Libação
Libação é uma prática religiosa em que se derrama água, vinho, infusão, leite, óleo e até sangue em honra a uma divindade. Era uma prática bem difundida no mundo grego. Em geral, costuma-se fazer libação derramando um devido líquido no altar, ou perante uma imagem da divindade, mas também pode-se fazer no próprio solo. As libações podem ser feitas dentro do ritual ou separadas.
Ao fazer uma libação, abdicamos de algo, agradecemos à um Deus ou à vários Deuses. libações podem ser feitas antes das refeições, derramando parte da bebida em honra à uma divindade.
Aqueles que derramaram as libações costumavam fazer isso para que aqueles que estavam cientes de terem feito algo incorreto pudessem se afastar das libações. "(Suda sv Τίς τῇδε)
Se por acaso alguém disser palavras não auspiciosas (blasfêmia), ou quebrar o silêncio ritual (mesmo por alguém que não participa do ritual), é necessário começar tudo de novo, e o conteúdo da primeira libação é lançado no chão - por exemplo: "enquanto o filho de Xuto estava prestes a derramar uma libação entre outros, um dos escravos disse uma palavra profana; ele ... pensou que era um sinal e pediu que outro copo fosse preenchido novamente. As libações anteriores a Deus, ele as jogou no chão, instruindo cada um a fazer o mesmo. O silêncio caiu sobre nós. Em seguida, enchemos novamente as taças sagradas com água e vinho "(Eur. Ion 1117) Deve sempre haver silêncio, ou sons auspiciosos, enquanto um ritual é celebrado - em condições contrárias, é impossível:Tenha em mente que copos, vasos etc. que são usados para rituais nunca devem ser usados para ações profanas.
Para Deuses mais celestiais, principalmente olímpicos, costuma-se derramar líquidos em chamas, para que o vapor do líquido se eleve à esses Deuses, esta prática é um pouco mais complexa, usada mais para rituais. Para Deuses ctônicos e espíritos ancestrais costuma-se derramar na própria terra, a ponto de que o liquido chegue até eles no mundo espiritual (Submundo). É algo bastante simbólico.
No livro "A Odisséia", de Homero (séc VIII a.C.), o herói Odisseu verte uma mistura de leite, mel, vinho, água e farinha de cevada para invocar as almas dos mortos durante a sua ída ao Submundo.
Pode-se verter como libação qualquer líquido, de preferência bebestível, na qual pode agradar a divindade, exceto refrigerante e líquidos semelhantes e artificiais, por ser poluente e, então, desrespeitoso. É legal vertes vinho com mel e canela.
Ingredientes
- uma garrafa (750ml) de um vinho tinto barato e não envelhecido (um merlot, por exemplo)
- um ou dois copos de mel
- uma colher de chã de gengibre, canela, cardamomos, pimenta branca, cravo, noz-moscada e sementes de cominho;
- gaze
Modo de Preparo
Leve o vinho e o mel ao fogo para ferver e tire a espuma quando ferver. Veja se ficou muito doce e adicione mel se necessário. Tire do fogo, adicione as especiarias e deixe descansar por um dia. Quando o vinho baixar, as especiarias formarão uma espécie de resíduo no fundo. Usando uma concha tire o vinho da panela e passe para um outro recipiente, utilizando-se também de uma peneira coberta com duas ou três camadas de gaze para evitar que as especiarias passem para o novo recipiente. Terminado o processo, engarrafe o vinho. Recordando: o ideal é que seja feito pelo menos um mês antes de ser consumido.
- Preceito de pureza ritual: antes de derramar libações e realizar qualquer ação cultual, deve-se assegurar que se tenha mãos puras (ver as preliminares do sacrifício); e não apenas as mãos, até o corpo todo. A pureza se manifesta em clareza, por isso devemos ter não apenas o corpo purificado, mas também o que vestimos, os instrumentos com os quais agimos e o lugar onde o ritual acontece - todos esses elementos devem responder aos preceitos da pureza ritual. Uma bela síntese de tudo isso pode ser encontrada nos versos de Homero: Aquiles ora a Zeus, fazendo uma libação de vinho: "Ele tirou do peito (a taça), limpou com enxofre, depois lavou-o nas belas correntes de vinho. água, ele também lavou as mãos e tirou o vinho brilhante: então ele orou em pé no meio do pátio, olhando para o céu (ver gestos de oração) e libertando vinho; não escapou ao Zeus fulminante ... "(Il. XVI, 220)
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COMO ADORAR OS DEUSES GREGOS (HELLENISMO)
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