Terra? - Repliquei ainda incrédula, mas procurei não ser indelicada.
- Muito prazer, eu acho!
- Rosanne, - o robô gigante e vermelho  chamado Tundram, tomou a palavra.
- Sua avó nos disse que você encontrou um artefato mágico, "uma chave" no colégio onde estudava, porém que recentemente foi confiscado para sua segurança na mansão de Madeleine Le Étrange, na Grécia.
- Como ela... - Eu agora questionava em pensamento, mas depois de ter noção do que ela já foi capaz, não duvidei mais do fato que, de alguma forma ela estivesse me observando todo esse tempo.
- Na verdade... - Argannis interrompeu correndo pelo muro, quando Tundram estendeu sua mão metálica enorme e cheia de garras, sobre a qual o pequeno roedor de capa vermelha saltou aterrissando rapidamente, para continuar seu discurso:
- O mais importante agora é recuperarmos o artefato; pois foi através dele que você pôde ver e imergir magicamente no conteúdo de todo aquele material antigo e enfeitiçado, que seus amigos encontraram naquele laboratório do colégio que explodiu, e no apartamento daquele seu... "professor", lembra disso?

Pensar na minha avó como alguém que na verdade apenas movia as cordas de incontáveis marionetes, como se ela tivesse controlado todos os acontecimentos da minha vida até aquele momento, era cada vez mais estranho, porém normal.
Minha vida inteira foi uma mentira, e embora a verdade se mostrasse uma mais como uma loucura completa, era ela que eu tinha de encarar agora.

- Mas esperem um pouco! - Eu disse, desconfiada. - Se aquela chave, foi guardada por Madeleine para minha segurança, porque querem que eu ajude vocês a pegá-la de volta?
Caso não saibam ela é a assistente pessoal da minha avó e responsável pela gestão comercial das lojas dela. ( Disse isso porque em um ano várias filiais da loja da minha avó foram abertas ao redor do mundo).
Além disso... Sabe-se lá o que tem atrás da parede sobre a qual eu vi naquele material na casa do professor Newton.
- Aquela... - Argannis de repente me pareceu bem irritada, mas ia dizer algo que foi interrompido por Tundram:
- Argannis; espere.
- Esperar?
- Ela ainda não sabe. - Tundram concluiu me deixando ainda mais confusa.
- Que foi? - Perguntei, já ficando nervosa:
- O que eu não sei ainda?

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora