Cap. V: MAGIA REVELADA [Pte. 1]

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- Rose. - Robert me chamava, interrompendo meu devaneio, em meio a tantas lembranças e principalmente da última mencionada.
- Rosanne! - Ele gritou me fazendo voltar ao presente, enquanto August pegava o smartphone estranho que colocara sobre aquela mesa.
- Me desculpem! - Eu disse enquanto August falava algo sobre voltar mais tarde, pois tinha algo muito importante para resolver.
Nos dias que se seguiram, eu decidi guardar, todas aquelas cartas e materiais que ficaram na minha casa, em um cofre, no porão.
Queria esquecer aquilo tudo, e portanto, aproveitei para curtir meu namoro com Robert.
Foram duas semanas bastante agradáveis, e apesar de eu ainda não conseguir dormir direito, passeamos, fomos ao shopping, enfim, tivemos nossos bons momentos juntos.
Como consequência da saudade que sentia da minha avó, apesar de tudo eu acabei mergulhando numa vibe meio gótica, preferindo batons mais escuros e roupas com cores mais neutras e escuras também, exceto pelo casaco vermelho, que enfim, não era apenas um casaco vermelho.

No entanto, numa tarde de sábado, ao final do outono, exatamente em uma das tardes mais frias daquele mês, ele precisou viajar para resolver alguns problemas em Nova Iorque; ( algo a ver com uma das empresas do Sr. Bullen, cujo edifício foi destruído durante uma batalha entre três super-heróis e dois vilões alienígenas).

Tivemos uma conversa bastante tranquila e natural, apesar de nossa ida, e a minha volta do aeroporto não ter sido nada convencional:

- Você vai ficar legal? - Robert perguntou me abraçando, quando August chegou, trazendo algumas malas.
- Rose! - Ele insistiu, enquanto caminhavamos até o portão de embarque, e eu tentava achar palavras para responder.
- Você sabe que eu só tenho você agora, não sabe? - Eu disse tentando não ficar mais triste do que já estava.
- Você também é importante para mim, meu amor, - Robert disse olhando para o painel de vôos, onde todas as viagens para Nova Iorque estavam canceladas.
- Mas eu tenho mesmo que ir.
- Eu vi nos jornais, a cidade está praticamente destruída, vida. - Eu resmunguei.
- Você não está se arriscando demais pegando este vôo, mesmo sendo um jato particular?
- Eu sei dos riscos, Rose! - Robert disse, sempre sereno e equilibrado, apesar do momento:
- Mas dezenas de pais e mães de família, trabalhavam naquele prédio.
- Tudo bem! - Respondi, pensando no que poderia ter acontecido aos funcionários do edifício de uma das empresas da família Bullen, seriamente abalado pela invasão alienígena que devastou Nova Iorque.
- É meu dever ajudar no que precisarem. - Ele explicou, heroicamente.
- Eu entendo! - Consenti com ele.
- Só toma cuidado, tá legal? - Recomendei enquanto nos despedíamos com um beijo.
- Não se preocupe! Pedi ao Connors e aos lobos para ficarem de olho em você! - Ele disse passando pela cancela do corredor que o levaria à pista de pouso ao longe.

- Amor; você não vai levar suas malas? - Eu gritei ao vê-lo se aproximar do jatinho sem as bagagens, quando August se materializou do meu lado.
- Já estão no lugar, Rosanne! - Ele disse, enquanto o piloto manobrava a aeronave.
- Ainda bem! - Eu disse olhando o jato correr e decolar, quando August disse olhando ao redor, certificando-se de que não havia ninguém por perto, embora o aeroporto estivesse praticamente vazio, por conta dos vôos cancelados.
- E então? - Questionei. - Como vamos embora, August?
- Do mesmo jeito que viemos, amiga! - Ele disse me estendo a mão esquerda.
- Ai, não! - Eu resmunguei, quando o aeroporto desapareceu, e a brisa suave do jardim da casa da minha avó atingiu o meu rosto.

- Você está bem, Rose? - August perguntou enquanto eu me equilibrava naquele chão cheio de folhas vermelhas e alaranjadas, onde minha casa me aguardava ao longe.
- Claro, claro! - Gritei, enquanto tentava me manter sobre os meus pés.
- E precisa ser sarcástica? - August esbravejou e eu respondi à altura:
- Só estou me acostumando a ser teletransportada, Connors. Só isso!

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora