DEGUSTAÇÃO - Doutor Gyn

3 - parte 3

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No café da esquina, sinto-me constantemente observada. Como se estivesse estampado em meu rosto que quase gozei na mão do meu ginecologista dez minutos atrás. E que tenho um poema erótico escrito por ele na minha bolsa. Que me tornei uma espécie de paciente especial. A atendente me pergunta pela terceira vez o que vou querer e peço qualquer coisa pra ela me deixar em paz. Será por que ele está demorando tanto?

— Lisa, traga o mesmo que ela para mim, por favor — a voz gostosa dele soa ao meu lado e ele se senta depois de cumprimentar a atendente. — Me desculpe pela demora.

Dou de ombros, como se não me importasse, finjo tomar o capuccino e pergunto como quem não quer nada:

— Você estava dando às últimas pacientes um exame especial? — Seus olhos pousam em mim e um sorriso se insinua em seu rosto. — Você ao menos deixou que elas finalizassem?

— Sinto desapontar sua imaginação, meu anjo, mas a única mulher que eu quero fazer gozar é você.

Engasgo com a bebida quente e a sinto escorrer pelo canto da minha boca. Limpo imediatamente enquanto ele fica rindo. A atendente repete o nome dele umas quatro vezes enquanto o serve e ele é educado e gentil com ela, embora esteja impaciente que ela se afaste. Será que ele é legal assim com todas as mulheres? Não deveria! Ele já é bonito demais, devia ser grosso, bruto, afastar as pessoas, isso seria menos arriscado para nós, mulheres.

— Obrigado por ter vindo, Mackenzie. Mais uma vez, me desculpe pela maneira como agi com você. Éramos um homem e uma mulher ali dentro, ambos buscando a mesma coisa, mas isso não me dava o direito de provocá-la e impedi-la depois. Não sei o que deu em mim.

— Acho que você encontrou uma garota virgem e desesperada e quis tirar uma com a cara dela, fazê-la de boba. Não é tão difícil entender, doutor.

Ele nega com a cabeça e tenta segurar minha mão sobre a mesa, mas então se lembra que prometeu não me tocar e desiste do gesto.

— Mackenzie, eu juro que não foi minha intenção. Eu perdi a cabeça por você, mas não porque queria diminui-la de alguma forma. Eu apenas não resisti. Não é desculpa, eu sei, mas você é linda! É divertida, intrigante, diferente de outras mulheres que já conheci. Você estava ali falando aquelas coisas, e tão perto de mim! Sua voz me dizendo que queria sentir esse prazer intenso ao ponto de fazê-la se perder ficou se repetindo em minha mente. Sua boceta linda estava em minhas mãos e eu tinha que fazer alguma coisa. Eu só queria vê-la atingir esse prazer e se perder. Eu queria admirar você enquanto gozava na minha mão, eu não tive a intenção de feri-la.

Eu só posso mesmo estar louca, mas seus olhos parecem tão sinceros! Tão diferentes das desculpas que o Travis me pediu ontem! Eu podia ver pela maneira como me olhava que ele faria de novo se algo assim voltasse a acontecer. Mas não é assim com o doutor, posso ver que ele está falando a verdade.

— Não quis brincar com você. Eu sei que você estava ciente que não era seu médico ali, apenas um homem tocando você. Ainda assim, estávamos em meu consultório, então se você quiser me processar, tudo bem. Se você quiser apenas me denunciar ao conselho, também entenderei.

Assinto, claro que não vou fazer nenhuma dessas coisas, afinal de contas, ele deixou claro antes de tudo que não agiria como meu médico, que não era uma consulta. Me perguntou se eu queria que ele parasse e eu escolhi participar disso. Ele também abandonou um encontro para me socorrer na outra noite. Me deu abrigo em sua casa e foi legal comigo.

— Eu não vou fazer nada disso, doutor Gynlard. Eu estava ciente que você não seria um médico ali, que seria um homem me dando algo. Eu não achei que fosse me tocar como tocou, mas não posso fingir que não pedi que você continuasse.