If I Fell {camren}

Pisces

Camila esquentava suas mãos em seu copo de capuccino, olhava para a janela ao seu lado e alguns carros passando. Não sabia se gostava de morar em Nova York, mas sentia que era uma cidade atraente. Depois de passar toda sua adolescência em Los Angeles, talvez sentisse falta de agitação e praia.

Em Nova York, amava frequentar o parque da cidade, havia escrito um pouco de seu livro lá, refrescando as memórias de uma noite de amor que teve. Era esquisito porque, Camila nunca havia chegado no final. Ela se sentia mal, mas era uma romântica insaciável, e depois de tanto se frustrar com pessoas reais, descontou tudo isso em sua literatura obcecada por amor.

Ela procurava o par perfeito, óbvio, mas já havia perdido sua esperança com homens. Conheceu um que jurava ser seu príncipe encantado, mas quando viu a verdadeira face dele, acabou correndo. Teve alguns mini casos enquanto não encontrou seu próximo namorado, com o qual ficou três anos, e quando terminou se frustrou de novo.

Ela gostava de lembrar de todos os relacionamentos e pensar que nunca deixou de acreditar no amor por conta deles. Em seu livro dizia: "alguns escrevem sobre amor, outros sentem o mais intenso dele. No final das contas, nenhum dos dois sabem o que é, verdadeiramente, o amor."

Arrumou a armação de seu óculos devagar e bebericou o café, sentia sua língua queimar um pouco, mas não se importava. Continuava olhando pra janela fixamente, pensava em que nome podia dar pro seu livro.

Healing.

Hurting.

Loving.

This Love.

The Museum Of Broken Hearts.

Museum Of Love Story.

Piscou algumas vezes, olhou para seu copo, seu relógio. 8:54AM. Ela precisava estar em seu trabalho daqui a 6 minutos. Segurou forte seu copo, pegou sua bolsa e saiu dali sem pensar muito. Sempre ficava em devaneios na cafeteria, esquecendo totalmente de seu horário.

Atravessou as duas avenidas e andou, suas botas faziam barulho, seu café balançava fortemente dentro do copo, mas naquele momento ela só não queria levar uma bronca. Ela sabia como Joey Monroe era frustrado com todos, e ela definitivamente não podia entrar em sua lista de chateações.

Bateu seu cartão devagar na catraca, esperando aprovação, e correndo pro elevador, sentia o café respingar pela sua mão, mas naquele momento, já não se importava. As batidas do seu coração já estavam aceleradas, suas pernas cansadas por conta do salto, seu café frio por conta do clima de Nova York.

Camila teria um ótimo dia pela frente.

- Bom dia, garotinha. - Escutou a voz de Taylor ecoar pela enorme sala.

- Oi Taylor...- Ela sorriu, e dessa vez, um sorriso sincero também. Ela gostava da garota de olhos azuis e cabelos dourados, ela fazia seu dia no trabalho ser menos insuportável.

- Temos tanta coisa pra fazer hoje...esse lugar não é nada sem você.

- Na verdade, é sim. Minhas colunas são sinceras e Monroe não gosta disso....mas pra felicidade dele, se meu livro for um best-seller, eu vou cair fora daqui.

- Você nem terminou seu livro. - Taylor ri.

Camila senta em sua mesa, respirando fundo. Ela sabia o dia cansativo que viria pela frente, então ela só se pôs a dizer.

"Nada como um dia após o outro"

- Eu terminei meu livro ontem à noite, pra sua informação. - Camila sorria ironicamente pra amiga, que automaticamente colocou sua mão na boca, em estado de choque.

- Tá calma, você terminou mesmo? Não pode ser sério! - Ela sorria de boca aberta, seus cabelos presos em um rabo de cavalo e sua franja tampando toda sua testa. - Finalmente, Camz. Quando vamos comemorar?

- Eu não gosto de comemorar as coisas muito cedo, então...eu imagino que vamos comemorar quando eu achar uma editora boa o suficiente para publicar meu livro...Afinal, ele ainda não tem nome.

- Precisa ser um nome clichê. - Taylor sorri e aperta a mão da garota de cabelos castanhos, que soa empolgada, mas nem tanto quanto a amiga.

- Você deveria estar mais feliz, poxa! - Taylor coloca sua cadeira no lugar, e liga seu computador. - Você merece muitas coisas boas, garotinha.

- Eu não sei...não consigo acreditar no meu potencial. Agora, talvez o destino consiga dizer o que vai ser meu futuro de escritora.

- Eu aposto que ele vai ser mágico.

Camila passa a mão molhada de café em sua saia, liga seu computador e começa, ou pelo menos tenta, trabalhar. A cabeça dela rodava, lentamente, sobre todas as possibilidades incríveis e horríveis que ela podia receber com seu livro. Ela mal sabia por onde começar, qual editora procurar, se a idéia realmente daria certo, se alguém aceitaria aquele livro, que podia ser considerado um lixo por muitos.

A garota sabia que tinha que parar de focar tanto em si mesma. Ela tinha que botar tudo em seu novo arquivo de outono, e ela faria isso sem ouvir uma reclamação sequer.

Camila Cabello era capaz de achar uma editora, publicar seu livro e fazer seu arquivo de outono.

Ela confiava em seu mantra.