Chapter seven - I won't give up

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Nick narrando

Quando voltei  com Jessie logo após comprar o remédio do tal Max, Lucy estava conversando com ele dentro do quarto. Algo que eles falavam fez com que Jessie abrisse o maior sorriso do mundo e entrasse, pedindo para que minha noiva saísse. Ela saiu e fechou a porta, vindo ao meu encontro.

- Ele ficou tremendo lá dentro. É uma pena, Jessie vai engolí-lo vivo. - balançou a cabeça, acariciando a barriga - Baby, vou comer algo na cantina. Você vem?

- Não, vou ficar por aqui. Pode ir. - beijei os lábios dela suavemente, deixando-a ir.

Eu fiquei observando o teto do hospital por alguns minutos, até ouvir Jessie pigarrear e voltar a falar. Eu não estou bisbilhotando, apenas tenho uma boa audição... Com o ouvido grudado do outro lado da porta.

- Nick nunca morou com a gente, mas ele era e ainda é o meu herói. Alex também, mas eu gostaria que ele estivesse em casa naquela época... - eu franzi o cenho, confuso com o jeito de falar - Eu tinha apenas doze anos quando começou. Meu pai tinha um... Um amigo que ia lá em casa todo final de semana e... Ele sempre me dava presentes e eu gostava, era uma criança. Mas então, teve um dia que meus pais saíram e Alex estava na casa de um amigo e esse amigo do meu pai chegou. Eu não esperava, quero dizer... Ele disse que tinha algo para me dar. Ele me amordaçou e me levou para o meu quarto e... Me estuprou. - minha irmã caiu em um choro compulsivo, impossível de continuar - Ele continuou a fazer isso até meus dezesseis anos, quando ele se casou. Meus pais não sabem disso e muito menos meus irmãos. Você nunca me viu com homem nenhum porque eles sempre chegam me agarrando, me apertando. É horrível. Por muito tempo eu não conseguia chegar perto de ninguém, eu tinha vergonha. Mas então eu cresci e vi que o mundo é cheio de pessoas assim e dentre essas pessoas, eu conheci muita gente legal. E dentre essas pessoas legais... Eu vi você. Sempre por perto, sempre ajudando todo mundo. Seria injusto demais eu não notar a sua presença. Espero que entenda que eu não estou pronta para ter um relacionamento, mas podemos conversar sobre isso.

Minhas orelhas queimavam com a informação recebida. Minha irmã fora violentada e nunca teve ajuda de ninguém, nunca procuraram saber como ela se sentia. Eu nunca morei com ela e ela sempre precisou de mim e de Alex. Meus pais então... Quando Lucy voltou, eu estava andando de um lado para o outro  com o celular na mão, o rosto transformado em puro ódio.

- Não importa, cancele o que tiver que cancelar e venha. Venha hoje ou amanhã, mas venha. - ordenou, desligando o celular. Nesse momento, Jessie saiu do quarto para que o médico pudesse examinar Max.

- Ele vai ter alta agora. - eu a encarei, suavizando minhas expressões - Vou levá-lo até a casa dele, obrigada pela carona.

- Espere! Eu posso levar vocês. O voo é para depois das onze da noite.

- Ele mora no Brooklyn. - Jessie avisou, cruzando os braços.

- Sem problemas, ainda tenho tempo.

O tal Max recebeu alta e eu o levei até a casa dele, na companhia de Lucy e Jessie. Ao estacionar, eu estava com a cabeça ardendo e por pouco não perdi o controle.

- Obrigado pela carona, Nicolas. Desculpe qualquer coisa.

- De nada, Max.

Eu ia deixar Jessie em casa, mas pedi para que ela fosse para minha casa ficar com Lucy e ela aceitou de bom grado. Ao chegarmos, Jessie ajudou a levar uma das bolsas de Lucy até o nosso apartamento, conversando sobre coisas aleatórias.

- Eu estou dizendo, o Carl foi um monstro com o Max. Ele está demitido.

- Eu entendo, mas ele estava cheio de ciúme. Mas foi uma atitude impensada, devo admitir. - Lucy fez silêncio, caminhando pela cozinha - Sabe, por mais que o Carl tenha dito que você é uma gata e você de fato é, e que ande com umas roupas... Apertadas, mas... - Jessie a interrompeu, arregalando os olhos.

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