Cap. XIV: ZONA DE GUERRA

74 7 13
                                    

No outro lado da cidade... Uma viatura policial fazia a ronda perto do colégio onde eu estudei por anos, quando fortes trovoadas começaram a ecoar pelo céu, e uma forte chuva começou a cair.

No entanto os guardas se entreolhavam confusos já que os raios e relâmpagos pareciam se concentrar em um único ponto além da cidade, sobre a floresta ao pé da montanhas.

E esse lugar era justamente a mansão dos Bullen; onde uma batalha brutal agora era travada.
Correndo por uma grande sala, Ella Zwan agora tomava impulso acelerando cada vez mais na direção de uma grande janela aberta para a sacada do andar superior.
Cerrando os punhos ela saltou o balaustre se precipitando na direção de dezenas de lobisomens bípedes e horrendos que se aproximavam das portas da casa, irrompendo pelo quintal.
Abrindo os braços durante a queda, Ella já estava prestes a cair de pé no chão quando bateu as mãos, fazendo todos aqueles monstros voarem para os lados.
Quando seus pés estouraram o solo fazendo lama e pedras voarem sob a chuva forte, Tundram surgiu à sua direita carregando enormes canhões de laser.
- Já não era sem tempo! - Argannis surgiu sobre um tronco enorme e quebrado ali perto e girando sua pequena espada banhada em algum tipo de líquido azul, muito escuro, quando August se materializou à sua direita dizendo:
- A Rosanne está a salvo.
- Ótimo! - Tundram gritou com sua voz robótica e ruidosa. - Eles só não podem passar por nós.
- Mas não vão! - Uma voz muito grossa, como o de um bramido de crocodilo misturado com o de um urso, porém vinda do meio das árvores atrás da casa, disse enquanto o chão tremia, e algo grande se aproximava do grupo, marcando o chão com pegadas enormes que pareciam ser de algum réptil bípede e gigantesco!
- Até que enfim! - Ella Zwan disse, quando eu pude contemplar por uma fresta da janela de um bunker onde August me colocara em segurança, uma criatura imensa de pele escamosa e negra surgir bem na frente de todos.
Parecia uma mistura de tiranossauro com raptor, porém devia ter mais de três metros de altura e com certeza, seis ou mais, de cumprimento.
- Ah, meu Deus! Isso é um... - Eu sussurrei ao ver o que deveria ser a tal Annonimus Rex, da qual Robert me falara uma vez, quando me contou sobre as aventuras dos pais dele em Rua Nova. A Saga Que Músculo.
Se tornando visível; o gigantesco réptil criado em laboratório a partir da combinação do DNA de várias máquinas de matar pré-históricas, disse abrindo uma bocarra cheia de dentes e olhando para os vários lobisomens que já se levantavam:
- Eles não vão parar. Alguém precisa achar a origem disto!
- Ah, meu Deus! Essa... - August murmurou assustado. - Essa coisa fala?
- Atacar! - Argannis gritou correndo super rápido e transpassando vários monstros, enquanto August se desmaterializava, reaparecendo com duas katanas enormes com as quais se teletransportava, para dilacerar os lobisomens.
Tundram agora saltava sobre os lobisomens; enquanto o Annonimus Rex fazia o chão tremer, ficando invisível e voltando a aparecer, pisoteando e abocanhando vários deles. Ella Zwan também usava super velocidade e algum tipo de telecinese para derrubá-los e ajudar os demais do grupo a matá-los.
Ver todos eles lutando juntos era surreal; a dinâmica da equipe durante a batalha que agora devastava a entrada da mansão e a sala de visitas ao longe era digna daquelas grandes produções cinematográficas.
No entanto havia algo errado. Algo que estava escondido, porém que se aproximava além do cerco criado pelo escudo ativado por Ella Zwan, ao redor da mansão.
- Meu Deus! Essas coisas não... - Eu murmurei olhando pelo vidro enlameado do bunker no porão, enquanto Ella Zwan, Tundram, Argannis, Tundram e August Connors eram quase derrotados por aqueles lobisomens, que simplesmente pareciam indestrutíveis.
Foi quando algo ainda mais surreal aconteceu:

No meio da batalha; alguns lobisomens saltavam sobre Tundram que já se preparava para revidar com seus canhões, quanto todos os monstros começaram cair do nada, como mortos e virando algum tipo de líquido metálico e negro que tentava escorrer para fora do escudo ativado ao redor de toda a mansão, pela Senhora Bullen.
- Continuem! - Eu ouvi a vozinha de Argannis gritar enfurecida. - Ele está se cansando.
- O que disse? - August gritou jogando um lobisomem para cima com um soco, quando este também aquele virou líquido em pleno ar.
A Annonimus Rex ainda se tornou visível, para abocanhar o monstro, mas sua bocarra apenas teve tempo de morder o líquido que logo escorreu por entre seus dentes enormes, como se estivesse fugindo.
- Sim, - Tundram gritou recarregando suas armas enormes. - Mas e agora?
- Agora a gente se prepara; - Argannis diz colocando sua espada à frente do rosto quando os relâmpagos clareiam suas bochechas fofinhas, mostrando sua cara ranzinza sob a pequena capa vermelha e molhada pela chuva.
- Para o que vem depois! - a pequena roedora concluiu, quando alguma coisa atingiu o escudo de energia que cercava a mansão.
Ninguém conseguiu ver o que era, mas alguma coisa literalmente bateu no escudo, desferindo algum tipo de golpe ou disparo, poderoso o bastante para desligar não somente o campo de força ativado por Ella, mas acabar com a energia da mansão e da cidade inteira com uma onda de choque que chacoalhou toda a floresta.
- Mas que merda foi... - Ella gritou assustada, enquanto August, Tundram e Argannis se reagrupavam ao lado dela.
Boa parte da mansão atrás deles; agora estava em chamas, quando Argannis disse olhando para todo aquele líquido metálico e negro que finalmentente conseguia escapar por todos os lados, porém indo numa única direção: a escuridão da floresta à frente do grupo, que com exceção de Ella, que era uma vampira, já parecia cansado de lutar.
- Ele está aqui!
- Ele quem? - Ella e August questionaram se preparando para o que estava por vir, quando alguma coisa se moveu na escuridão da floresta além do quintal da mansão dos Bullen, algo que se aproximava bem devagar.
- Sonath, o Copiador. Está aqui pela garota!
- O quê? - August gritou. - A gente não...
- Acalme-se, homem! - Argannis gritou, mas ele parecia transtornado.
- A gente não pode deixar essa coisa... Mas o que ele quer da Rosanne?
- O mesmo que ele procurava em Nárnia, junto com o exército de Kronner, uma entidade cósmica e mágica ainda pior que ele: a chave para o esconderijo da espada Kronyx.
- Eu tenho alguma ideia sobre isso! Mas como a chave de algo tão poderoso foi parar nas mãos da Rose?
- Ela deve ter encontrado essa tal chave... - Ella deduziu - sem querer, logo depois do incidente. Robert, meu filho comentou algo sobre esse tal acidente no colégio onde estudou com a namorada dele.
- Sonaht deve ter sido enviado através de algum portal... - Tundram gritou olhando para algo que se aproximava além das árvores sombrias. - para tomar a espada do humano que a escondia.
- Ela está falando do professor Newton... - Eu murmurei olhando através do vidro do bunker no porão, enquanto alguma coisa ainda se aproximava na escuridao da floresta e Argannis falava:
- Porém; a força da explosão que sua chegada causou, em algum local desta cidade... Acabou matando o humano a quem seu próprio mestre, o Tempo, confiou e revelou incontáveis segredos místicos.
- O Tempo? Mas... Como? - Ella questionou confusa.
- O Tempo, na verdade não e apenas algo abstrato nas dimensões mágicas. - August disse olhando para a escuridão da floresta. - Ele é uma entidade mágica e cósmica tão antiga quanto o próprio Multiverso.
- O professor Newton? - Eu gritei angustiada, ainda tentando assimilar as revelações e associações que Argannis fazia ao acidente no laboratório do colégio onde eu estudava, e o desaparecimento do meu professor de Biologia, James Newton, com tudo que ela agora falava, e que coincidia com as revelações feitas por August Connors, quando reapareceu depois de sumir por meses e voltar explicando para Robert e eu, sobre um segredo que o professor Newton escondia e do passado sombrio que ele tinha.
- O laboratório do colégio da cidade... Que explodiu, há anos atrás? - August perguntou assustado.
- Sabe onde fica este lugar? - Argannis ainda replicava, quando foi interrompida.
- Mas é claro que sei! Fica na cidade há poucos quilômetros daqui.

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora