More Than This [L Paquetá]

♪ 5.6 ♪

dois meses depois - novembro

*Ana Clara's point of view*

Faltam sete dias para o aniversário de Sophie, e é inacreditável como o tempo passou tão rápido e tantas coisas mudaram em apenas um ano...

Nesse mesmo momento, no ano passado, eu estava morrendo de dor nas costas e torcendo para que minha filha nascesse logo para que pudesse vê-la e pegá-la em meus braços, mas ao mesmo tempo eu não queria que ela nascesse, pois eu sabia que Lucas não iria ver o parto, e não queria que ele perdesse aquele momento. Naquele dia, Sophie não quis nascer, mas uma semana depois ela resolveu vir ao mundo, e Lucas conseguiu estar lá comigo e com ela...

Depois que ela nasceu, quando já estava no quarto e me trouxeram Sophie com a roupinha que havíamos escolhido e arrumadinha, pude finalmente olhar o quanto ela era linda, e mesmo sendo quase uma cópia de Lucas, não deixava de ser a pessoa mais linda que eu já havia visto no mundo, com aquelas bochechas gordinhas e aquelas mãozinhas segurando meu dedo...

Mas nesse um ano, as coisas mudaram muito nas nossas vidas; estou morando com Lucas na casa dele, voltamos a namorar no início do ano, Ana vive engatinhando, e já está quase falando, terminei mais um ano da faculdade, e comecei o penúltimo ano em agosto...

Como não tive aula na faculdade hoje, fiquei a manhã inteira com Sophie, almoçamos, e agora estamos sentadas na sala. Estou com meu notebook organizando minha agenda, enquanto Soph brinca no tapete com ursinhos de pelúcia; escutei o barulho da porta do carro batendo e imaginei que Lucas tivesse chegado do treino

- Acho que o papai chegou, filha - falei e ela me olhou

- Pa - tentou falar

- Isso, pa-pai - falei e ela continuou falando "pa" - Fala "mamãe", filha!

- Ma - falou enrolada e eu ri

Lucas abriu a porta e nos viramos para ele; depois de trancar a porta, deixou suas coisas em cima da mesa e veio até nós

- Oi, Martins - me deu um selinho e sentou ao meu lado no sofá, pegando Sophie no colo, que já estava tentando subir no sofá - Oi, meu amor - beijou a cabeça dela

- Papá - falou e arregalei os olhos

- Sophie! - gritei animada

- Isso, pequena, papai - Lucas falou e beijou sua bochecha

- É um grude com esse pai, não tem jeito - falei e ela riu - Você fica rindo, né, abusada?!

- Algum dia ela aprende a falar "mamãe", mas como ela ainda não sabe, você ouve ela me chamando - Lucas zoou e belisquei ele - Ai, sua doida! Quer me matar?

- Deixa de ser dramático, Lucas!

- Você me beliscou!

- Nem doeu - revirei os olhos

- Não?! - questionou incrédulo e mostrou o braço onde eu havia beliscado, com uma marca vermelha - Olha isso!

- Opa - falei e comecei a rir - Desculpa, amor - pedi ainda rindo e ele revirou os olhos - Não foi minha intenção te machucar, e a culpa é sua

- Minha? Por que?

- Se você não tivesse falado nada, eu não teria motivos para te beliscar

- Ah pronto... - murmurou e levantou - O papai vai na cozinha, fica aí com a mamãe - deixou-a no meu colo e foi para a cozinha

- Você foi muito linda falando "papai", mas quando a senhorita vai falar "mamãe" também? - questionei e ela deu de ombros, como se não se importasse com o que eu estava falando