POV Camila
Fazia uma semana desde que eu e Lauren havíamos nos beijado, e desde essa uma semana, eu ando a evitando o máximo que posso. Ela me chama pra sair e eu recuso, eu demoro horas pra responder suas mensagens. Talvez eu seja um monstro que nem Taylor diz, mas tudo que eu quero agora é distância do mundo real.
É demais pra minha cabeça pensar que, pelo menos por um momento eu posso entrar em um relacionamento de novo, e que todas as coisas que aconteciam comigo voltem a se repetir. Lauren é incrível mas, talvez ela seja demais pra mim, ou não sei, talvez eu só não esteja pronta como todo mundo falou que eu não estava, e eu agi que nem uma idiota só porque eu sempre quis encontrar alguém como ela.
Eu sabia que ela não ia fazer nada pra mudar isso, então eu só respondia as coisas que ela falava do meu livro. O problema é que, uma hora ou outra eu teria que vê-la, e provavelmente ela viria me interrogar.
Eu não queria conversar com ninguém, na verdade até Taylor eu estava evitando, e estava fazendo minhas malas pra ir pra casa da minha mãe. Eu não aguentava mais a barulheira da cidade e todas essas coisas enchendo minha cabeça, então talvez eu só precisasse de um fim de semana ao lado da minha família pra esquecer de vez e enterrar qualquer coisa que já senti por Lauren.
Isso nunca daria certo.
POV Narrador
Camila sai com suas malas de seu prédio, pegando o primeiro taxista que apareceu na avenida.
— Eu preciso ir ao aeroporto. – Camila deu um sorriso ao taxista.
O dia em Nova York estava chuvoso, não havia muitas pessoas na rua. Camila começou a contar as horas grudadas na janela do carro e acabou se distraindo, até receber uma mensagem no celular.
Lauren: o que diabos você tem? Eu não sou um brinquedo.
Camila: Eu não posso falar agora.
Lauren: Você nunca pode.
A garota de olhos castanhos respirou fundo, e voltou a encarar a janela, tentando se esquecer que um dia conheceu Lauren. Ela sabia que era impossível, e não sabia porque diabos queria tanto mudar de ideia tão rápido.
— Chegamos, senhorita.
Camila pagou o homem e saiu com sua mala, indo em direção a entrada do aeroporto.
Ela sabia que fugir de Lauren não era o certo, mas era a única coisa que conseguia fazer agora. Estava com os pensamentos desorganizados, mas conseguia escrever algumas coisas.
"A coragem humana de sentir é única, mas cabe ao mesmo tomar a decisão do quão fundo vai. Quando se acha que está entrando em algo ruim, ele tem a habilidade de voltar e se esconder, como se estivesse esperando que alguém o puxasse da toca para agir de acordo com seus atos, e principalmente, ter responsabilidade emocional."
A fila começou a andar e Camila andava de acordo, porém não conseguia desgrudar seus olhos do celular.
"Quando um ser humano mergulha, é difícil voltar a superfície, e quando ele volta, se sente confortável a ponto de não querer sair. Ele não quer encarar novos sentimentos, lidar com eles ou qualquer coisa do tipo, ele só quer sentar e esperar alguma boa vontade de que algo faça que tudo fique mais simples".
— Moça, sua bagagem. – Camila despejou sua mala em cima da esteira enquanto dava a informação sobre seu voo.
Queria desligar o celular, porque sabia que não conseguiria apagar o número de Lauren. Ela ainda sentia tudo pela garota, por mais que negasse, mas não podia se permitir pensar na possibilidade de se desculpar e voltar a falar com ela. Ela não queria e não podia ceder, queria se machucar e lidar com a solidão.
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If I Fell {camren}
Hayran KurguCamila jurava que suas histórias de amor ficariam somente em seus livros, até conhecer uma mulher tão romântica e apaixonada por literatura quanto ela.