[...] e havia também algo em seus olhos pintados que dizia com melancolia:
decifra-me, meu amor, ou serei obrigada a devorar.
(Clarice Lispector)
𓅐
Quando Chan conheceu Minho, ele não esperava que a parceria entre eles fosse dar tão certo.Bem, foi provado o quanto ele estava errado.
Eles equilibravam um no outro aquilo que o trabalho deles exigia e, nem mesmo o humor questionável de Minho que o tirava do sério, era o suficiente para desestabilizar esse equilíbrio.
Minho não tinha apenas características faciais semelhantes de um gato como também a sutileza e destreza de um. Ele se adaptava bem às mudanças bruscas e, acima de tudo, não levava as coisas para o coração. Seu parceiro sabia se distanciar do trabalho de uma forma objetiva, algo que Bang Chan sempre falhava miseravelmente.
Tratar cada caso como uma questão pessoal é uma das maiores falhas em um Detetive.
Chan não conseguiria negar este fato mesmo que quisesse, não quando estava sendo asfixiado com a corrente da algema que ainda conectava seu braço com a do criminoso atrás de si.
Felix reforçou o aperto ao redor do pulso esquerdo do Detetive contra seu próprio ombro, o outro braço do Emissário tremia suavemente contra sua orelha, esticando assim a corrente mais firmemente contra a garganta de Bang Chan que ainda tentava se recuperar pela surpresa de ser atacado ao sair do carro.
O Detetive sentia a respiração pesada de Felix contra sua pele, os dedos soltando por um momento seu punho e rapidamente alcançando os bolsos de suas calças, procurando furtivamente por algo que não estava ali.
Chan aproveitou a distração de Felix para puxar firmemente o braço que ainda tentava asfixiá-lo, rapidamente pegando-o pelo casaco.
Com as posições invertidas, Felix arfou ao sentir suas costas se chocarem com força contra a lataria do carro.
— Não gaste sua energia testando a minha paciência, Felix — Chan avisou há apenas uma respiração de distância do rosto fulminante do Emissário. — Aliás, é inútil, a chave não está comigo.
Chan observou com estranha satisfação a feição de Felix cair. Os olhos brilhantes, mesmo com a gradual ausência do sol na rua completamente vazia, estreitaram-se em choque.
— Onde... está a chave?
— Com alguém que eu confio e longe de você — Chan disse calmamente, soltando o casaco preto do Emissário que ainda o fitava com uma expressão atordoada e respiração curta.
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Solivagant • chanlix
Fanfiction[EM REVISÃO] ❝O departamento de crimes violentos de Incheon era mais enfadonho do que o nome fazia parecer. Bang Chan não se importava, sendo isto um indício de que a taxa de homicídios da cidade estava mais baixa do que já esteve no passado que tod...