Há um monstro no corredor

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  Graças ao vão que havia no fim da porta do meu quarto era possível ver as patas do lobo, o que mostrava que ele havia conseguido entrar em casa como todos já suspeitavam

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  Graças ao vão que havia no fim da porta do meu quarto era possível ver as patas do lobo, o que mostrava que ele havia conseguido entrar em casa como todos já suspeitavam.

  Mamãe e eu estávamos quietas em pé na frente da porta, observando capa passo que o animal dava em busca de não sermos surpreendidas com sua entrada no quarto.

  Se ele fizesse o mesmo que havia feito com a porta de entrada não haveria chance de sobrevivermos, pois uma vez dentro do quarto ele avançaria para cima de uma de nós. Estava evidente que ele desejava provar carne humana quando correu atrás de mim, seus olhos sombrios e escuros mostravam isso.

  Sua sombra começou a se mover, indo em direção a outra parte do corredor e saindo do nosso campo de visão, porém o barulho dele cheirando algo mostrava que ele continuava alí.

  Talvez ele estivesse esperando que nós pensássemos que ele já havia ido embora e saíssemos do quarto, para então avançar e devorar a uma de nós, mas será que um animal seria tão inteligente assim?

  Minha mãe fez menção a ir até a porta, provavelmente ela pensava que ele havia desistido e ido de volta para a floresta, mas antes que ela chegasse perto de mais da porta a impedi.

— ele continua aqui, não está ouvindo que ele está cheirando algo? — perguntei baixo, com medo dele ouvir.

— você tem uma boa audição em — comentou no na mesma altura que eu — eu não ouvi nada.

  Continuamos alí paradas e quietas, até que ele decidiu voltar para frente da porta, mostrando ser decidido quanto ao que queria.

  Sabendo que haviam pessoas dentro do quarto ele arranhou a porta, não de uma forma rude como se quisesse arrancá-la fora, mas sim como se quisesse que abrissémos-nas, em seguida houve um resmungo, me fazendo questionar se era o mesmo lobo de antes.

  Ao meu lado minha mãe pareceu se comover com o resmungo, pois seu semblante se tornou triste como se estivesse sofrendo com aquela situação.

— eu só queria que tudo isso acabasse — disse ela com a voz amargurada.

— eu também, esse lobo quer nos devorar e eu não quero morrer — comentei.

🐺🐺🐺

  Acordei ouvindo batidas na porta, o que me fez perceber que eu havia capotado sentada no chão, com a cabeça apoiada no ombro de minha mãe que se encontrava ao meu lado e que também havia despertado.

  Cansada me levantei e fui até a porta atender quem batia, enquanto eu bocejava e tentava amenizar a dor de ter dormido sentada. Quem batia era Heloísa, que tinha uma enorme expressão de cansada.

— vim avisar que o lobo já foi embora, olhamos toda a casa e não o encontramos — disse com um sorriso fraco — vocês já podem sair.

  Também dolorida — pelo menos parecia que sim —, minha mãe se levantou do chão e veio até o meu lado, aparentemente apreensiva.

— onde está o Ted? — perguntou preocupada.

— ele está no escritório — respondeu — assim que o lobo se foi ele partiu para lá.

— eu vou vê-lo — disse e então saiu.

  Assim que fiquei sozinha no meu quarto, tranquei novamente a porta e fui caminhando até o sofá para poder dormir. O horário da escola já havia passado, o que significava que eu não poderia ir mais, então por que permanecer acordada igual a um zumbi?

  Não demorou muito para que eu pegasse no sono, embarcando assim em um sono inusitado.

  Ao meu redor tudo era preto, não havia profundidade e nem nada que me fizesse pensar que eu estava em algum lugar. Aquele cenário se assemelhava muito a desenhos modestos feitos no papel, onde só havia o que desenharam em lápis sem nenhum detalhe 3D.

  Tentando sair daquele lugar bizarro comecei a caminhar, mas por mais que eu andasse nada mudava, eu sempre estava pressa em uma folha preta, até que algo se tornou diferente, na minha frente começaram a surgir frases como se alguém as escrevesse com giz.

  "Alcatéia", " não é algo que ela possa mudar", "todos que saem dessa cidade acabam voltando por não terem lugar lá fora".

  Logo que terminei de lê-las, frase por frase foi explodindo, causando muita iluminação ao ponto de me cegar um pouco, então no lugar delas começou a aparecer cenas. Primeiramente do dia em que me afoguei, depois de Roberta implicando comigo, em seguida do lobo que me visitava toda manhã.

  O que meu cérebro queria ao fazer tudo isso?

  As imagens foram substituídas por as de que passei ao lado do Heitor, desde o dia do luau que aconteceu na praia à minha noite com ele, então todas imagens desapareceram como se tivessem sido arranhadas por uma fera.

  Tudo estava escuro novamente, não havia mais sinal de nada, a única coisa que eu sentia era como se uma parte de mim faltasse, como se eu fosse incompleta, então acordei do sonho totalmente suada.

— caramba cérebro, hoje tu foi longe demais — comentei sozinha.

  Com as energias revigoradas me levantei e fui até o closet, separei uma muda de roupa e parti para um bom banho de banheira, tudo o que eu mais precisava era relaxar depois de todos os acontecidos daquele dia, mas o sonho não saia por nenhum minuto da minha cabeça, eu devia realmente ter ficado impressionada com o lobo que invadiu minha casa e não era para menos, eu poderia ter morrido.

  Assim que terminei o banho vestia a calça jeans skinny, a camiseta com uma gola em V e mangas curtas, minha pantufa rosa repleta de pelos e desci para o primeiro andar.

  Todos da casa se encontravam parados do lugar onde antes ficava a porta, encarando as madeiras destroçadas no chão. Aquele lobo estava realmente com raiva.

— precisamos de uma porta mais forte — comentei assim que cheguei ao último degrau da escada.

— precisamos de uma porta mais forte — comentei assim que cheguei ao último degrau da escada

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O que vocês acharam desse lobo?

  E esse sonho que a Raquel teve em? Ele é meio que um aviso, mas lerda como ela é, não percebeu.

  Ah galera não esqueçam de votar e comentar muito.

  Bjs de lobo.

Lua azul {HIATUS}Onde histórias criam vida. Descubra agora