Cap. XIII: CAÇADOS

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- ARGANNIS, NÃO! - Eu berrava incrédula, enquanto August me segurava tentando me acalmar em algum lugar da floresta para o qual ele me teletransportou, a fim de que aquele monstro não nos acertasse com seus dois braços enormes transformados em lâminas curvas e chanfradas.
- Cadê ela, Connors? - Eu ainda gritava dando pela falta da pequena roedora que ainda saltava sobre aquela coisa, apontando-lhe sua pequena espada, quando ele me agarrou se desmaterializando dali.
- Calma, Rosanne! - Ele disse me tranquilizando quando abriu a mão esquerda, onde a guerreira pequenina estava encolhida em posição fetal.
- Eu consegui pegar ela no ar; puxando-a no exato momento em que saltei para cá!
- Muito obrigada, eu acho! - Argannis diz se levantando e logo aparecendo no meu ombro esquerdo.
- Obrigada, Connors, mas e a minha casa? Temos que...
- Rose! Não pode voltar lá!
- As minhas coisas, Connors! - Eu gritava chorando.- Tudo sobre mim e a minha avó... Sobre a minha... A minha mãe... Tudo estava lá. Ficaram algumas coisas no cofre, mas muita coisa eu não tive tempo de guardar. Ai, meu Deus!

- Mas você não pode simplesmente entrar numa casa em chamas... Com aquelas coisas no seu quintal! - August disse enxugando o suor do rosto e da careca lisa dele com a própria camiseta, quando Argannis gritou:
- Temos que achar um lugar seguro!
- Será que ainda existe um? - Eu gritei pensando se completava a frase ou não.

- Acho que conheço um.  - Connors grita me estendendo sua mão direita - Se segura em mim e pega o rato aí.
- Como ousa? - Argannis grita furiosa, mas logo a Interrompi no berro também.
- Já chega! Vem logo! - Gritei abrindo a mão na qual ela saltou me dizendo para tomar o cuidado de não esmagá-la com os dedos.
Num instante estávamos no mezanino com paredes de vidro e mobília contemporânea e planejada de mogno, na casa de Robert Bullen, meu namorado que simplesmente não deu mais notícias se estava vivo ou morto.

- Espera um pouco! - August disse confuso.
- Não acredito que escapamos daquela coisa! - Eu disse me jogando em um sofá ali perto,
- A gente deu foi sorte, Rose! - Argannis disse colocando sua cabecinha minúscula por trás de uma orquídea e um vaso de plantas no qual havia subido para vomitar.
- Tudo bem aí, coisinha? - August perguntou com sarcasmo enquanto a pequena roedora botava os bofes para fora, por ter sido teletransportada.
- O que há com vocês dois? - esbravejei. - Não conseguem ficar um minuto sem se alfinetarem?
- Pergunta isso para a "mentora" dele.
- Já chega roedora chata! - August disse se dirigindo a Argannis com o maior desdém. - Não tenho tempo pra isso. Não agora!
- Alguém está me vendo aqui? - Gritei para chamar a atenção dos dois, quando algum tipo de onda de choque atingiu nossos corpos, nos jogando para trás, porém ignorando a gravidade, nos paralisando em pleno ar. Lá fora, ao ser atingido Tundram caiu desligado.

- Onde estamos pessoal?  - Connors questionou confuso. - Não foi esse o lugar que mentalizei. Parece que algo me impedi

- Como assim, não foi? - Argannis alfinetou, vomitando de novo, quando ele concluiu:

- Estranho. Parece que algo me... Impediu de sair da cidade!

- Estranho mesmo, meu rapaz... - Ella Zwan, a mãe de Robert Bullen surgiu gritando e com as mãos estendidas na nossa direção, como se nos imobilizasse usando algum tipo de força telecinética que nos manteve flutuando, mas sem conseguirmos nos mexer. - É um bando de esquisitões aparecer do nada bem no meio da minha sala de estar, não acham?

- Ai, não! - Connors murmurou rangendo os dentes.
- Quem são vo... - Ela ainda nos questionava, quando me reconheceu:
- Espera um pouco aí... Rosanne?
- Oiii! - Eu disse ainda flutuando quase de ponta cabeça sobre o sofá, quando ela desativou sei lá o que era aquilo e nós todos, Argannis, August e eu caímos onde estávamos.
- Mas... - a Sra. Bullen disse franzindo o cenho. - Como foi que entraram aqui?
- Ella! - Eu disse me levantando o mais rápido que pude e já não contendo minhas lágrimas a abraçei.
- August... - Eu disse ofegante enquanto apontava para o meu amigo. - Ele nos teletransportou para cá, estamos fugindo de...
- Sonaht. - Argannis interrompeu minha fala. - O copiador.
- Aquele roedorzinho fofo em cima da minha mesa de centro... Falou com a gente?
- Disse a vampira que fala com indígenas que viram lobos gigantes, por favor! - Argannis diz correndo de onde está e aparecendo numa prateleira de uma estante próxima de onde Ella está, continua:
- Ele está atrás do artefato que você encontrou naquele laboratório destruído, Rosanne.
- Artefato? - A Sra Bullen questionou confusa, enquanto a pequena guerreira disse desembainhando sua pequena espada e espetando-a na madeira da estante:
- Sim. Uma chave para algo que está escondido. Algo que a avó dela, - Argannis diz apontando para mim. - Roubou de um inimigo que pensou ter despistado, porém que enviou um de seus lacaios para recuperar o que é dele!
- Que loucura tudo isso que eu estou ouvindo... - Ella murmura atônita. - Mas o que trouxe vocês aqui, e... Como eu posso ajudar vocês?
- Ella... - Eu disse já com a voz embargada, quando as lágrimas começaram a rolar outra no meu rosto. - A minha casa foi destruída.
- Destruída? - Minha talvez, ex-sogra perguntou apavorada. - Ai, Jesus, Maria e José... Como assim foi destruída, Rose?
- Aquela coisa matou praticamente todos os lobos da aldeia dos calieneutes... - August disse fechando algumas cortinas da casa. - E copiou as formas de vários deles, até encontrar um momento que julgou ideal para atacar a Rosanne.

- Oh, minha querida  - Ella disse me acalentando - Eu sinto muito!
- Chegamos bem a tempo, na verdade. - Argannis complementou, quando Ella interrompeu:
- Os... Calieneutes? E o Calientob? Ele...
- Seu amigo está a caminho, - a pequena roedora esclareceu - ele precisou correr até um esconderijo, de onde virá para nos ajudar com alguns dos lobos, que escaparam daquela coisa.
- É verdade! - Tundram concordou colocando a cabeça pela janela. - Consegui distrair alguns deles, quando aquela coisa se cansou e as cópias começaram a desaparecer feito cinzas.
- Como assim? Você... Você sabia de tudo isso, Tundram? - Ella esbraveja, e ele se desculpa:
- Foi necessário, senhora Bullen. Argannis e eu temos histórias muito parecidas e quando a encontrei aqui no jardim...
- Então foi assim que conheceu ele? - Eu perguntei para a pequena roedora ranzinza, que confirmou:
- Sim. Ainda não sei explicar como, mas... A casa da sua avó é algum tipo de... réplica exata deste lugar.
- Réplica? - Ella questionou. - Como assim?
- Feitiço espaço-temporal. Ela até já sabe sobre isso... - August disse se sentando em um sofá ali perto. - Mas é uma história muito longa, Sra. Bullen!
- Eu errei o local ao ser deixada aqui por uma coruja de Blogwarts; porém expliquei tudo ao grandão ali e ele me ajudou a encontrar a Senhorita Redine.
- Blogwarts! - Ella murmurou como se recordasse de algo. - Ah, sim! Meu esposo e eu estudamos nesta escola, mas por pouco tempo.
- Interessante... - Connors murmurou, mas Ella mudou de assunto:
- Mas isso não vem ao caso agora, está bem?
Vamos, Rosanne. Me diga o que aconteceu com a sua casa!
- Aquelas coisas... - Eu explodi em lágrimas - Eles explodiram tudo... Tudo!
- Ah... Merda! - August disse se desmaterializando por alguns instantes.
- Aonde... - Ella gritou assustada e correndo até a janela de vidro onde ele estava.
- Aonde ele foi? - disse abrindo a janela procurando por August, quando ele reapareceu dentro da sala gritando:
- Eles estão vindo gente...
- O quê? - Argannis gritou pegando sua pequena espada e correndo até a janela enquanto ele gritava apontando lá pra fora'
- Estão vindo atrás de nós.

- AH... MEU... DEUS! - Ella gritou ao ver vários lobisomens bípedes com olhos prateados, pêlos negros e metálicos, já correndo sobre as quatro patas pelo grande quintal da casa.
- Temos que sair daqui... Já! - Eu gritei enxugando as lágrimas, quando Tundram começou a atirar com seus canhões enormes.
- Levem a Rose até o porão... - Ella gritou voltando para dentro da sala e se movendo numa velocidade sobre humana pegou um iPhone 11 negro e metálico sobre uma pequena escrivaninha ali perto.
- Eu já sei o que fazer. - Disse tocando firme com seu dedo indicador esquerdo na tela enorme.
- Você ouviu... - August diz me abraçando pela cintura. - Me leva até lá Rose.
- Vamos, eu te mostro onde fica. - Eu concordo segundos antes de me ver dentro da cozinha e de frente para uma porta que dá para o subsolo da casa.
- Muito bem... - Ella Zwan diz ainda olhando pela janela, quando os lobos entram no quintal.
- Vocês vão entrar, mas não vão sair! - A Sra Bullen Bullen ainda murmurava quando um escudo azulado de energia saiu, cercando todo o quintal da mansão cortando ao meio alguns dos monstros que ainda se aproximavam da casa.
Segundos depois; um rugido tão alto quanto as turbinas de um Boeing 747 ecoou pela floresta.

Lá embaixo; na cozinha August já abria a porta do porão, quando o chão começou a tremer sob os nosso pés

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Lá embaixo; na cozinha August já abria a porta do porão, quando o chão começou a tremer sob os nosso pés.
- Mas o que foi isso? - Meu amigo perguntou assustado.
- Eita! A Ella soltou a Annonimus Rex.
- Espera aí. Ela soltou... O quê?

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora