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Analo on|🖇

Depois que eu mostrei a conversa pro Artur, pude perceber que ele realmente estava levando tudo a sério. Um momento histórico estava acontecendo ali, pela primeira vez vi ele levando uma coisa tão a séria a ponto de querer ajuda. Uau!

Depois dali,ficamos calados a "viagem" inteira. Fiquei pensando se deveríamos bolar um plano para caso acontecesse algo, ou sei lá! Nunca se sabe.

- Chegamos! - o taxista disse parando o carro. - é aqui mesmo? - ele falou olhando pra paisagem, que estava bem "obscura" por sinal.

- É sim,moço! - retirei o dinheiro do meu bolso e entreguei. - pode ficar com o troco,tchau,tchau!

Assim que entreguei eu e o Artur saímos do carro e esperamos o moço sumir de vista.

- Qual o plano? - o mesmo indagou olhando para mim.

- O plano é elaborar um plano.

- Assim também não dá,né.

- Nem vem! Você que quis vim pra ca..

Foi aí que eu escutei um barulho de passos. Eu interrompi o que eu estava falando, puxei Artur e tampei sua boca. Ficamos escondidos atrás de uma árvore e que por sinal, tinha bastante mosquito.

- Tem certeza que escutou alguém aqui, Emílio? - um homen perguntou. Ele estava literalmente na nossa frente.

- Não faço ideia, não quero escutar reclamações da Veronica. - o outro homem falou com raiva.

- Que seja! Vamos logo, ela ta esperando no carro pra gente ir.

- Eu não sei...tenho impressão que a garota tá só driblando a gente, ela tá aqui, Sabiá.

- Com essa sua impressão não vamos chegar a nada. Bora logo,homem! Amanhã a gente procura ela.

- Até amanhã ela já teve tempo o suficiente para sumir, não acha?

- Faz sentido.

- Pode ir com ela, e com a menina e o meninos, eu fico aqui vigiando.

- Tá bom, mas vamo avisar pra ela.

Depois disso eu não consegui escutar basicamente nada direito, o nome Veronica me parecia familiar? Só não sabia da onde direito.
Aí eu me lembrei aonde eu estava. Meus amigos estavam correndo perigo e eu não fazia ideia do que fazer.

Hipoteticamente eu estou ajudando, mas hipoteticamente eu apenas escutei uma conversa e descobri o nome deles, o que já ajuda em muita coisa, pelo meu ponto de vista. Eu deveria mesmo ligar pra polícia, mas eu saberia que eles iriam demorar para um caralho para chegar.

- Ó pensativa, vamo se levantar e pular esse muro. A deixa é agora. - Artur disse sussurrando para mim.

- Ok,ok!

Meu celular começou a vibrar.
Não é possível que o mundo só lembre de mim quando eu estou fazendo alguma coisa importante e que claramente não posso ser atrapalhada.

- Você não desligou o celular?

- Não, vai que acontece alguma coisa e a gente precisa dele, espera. - peguei o celular coloquei no modo avião. - Pronto!

- Tá pronta?

- Assim... - olhei para o muro. - fazer o que,né? - disse e pulei o mesmo.

Não faço a mínima ideia de como eu consegui fazer isso, mas bem - eu consegui.-
Depois o Artur pulou na maior facilidade do mundo.

- Ei.. - ele disse praticamente os olhos em uma tentativa de focar a sua visão para algum lugar. - Já sei onde ela tá, ali! - ele apontou.

- esses caras são muito burros.

A gente começou a andar de fininho até ela,para que não fôssemos vistos por outras pessoas.

- clara.. - falei sussurrando.

- Vocês vieram! - ela disse se levantando e vindo até a gente. - fico feliz por isto,mas a gente tem um foco e uma missão.

- Qual é o plano, Avenger? - falei quase rindo. -

- Você para porque senão eu vou ter uma crise de risos aqui mesmo. - ela falou rindo.

- Vocês tão aqui pra fazer palhaçada ou pra ter foco na missão? - Artur falou irritado.

- Ah...oi. - Clara parecia desconfortável com a presença do garoto. - então. - ela colocou as mãos dentro do seu moletom.

- Espera.. - analisei ela de cima abaixo. - que porra você tá fazendo com uma mochila e uma faca?

- Então a história é um pouco longa...mas o foco principal não é esse. Isadora e Ranieri estão dentro daquele carro que esta lá fora, vocês viram, não viram?

- então...

- eu vi! - Artur falou.

- Por que você não me falou que viu um carro, Artur? - indaguei.

- Era só um carro, como iria saber que ia ter duas pessoas lá dentro.

Eu respirei fundo depois da sua resposta.

- Vocês aquietem o cu! - Clara exclamou. - a gente precisa despistar eles e é agora.

- Deve ser legal roubar a namorada dos outros,não é,Clara? - Artur disse se aproximando.

- De que porra você tá falando?

- Você sabe..a Lanna..

- Vai se foder, garoto!

- Ô,ô,ô! - separei os dois. - depois vocês brigam, agora não,merda!

- Que seja! - os dois falaram em uma espécie de coral.

- Como a gente vai fazer isso? - indaguei.

- Alguém tem crédito? - A garota indagou.

- Não é hora de fazer ligação não, leprosa.

- Artur, eu juro que se você falar mais um "a" eu pego essa faca e soco no meio do seu cu! Para de ser infantil,cacete!

- uau. - disse chocada.

- Só passa o celular. - ela repetiu e Artur revirou os olhos.

Eu entreguei meu celular e ela começou a discar um número, em seguida um telefone ecoou por dentro da casa.

- se abaixem! - ela sussurrou e em seguida todos sussurramos.

Foi como se fosse um sinal para todos entrarem na casa. Emílio, Sabiá e Veronica entraram na casa.

- Agora, alguém vai ter que fechar.. - ela disse.

- Tá doida? E se acontece alguma coisa? - Artur indagou.

- Você é um homem ou um rato? - perguntei olhando para o garoto.

- porra! Eu não to doido pra fazer essas merdas não.

- Deixa eu lembrar aqui..quem foi que quase quebrou a mão por causa de uma garota?quem? Ah,é! Você! Agora se levanta e fecha a porra daquela porra! - Clara entregou a chave para ele.

- Se eu morrer, eu puxo o pé de todo mundo quando forem dormir,e olha que eu não estou brincando.

- tá,tá. Agora anda. - disse.

A partir do momento em que o Artur se levantou e correu até a porta, eu pude sentir o meu coração sair pela boca. Eu não queria perder algum amigo meu ou algo do tipo, mas isso seria necessário, prendê-los por um certo tempo seria uma ótima ideia. Eu pude sentir a Clara segurar a minha mão.

- Vai dar tudo certo, confia no pai que o inimigo cai. - ela disse

Verdade ou desafio?Onde histórias criam vida. Descubra agora